Blog do Fernando Rodrigues

Arquivo : Geraldo Alckmin

Geraldo Alckmin: não tem solução sem crescimento
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

O Blog traz um artigo do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin

São Paulo - O governador de SP, Geraldo Alckmin anuncia a convocação de mais de 20 mil professores para o próximo ano letivo, no Palácio dos Bandeirantes (Rovena Rosa/Agência Brasil)

O governador do Estado de São Paulo Geraldo Alckmin

Quem governa está obrigado a ter otimismo e confiança na superação das dificuldades. Os sinais preocupantes que o Brasil emite neste novembro – em que a recessão não cede como se previa e recuam os níveis de confiança de consumidores e indústria – indicam que as nossas tarefas para retomar o ciclo do crescimento ficaram maiores e sua execução é mais urgente.

Este artigo de opinião foi originalmente publicado no Poder360

O Brasil não tem 12 milhões de desempregados apenas, tem outros 6 milhões de pessoas que desistiram de procurar emprego e mais 5 milhões em situação de subemprego, vivendo precariamente de bicos. Temos 60 milhões de consumidores inadimplentes, com prestações atrasadas há 60 dias ou mais. Já se estima que a retomada do emprego não virá antes do segundo semestre de 2017: até lá, haverá mais postos perdidos que vagas abertas na economia.

É muito ruim que neste momento não haja discurso de crescimento, apenas um limitado discurso de ajuste. O ajuste que pode destravar o crescimento é o das macrorreformas previdenciária, trabalhista, política e tributária. É obrigatório fazer imediatamente a reforma da Previdência, cujos gastos sobem mais que o previsto e exponencialmente. Postergá-la agrava uma desconfiança que, por sua vez, alonga a espiral recessiva.

A política de crescimento que pode reverter essa espiral tem vetores importantes, como exportações e investimento em infraestrutura. Temos de aproveitar a manutenção do câmbio favorável em 2017 e buscar no exterior a demanda forte que pode recuperar a indústria. O Brasil tem hoje 40% de sua capacidade produtiva ociosa. Já o investimento em infraestrutura gera competitividade, emprego e renda; se internamente falta dinheiro para financiá-la, o dinheiro tem de vir no setor privado externo. E ele virá, desde que existam instâncias regulatórias e segurança jurídica para investimento, incluindo a possibilidade de seguro de risco cambial.

Não existe crescimento sustentável sem responsabilidade fiscal, é preciso insistir sempre. Não se trata de uma visão economicista de governo. É uma visão social. Os brasileiros precisam recuperar a confiança de que os impostos que pagam com muito sacrifício estão sendo bem empregados. As pessoas precisam do emprego, da segurança, dos serviços públicos prestados com qualidade, e os governos precisam ter a capacidade de fazer mais e melhor com menos dinheiro.

São Paulo tem experiência a oferecer em austeridade e gestão. Desde Mario Covas, o precursor da Lei de Responsabilidade Fiscal, o Estado mantém suas contas em dia. Em 2014, quando a atual crise começou a dar os primeiros sinais, cortamos despesas para adequá-las às receitas em queda, na contramão do que fazia então o governo federal. Controlando o gasto e realocando investimentos, foi possível manter serviços, programas sociais, obras públicas e ainda fazer superávit.

Manter um alto volume de investimento em infraestrutura tem sido possível porque o Estado não conta somente com os recursos do Tesouro paulista para alavancar novas obras e negócios: cada vez mais, utiliza as Parcerias Público-Privadas e as concessões públicas para movimentar a sua economia. Essas medidas permitem que São Paulo, hoje, não só pague seus servidores em dia como promova ações que geram emprego e renda, mesmo em situação de queda de receita.

O Poder360 está no Facebook, YouTubeTwitter e Google+.


O melhor é o PSDB escolher candidato a presidente em prévias, diz Doria
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Prefeito eleito de São Paulo defende Geraldo Alckmin na disputa

Tucano diz ser um “um conciliador” e poupa José Serra de críticas

JoaoDoria-divulgacao

João Doria, durante a campanha deste ano. Tucano quer prévias para 2018

O prefeito eleito da cidade de São Paulo, João Doria, disse hoje (3.out) que a melhor forma de escolher o candidato a presidente pela legenda, em 2018, é a realização de eleições prévias internas.

“O processo que nós defendemos é o das prévias”, disse Doria em entrevista à rádio Jovem Pan, da qual o Blog também participou.

Doria foi indagado então se enxergava dificuldades para alguns caciques do PSDB em 2018, sobretudo os que que foram contrários à sua candidatura na disputa paulistana deste ano. Por exemplo, o ministro das Relações Exteriores, José Serra, que nunca declarou apoio a Doria.

“Não acredito [que Serra tenha dificuldades]”, disse o prefeito paulistano eleito. Segundo ele, as prévias estarão abertas “a todos aqueles que quiserem disputar”.

Ontem, depois de conhecer o resultado da eleição em São Paulo, Doria defendeu o nome do governador Geraldo Alckmin para ser o tucano candidato a presidente em 2018.

O PSDB tem 3 nomes mais evidentes para corrida presidencial de 2018: Alckmin, Serra e o senador Aécio Neves (de Minas Gerais).

No momento, Alckmin é o mais fortalecido pelos resultados das eleições municipais.

Com estilo conciliador, Doria negou na entrevista de hoje cedo que vá pressionar pela expulsão de tucanos que se posicionaram contra sua candidatura. “A responsabilidade [por processos disciplinares] é do partido. [Mas] sou um conciliador, um agregador. O que puder fazer para somar, vou fazer”.

O Blog está no Facebook, Twitter e Google+.


PSDB lidera em metade das principais cidades paulistas
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Partido do governador tem 11 candidatos no topo das pesquisas

Resultado tem peso nas pretensões de Alckmin em 2018

PMDB de Michel Temer tem 2  favoritos

PT só tem 1 nome na liderança

Geraldo Alckmin (PSDB), governador de São Paulo

Geraldo Alckmin (PSDB), governador de São Paulo

O partido do governador Geraldo Alckmin será o maior vencedor das eleições municipais no Estado, caso se confirmem as expectativas das pesquisas eleitorais.

28 municípios paulistas estão incluídos no levantamento realizado pelo blog no chamado G93 (grupo das 26 capitais do país  e 67 cidades com mais de 200 mil eleitores). 

PSDB lidera em metade das 22 maiores cidades de São Paulo com pesquisas divulgas nos últimos 30 dias.

Dos 11 candidatos tucanos considerados  competitivos –ou seja, que ocupam a 1ª posição isolada ou empatada dentro da margem de erro–, 8 lideram os levantamentos de forma isolada.

Além disso, 4 tucanos estão aptos a vencer as eleições no 1º turno, porque têm mais de 50% das expectativas de votos, considerando inclusive a margem de erro para o segundo colocado.

Aliado do governador Alckmin, o PSB ocupa a segunda posição, com 3 candidatos na lidança.

Já o PMDB do presidente Michel Temer tem 2 nomes entre os mais competitivos. O mesmo resultado de PSD, PV, PPS e PDT.

O PT tem só 1 candidato competitivo entre as maiores cidades de São Paulo pesquisadas.

Em 2012, os 2 partidos elegeram 8 prefeitos cada nas 28 principais cidades paulistas.

As informações são do repórter do UOL Victor Fernandes.

O quadro a seguir mostra o desempenho dos partidos políticos em São Paulo nas últimas eleições municipais e o desempenho das legendas nas pesquisas eleitorais deste ano (clique na imagem para ampliar):

28.set-prefeito-SP-sintese

Candidatos competitivos em 2016: são os que estão na 1ª colocação das pesquisas de intenção de voto, seja de maneira isolada ou dentro da margem de erro dos levantamentos. Só há pesquisas disponíveis em 22 dos 28 principais municípios paulistas do país. Até o fechamento da edição deste post, não foram divulgadas pesquisas nas últimas semanas nestas 6 cidades: Carapicuíba, Franca, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Suzano e Taboão da Serra.

A seguir, o quadro com as pesquisas em São Paulo compiladas pelo Blog (clique na imagem para ampliar).

28.set-prefeitos-SP-eleicoes-2016CAPITAL
O candidato do PSDB na capital paulista, João Doria, lidera as pesquisas eleitorais. O tucano é uma escolha pessoal do governador Geraldo Alckmin. Outros líderes do partido eram contra o nome de Doria. José Serra e Fernando Henrique Cardoso apoiavam Andrea Matarazzo, derrotado nas prévias.

Matarazzo migrou para o PSD, partido de Gilberto Kassab. É candidato a vice-prefeito na chapa com Marta Suplicy (PMDB).

OLHO EM 2018
O resultado das eleições municipais em Estado de São Paulo são fundamentais para Geraldo Alckmin pavimentar sua candidatura nas eleições presidenciais daqui a 2 anos. O PSDB tem outros 2 pré-presidenciáveis: Aécio Neves e José Serra.

Aécio, candidato do partido em 2014, também busca um bom resultado em Minas Gerais. Os tucanos querem fortalecer suas bases locais para conseguir apoio. (Clique aqui para ler post sobre o desempenho do PSDB em MG).

O Blog está no Facebook, Twitter e Google+.


Matarazzo, Marta e Kassab, de inimigos íntimos a aliados
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Ex-tucano será vice na chapa da peemedebista

Matarazzo sobre gestão Marta: “tragédia” 

Marta sobre gestão Kassab: “medíocre”

Kassab sobre gestão Marta: “ineficiente”

Aliança tem conexão com as eleições de 2018

Matarazzo, Marta e Kassab fecham acordo para as eleições municipais em São Paulo

Matarazzo, Marta e Kassab fecham acordo para as eleições municipais em São Paulo

Andrea Matarazzo (PSD) fechou um acordo para ser o candidato a vice-prefeito na chapa da pré-candidata Marta Suplicy (PMDB) à Prefeitura de São Paulo. O ex-tucano não conseguiu viabilizar uma candidatura própria, desejo pessoal desde os tempos em que esteve filiado ao PSDB. Acabou sucumbindo ao pragmatismo político e se aliou a uma antiga adversária.

A aliança com Marta Suplicy é um desejo do presidente interino Michel Temer (PMDB), do ministro Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação) e do chanceler José Serra (PSDB).

Na visão de aliados dos políticos, a união de Marta (PMDB) com Matarazzo (PSD) aumenta a chance de os 2 vencerem adversários de legendas mais tradicionais na cidade, como o PT e o PSDB.

Marta e Kassab já disputaram as eleições municipais paulistanas, em 2008. Acumularam em seus históricos uma série de críticas e ataques mútuos, inclusive no plano pessoal.

A formação da chapa de ex-adversários políticos tem relação direta com as disputas majoritárias de 2018. O resultado das eleições municipais em São Paulo influenciará os caminhos seguidos pelos partidos para a disputa pelo governo do Estado e pela Presidência da República, daqui a 2 anos.

As informações são do repórter do UOL Victor Fernandes.

Agora aliado a Marta Suplicy, o vereador Matarazzo já foi um crítico acerbo da 1administração da então petista na capital paulista, de 2001 a 2004. Chegou a classificar a gestão martista como uma “tragédia”. O vereador foi subsecretário de José Serra (PSDB) no governo que sucedeu Marta Suplicy, em 2005.

Matarazzo já foi pré-candidato do PSDB a prefeito de São Paulo duas vezes. Em 2012, abriu mão da candidatura para apoiar Serra. Agora, em 2016, desistiu de disputar o 2o turno das prévias tucanas por considerar o processo uma fraude. Ele e aliados acusaram João Doria Jr (PSDB), candidato preferido do governador Geraldo Alckmin (PSDB), de abuso de poder econômico e uso da máquina do governo do Estado.

MATARAZZO X MARTA
Em 2012, quando abandonou a disputa interna do PSDB pela 1a vez, Matarazzo afirmou que a administração do PT, sob o comando de Marta, foi uma “tragédia”.  Também  declarou que os adversários do seu partido gostariam de “repetir a gestão nefasta e destruidora que fizeram em São Paulo”. Na época, Marta Suplicy ainda era petista e acabara de desistir da sua candidatura para apoiar Fernando Haddad (PT), escolha pessoal do ex-presidente Lula (PT).

Matarazzo

Matarazzo chama gestão do PT em São Paulo de “tragédia”

Matarazzo já responsabilizou a gestão Marta por “consolidar” o consumo de crack no centro de São Paulo. A afirmação foi feita em um debate promovido pelo PSDB nas prévias da disputa pela prefeitura em 2012.

No mesmo ano, depois de conquistar uma vaga na Câmara Municipal da cidade, Matarazzo falou durante uma entrevista sobre como eram feitas as transições de governo. A respeito da passagem da gestão de Marta para a de Serra, da qual participou, afirmou:

“O PT criou dificuldades para ele mesmo. Foi acumulando problemas em 4 anos, que culminou na nossa vitória na eleição. Foi má gestão. (…) Os métodos de gestão do PT não são os ideais de boa governança”.

A íntegra  da entrevista com críticas ao governo Marta ainda por ser vista no site do pré-candidato a vice.

Entrevista que Andrea Matarazzo comenta dificuldades na transição do governo Marta Suplicy (nov.2012)

Entrevista que Andrea Matarazzo comenta dificuldades na transição do governo Marta (nov.2012)

MARTA X KASSAB
Marta Suplicy também já foi adversária política do presidente do PSD, Gilberto Kassab. Disputaram o 2º turno das eleições municipais em São Paulo, em 2008. A campanha ficou marcada por uma propaganda de Marta que abordava a vida pessoal do então candidato à reeleição e o questionava se era casado ou tinha filhos. Apenas depois de 2 anos, a ex-prefeita pediu desculpas pela propaganda que havia sido dirigida pelo marqueteiro João Santana (no momento, preso em Curitiba por causa de envolvimento na Lava Jato).

Abaixo, o polêmico comercial de 2008:

Em 2012, Marta criticou o seu partido por tentar buscar o apoio do PSD. “Ficamos flertando com o adversário”, escreveu em sua página no Twitter.

A ex-prefeita já classificou os anos da administração Gilberto Kassab como “medíocres”. Quando desistiu de ser candidata para apoiar Fernando Haddad (PT), afirmou: “O que me interessa agora é ver o PT de volta à prefeitura e levar minha cidade para um outro momento, longe de um governo medíocre que foi o governo Kassab”.

KASSAB X MARTA
O ministro Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação) também foi um dos críticos da 1ª administração de Marta Suplicy na Prefeitura de São Paulo. Kassab foi o vice de José Serra (PSDB) na gestão que sucedeu a ex-petista, em 2005 e 2006. Como o tucano, atual ministro das Relações Exteriores, candidatou-se e ganhou a disputa pelo governo do Estado 2 anos após assumir a prefeitura, Kassab ocupou o cargo de forma definitiva até 2008. Venceu Marta no 2º turno das eleições daquele ano e administrou a cidade até 2012.

Sobre a gestão Marta Suplicy, afirmou: “Achamos que a administração do PT foi extremamente ineficiente para São Paulo”.

Gilberto Kassab acusou Marta de “ter deixado a cidade quebrada”. O ministro chegou a dizer, em 2008, que a gestão da ex-petista entregou a cidade com 92 obras paradas e dívidas.

ELEIÇÕES 2018
A corrida eleitoral paulistana é uma prévia das disputas majoritárias de 2018. Os resultados da pré-candidatura da chapa Marta/Matarazzo e dos tucanos João Doria/Bruno Covas servirão para demonstrar a força dos prováveis pré-presidenciáveis do PSDB no Estado.

Uma vitória de Marta fortalecerá as intenções do chanceler José Serra concorrer ao Palácio do Planalto pelo PSDB, em 2018. Já o governador Geraldo Alckmin aposta em João Doria, candidato que teve seu apoio durante as prévias internas do partido.

A vitória da chapa Marta-Matarazzo também interessa a Paulo Skaf, presidente da Fiesp e filiado ao PMDB. Skaf já foi candidato ao governo do Estado de São Paulo e tenta viabilizar nova candidatura.

Políticos próximos a Alckmin, como o vice-governador Marcio França (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes (Justiça), também atuam nos bastidores para serem o sucessor do governador.

REJEIÇÃO A MARTA
Transferir votos dos eleitores simpáticos a Matarazzo deve ser uma das complicações da candidatura. Antes do anúncio da aliança, entre os eleitores que afirmaram votar em Matarazzo na última pesquisa Datafolha, 45% disseram que não votariam de jeito nenhum em Marta Suplicy no 1o turno.

A pré-candidata do PMDB é a 2a mais rejeitada entre os apoiadores do ex-tucano – empatada com Russomanno. Só Fernando Haddad (PT) tem rejeição maior (66%) nesse eleitorado.

As simulações de 2o turno também indicam que eleitores de Matarazzo preferem João Doria (58%) e Luiza Erundina (39%) a Marta Suplicy (24% e 32%, respectivamente). 66% dos que afirmaram votar em Marta disseram, à época, não conhecer Andrea Matarazzo.

SUPERAR A POLARIZAÇÃO
Em sua página do Facebook, Matarazzo afirmou que inicia-se “uma aliança que vai superar a polarização que tanto se fala por aqui. Chega dessa história de eleitores vermelhos de um lado, azuis de outro, centro expandido de um lado, bairros da periferia de outro. Para melhorar de verdade a cidade, precisamos caminhar juntos. E é isso que essa aliança significa”.

A pré-candidata peemedebista também usou a rede social para anunciar a formação da chapa. Disse estar confiante. “Demos um passo importante em favor da São Paulo que sonhamos”.

Marta e Matarazzo selam acordo para eleições 2016

Marta e Matarazzo selam acordo para eleições  (26.jul.2016)

A convenção que deve oficializar a chapa está marcada para o dia 30.jul (sáb), em São Paulo.

Blog está no FacebookTwitter e Google+.

 


João Doria tem empresa offshore comprada da Mossack Fonseca
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Tucano é pré-candidato do PSDB a prefeito de S. Paulo

Offshore está incorporada nas Ilhas Virgens Britânicas

Firma foi usada em 1998 para comprar imóvel em Miami

Apartamento não está na declaração de bens, só a offshore

Advogado: operação é “absolutamente legal e recomendada”

Screen Shot 2016-04-30 at 1.19.37 PM

João Doria com a esposa, Bia, e Geraldo Alckmin

Por José Roberto de Toledo, Daniel Bramatti, Rodrigo Burgarelli, Guilherme Jardim Duarte e Pedro Venceslau

O pré-candidato do PSDB a prefeito de São Paulo, João Doria Jr., comprou uma empresa de prateleira do escritório panamenho Mossack Fonseca. Incorporada no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas, a offshore Pavilion Development Limited foi usada por Doria para adquirir um apartamento em Miami (EUA) em 1998 por US$ 231 mil sem que a propriedade aparecesse em seu nome.

Há contratos, procurações e cópia de passaportes de Doria e sua mulher, junto a mensagens de e-mail referentes à compra da offshore, dentre os 11,5 milhões de documentos dos Panama Papers, divulgados pelo ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos). A série provocou a queda do primeiro-ministro da Islândia e revelou esquemas de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio em centenas de países. A série começou a ser publicada no dia 3.abr.2016 (um domingo), e é resultado de uma investigação de cerca de 1 ano. Participam desse trabalho com exclusividade no Brasil o UOL, o jornal “O Estado de S.Paulo” e a RedeTV!.

As informações são originais, da base de dados da Mossack Fonseca. Os dados foram obtidos pelo jornal alemão Süddeutsche Zeitung e compartilhados com o ICIJ. Saiba como foi feita a série. Uma parte dos documentos será colocada à disposição do público em 9.mai.2016.

pav-develpComprar ou abrir uma offshore não é ilegal, desde que a empresa seja declarada à Receita Federal no Brasil. Nelson Wilians, advogado de Doria, mostrou à reportagem uma das 27 páginas da declaração de bens de seu cliente no Imposto de Renda de 2016 na qual a Pavilion Development aparece declarada. Mas não atendeu o pedido da reportagem para mostrar as declarações de IR de 1998, quando Doria comprou a offshore, e dos anos posteriores. O advogado disse que elas só serão apresentadas, à Justiça Eleitoral, se Doria vier a ser formalizado como candidato.

A história da offshore de Doria começa em 15 de abril de 1998, quando ele compra a Pavilion da Mossack Fonseca, em negócio intermediado pela advogada brasileira Luciana Haddad Hakim. À época, o capital da offshore era de US$ 12 mil, dividido em 12 mil ações. Foram emitidos seis certificados ao portador. Os diretores da corporação eram João Agripino da Costa Doria (presidente) e sua mulher, Beatriz Maria Bettanin Doria (vice).

Menos de três meses depois, a Pavilion Development se tornou proprietária de um apartamento de 2 quartos no apart-hotel Mutiny On The Bay, de frente para o mar, em Miami. Nos documentos do Dade County, a venda foi registrada por US$ 231 mil. Pela legislação brasileira, toda remessa ao exterior a partir de US$ 100 mil deve ser registrada no Banco Central.

Segundo seu advogado, Doria não fez remessas. Pagou a entrada de US$ 30 mil com uma permuta feita no Brasil, e o restante foi financiado em 30 anos nos EUA. O advogado diz que as parcelas do financiamento, de US$ 2.056 por mês, são pagas com rendimentos da locação do imóvel. A diária de um apartamento no Mutiny On The Bay custa de US$ 243. Para pagar a mensalidade, Doria precisaria alugar o apartamento por 9 dias ao mês, pelo menos.

imovel-doriaA offshore de Doria não realizou outros negócios até dezembro 2009, quando sua advogada à época, Luciana Hakim, cogitou fechá-la, em correspondência enviada à Mossack Fonseca. Nesse mesmo mês daquele ano, estava prevista uma importante mudança na legislação das Ilhas Virgens Britânicas: acabariam as ações ao portador de empresas offshore, e passaria a ser necessário registrar nos certificados de ações o nome do proprietário.

Em vez de fechá-la, Doria transferiu as ações da offshore em 8 de dezembro de 2009 para o Pavilion Trust, cujo endereço é o mesmo de outras empresas de Doria no Brasil, na avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo. O nome de contato para assuntos relativos ao Trust, segundo correspondência da advogada com a Mossack Fonseca, é o de uma funcionária de confiança de Doria, Celia Matias Pompeia. Simultaneamente, o capital da offshore aumentou para US$ 50 mil, divididos em 50 mil ações.

O Trust é um jeito de colocar patrimônio sob confidencialidade –os beneficiários não são legalmente donos dos bens que o Trust administra– e um mecanismo para transferir legado financeiro para sucessores (filhos e cônjuge, por exemplo) sem necessidade de pagar imposto sobre herança. Em caso de morte de um dos beneficiários, os demais continuam usufruindo dos bens.

Pelos registros da Mossack Fonseca, a Pavilion Development Limited continuava ativa até o ano passado. E o apartamento à beira-mar em Miami continuava registrado em seu nome.

OUTRO LADO
O advogado Nelson Wilians, cujo escritório tem entre seus clientes o pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, João Doria Jr., afirmou que o tucano tem “todo o seu patrimônio”, tanto no Brasil quanto no exterior, declarado à Receita Federal.

Wilians mostrou à reportagem uma das 27 páginas da declaração de Imposto de Renda de 2016 do pré-candidato. Nela, aparece listada a empresa Pavilion Development Limited, com valor declarado de US$ 50 mil.

A Pavilion, empresa offshore registrada no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas, é a proprietária de um apartamento de Doria em Miami, nos Estados Unidos. O apartamento foi adquirido por US$ 231 mil em 1998.

O imóvel não aparece na declaração de bens de Doria. Segundo o advogado, “a regra tributária nacional não exige que uma pessoa física declare bens que integrem o patrimônio de pessoas jurídicas, ainda que a pessoa física figure como sócia”.

Doria foi informado sobre a reportagem a respeito da offshore e do imóvel em Miami na segunda-feira, quando ainda faltavam cinco dias para o prazo limite da entrega das declarações de renda referentes a 2016. A reportagem pediu acesso às declarações dos anos anteriores, para checar se a offshore também foi devidamente registrada, inclusive em 1998, ano da compra da mesma.

O advogado informou que esses dados serão tornados públicos quando e se Doria for oficializado candidato.

“Todas as informações tributárias, além de outras, estarão rigorosamente detalhadas na declaração do Imposto de Renda da pessoa física do contribuinte João Doria, a qual será entregue à Justiça Eleitoral quando do momento do registro de sua candidatura e será pública”, afirma a nota assinada por Wilians.

A reportagem perguntou ao pré-candidato do PSDB como foi feita a remessa de recursos para a aquisição do apartamento em Miami. Segundo o advogado, não houve envio de dinheiro.

“João Doria adquiriu o referido imóvel através de uma permuta. O contribuinte prestou serviços de mídia à época, através de uma de suas empresas, e em contraprestação recebeu o valor correspondente a US$ 30 mil, que era o valor da entrada do imóvel. A diferença, no valor de cerca de US$ 170 mil, foi financiada (nos EUA)”, afirmou Wilians.

Ele mostrou os contratos referentes às duas operações e disse que eles serão colocados à disposição da Justiça Eleitoral no momento oportuno.

Sobre a compra do imóvel por meio de uma offshore, em vez do registro em nome da pessoa física, Wilians afirmou: “Nos Estados Unidos, a tradição e a prática recomendam a compra via pessoa jurídica, em vez da pessoa física”. O advogado disse ainda que João Doria é “sócio proprietário de diversas empresas”, sendo que a administração via offshore é “absolutamente legal e juridicamente recomendada”.

Participaram da série Panama Papers os repórteres Fernando Rodrigues, André Shalders, Mateus Netzel e Douglas Pereira (do UOL), Diego Vega e Mauro Tagliaferri (da RedeTV!) e José Roberto de Toledo, Daniel Bramatti, Rodrigo Burgarelli, Guilherme Jardim Duarte e Isabela Bonfim (de O Estado de S. Paulo).

Blog está no FacebookTwitter e Google+.


Patrimônio de João Doria é 10 vezes maior que soma dos rivais
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Empresário, Doria é o mais rico entre pré-candidatos a prefeito

jdoria-bruno-poletti

O pré-candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, João Doria

Por José Roberto de Toledo, Daniel Bramatti, Rodrigo Burgarelli, Guilherme Jardim Duarte e Pedro Venceslau

O patrimônio de João Doria Jr. supera R$ 170 milhões, segundo levantamento da reportagem. Se oficializado como candidato a prefeito de São Paulo pelo PSDB nas eleições de outubro, será o mais rico entre os principais nomes que se apresentam até agora.

Seus bens valem no mínimo dez vezes mais do que o patrimônio somado dos rivais conhecidos, levando-se em conta o que declararam à Justiça eleitoral: Fernando Haddad (PT), Marta Suplicy (PMDB), Andrea Matarazzo (PSD) e Luiza Erundina (PSOL).

Mesmo que Paulo Maluf (PP) se agregasse à disputa eleitoral paulistana, ainda assim Doria teria um patrimônio pelo menos quatro vezes maior do que a soma dos outros candidatos. Maluf declarou patrimônio de R$ 39 milhões na eleição de 2014.

Diante dos bens que possui no Brasil, a offshore de Doria nas Ilhas Virgens Britânicas e o apartamento em nome dela em Miami são trocado.

O empresário foi procurado pela reportagem. Leia aqui o que ele disse sobre a offshore e o apartamento em Miami.

Pelos valores de mercado atuais, o apart-hotel no Mutiny On The Bay está avaliado em cerca de R$ 2 milhões. Mas isso não se compara aos R$ 51 milhões da casa onde o pré-candidato tucano mora no Jardim Europa. Esse não é nem sequer o valor de mercado, mas o valor venal, sobre o qual incide o IPTU.

Apenas de imposto territorial, Doria tem que pagar anualmente R$ 285 mil para a Prefeitura que pretende comandar. Ele quitou o valor integralmente em 2016, em cota única. Os dados são públicos e estão disponíveis para pesquisa na internet.

A casa torna-se tão valiosa por sua localização, em um dos bairros mais caros de São Paulo, e por suas dimensões: são 3.304 metros quadrados de área construída, assentados em 7.883 metros quadrados de terreno.

Além de piscina e quadra de tênis, a área de lazer inclui um campo de futebol gramado e iluminado, com 36 metros de comprimento por 24 metros de lado. Se fosse possível vendê-lo separado, custaria R$ 5,5 milhões. Doria é tão adepto das peladas que o campo tem até placa de patrocinador.

O pré-candidato tem outro imóvel cuja conta do IPTU aparece em seu nome em São Paulo: um apartamento de 988 metros quadrados nos Jardins, cujo valor venal é de R$ 5,7 milhões. Em Campos de Jordão (SP), é dono da Villa Doria, onde aterrissa seu helicóptero Bell 429 para sete passageiros no heliponto registrado em seu nome.

Doria começou sua carreira ocupando cargos públicos nos anos 80 – primeiro como presidente da Paulistur, na gestão de Mario Covas como prefeito de São Paulo, e, em seguida, como presidente da Embratur, no governo Sarney, em Brasília.

Sua mais notória participação eleitoral até este ano foi na campanha presidencial de 1989, quando começou como um dos coordenadores do programa de governo de Covas (PSDB) e terminou, ainda no primeiro turno, como apoiador do vitorioso Fernando Collor (então no PRN).

Doria ganhou dinheiro como empresário de eventos e publicidade, entre outras atividades. A maior parte de seu patrimônio está em cotas de nove empresas, como a Doria Administração e Eventos (R$ 34,7 milhões), a D. Empreendimentos (R$ 37,4 milhões) e a D. Empreendimentos e Participações Ltda (R$ 30 milhões).

Todos os valores são estimados com base no capital social das empresas. Os valores de mercado podem ser muito maiores.

As empresas são as donas de outros bens valiosos usados pelo pré-candidato, como o helicóptero e um jatinho Legacy, da Embraer, cujo valor de mercado é estimado em US$ 16 milhões.

Participaram da série Panama Papers os repórteres Fernando Rodrigues, André Shalders, Mateus Netzel e Douglas Pereira (do UOL), Diego Vega e Mauro Tagliaferri (da RedeTV!) e José Roberto de Toledo, Daniel Bramatti, Rodrigo Burgarelli, Guilherme Jardim Duarte e Isabela Bonfim (de O Estado de S. Paulo).

Blog está no FacebookTwitter e Google+.


Guerra civil: Brasil tem a maior taxa de homicídios desde 2004
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

País tem 29,1 mortes para cada 100 mil habitantes

De 2004 a 2014, o número de homicídios cresceu 21,9%

Armas de fogo foram responsáveis por 76,1% das mortes

Estados do Nordeste têm os piores indicadores do país

Caminhada-pela-Vida-e-pela-Paz_9612-1024x681

Moradores da zona sul de São Paulo na 18ª Caminhada pela Vida e pela Paz

O Brasil registrou em 2014 uma taxa de homicídios de 29,1 para cada 100 mil habitantes.

É o pior resultado da série histórica, medida pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) em parceria com o FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública) desde 2004. Os dados estão no Atlas da Violência 2016. Eis as informações (clique na imagem para ampliar):

Homicidios Brasil

O número de mortes por homicídio foi de 59.627 em 2014.

A pesquisa considera os óbitos causados por agressão e intervenção legal (ação policial).

O resultado coloca o Brasil com o maior número absoluto de homicídios do mundo, levando em conta dados do Observatório de Homicídios do Instituto Igarapé de 2013. Na comparação com a  lista do Banco Mundial com 154 nações, o país estaria entre as 12 com as maiores taxas de homicídio.

PIOR ENTRE OS JOVENS
Homens de 15 a 19 anos são as principais vítimas de homicídios. Nesse grupo, mais da metade dos óbitos (53%) ocorrem por assassinato. Em seguida, aparece a faixa etária de 20 a 24 anos, também do sexo masculino, com 49%.

Para o Ipea, essa conjuntura prejudica “o processo de desenvolvimento econômico e social”. Os jovens respondem pela maior parte da população economicamente ativa.

EDUCAÇÃO, ETNIA  E VIOLÊNCIA
A pesquisa indica ainda que aos 21 anos de idade o brasileiro está mais propenso a ser tornar uma vítima de homicídio.

Para aqueles com  21 anos e menos de 8 anos de estudo, a probabilidade é 5,4 vezes maior do que para quem tem a mesma idade com grau de instrução igual ou superior.

A situação fica mais dramática quando se comparam as chances de um indivíduo com até 7 anos de estudo e de alguém que ingressou no ensino superior. O primeiro tem 15,9 vezes mais probabilidade de ser assassinado.

Já os negros e pardos têm 147% a mais de chances de morrer vítimas de homicídios na comparação com brancos, amarelos e indígenas.

MORTES POR ARMAS DE FOGO CRESCE
Do total de homicídios cometidos em 2014, mais de 76% foram realizados com o uso de armas de fogo (44.861). De 2004 para cá a alta foi de 14,1%. Maranhão (+379,2%), Ceará (+324%) e Rio Grande do Norte (+296,5%) lideram os incidentes deste tipo.

NORDESTE LIDERA QUADRO DA VIOLÊNCIA
Os 5 Estados com maior variação na taxa de homicídios de 2004 a 2014 são da região Nordeste. Em 1º lugar aparece o Rio Grande do Norte, com alta de 308,1% na taxa para cada 100 mil habitantes. Em seguida vêm Maranhão (+209,40%) e Ceará (+166,50%).

De acordo com a pesquisa, o Estado de São Paulo foi o que mais reduziu a taxa de homicídios de 2004 a 2014: -52,40%. Logo depois aparecem Rio de Janeiro (-33,30%) e Pernambuco (-27,30%). Mas há controvérsia sobre essas estatísticas, como será mostrado a seguir.

Eis o ranking (clique para ampliar):

homicidios estados

DADOS OMITIDOS
O levantamento do Ipea indica ainda que as mortes causadas por ação policial continuam sendo omitidas por algumas instituições.

Segundo o instituto, o SIM (Sistema de Informações sobre Mortalidade) de 2014 apresenta 681 mortes por intervenções legais. Já o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que utiliza dados coletados por meio da Lei de Acesso à Informação, registra 3.009 mortes decorrentes de ação policial –uma diferença de 441,85%.

O Estado com maior discrepância na comparação é São Paulo. Governado pelo tucano Geraldo Alckmin desde 2011, a diferença de óbitos causados por ação policial registrados no SIM e no anuário em 2014 é de 731. Em seguida aparece o Rio de Janeiro, com 245 casos no sistema contra 584 obtido por meio da Lei de Acesso à Informação. Eis as comparações (clique para ampliar):

Mortes por intervencao legal

O instituto ressalta que “discutir o tema da letalidade na ação policial é condição necessária para aproximar as instituições policiais da comunidade e romper uma espiral de violência que naturaliza os homicídios em nossa sociedade”, pois somente assim será possível “analisar a legitimidade e eficácia de nosso padrão de policiamento”.

Blog está no FacebookTwitter e Google+.


Na TV, tucanos usam mau momento da economia para atacar governo
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Inserções vão ao ar nesta semana, 3ª e 5ª feiras

Aécio aparece 1 minuto e meio nos comerciais

Serra e Alckmin só têm 8 segundos cada um

aécio cropped

Aécio diz que país voltou a ter problemas “de antes do Plano Real”

O PSDB usa o mau momento da economia para atacar o governo da presidente Dilma Rousseff nas inserções da legenda na TV aberta, que vão ao ar nesta 3ª e 5ª feiras (28 e 30.jul.2015).

O presidente nacional da legenda, senador Aécio Neves (MG), sugere que os governos petistas fizeram o Brasil recuar para um patamar anterior ao do Plano Real, lançado em 1994 –informa o repórter do UOL André Shalders.

É uma forma que o PSDB achou para se antecipar e responder previamente ao que o PT dirá em seus comerciais de TV de 6 de agosto. Luiz Inácio Lula da Silva explicou assim ao marqueteiro petista, João Santana, qual deve ser a “ideia-força” dos comerciais da sigla: “O país vive dificuldades. A situação não está boa. Nós precisamos dar respostas aos problemas. Mas com tudo o que está aí, ainda está bem melhor do que antes da gente”.

Nos comerciais do PSDB, Aécio diz: “O cenário adiante sinaliza, infelizmente, que estão comprometidos e em risco os principais avanços que os brasileiros conquistaram nas últimas duas décadas. O desafio nacional é controlar a inflação, retomar o crescimento, garantir os empregos, e evitar o agravamento da crise social na qual já estamos, infelizmente, mergulhados”.

Em outro momento, o tucano afirma que o país voltou a lidar com problemas “de antes do Plano Real”. Ou seja, é o PSDB dizendo que hoje o Brasil regrediu a uma situação pré-1994. À época de seu lançamento, o Plano Real foi comandado pelo então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso –que foi eleito em 1995 para a Presidência da República.

Eis os vídeos:

AÉCIO DOMINA; SERRA E ALCKMIN SOMEM 
As seis inserções do PSDB foram produzidas com declarações de líderes tucanos na Convenção Nacional do partido, realizada no início do mês.

Com 30 segundos cada, os vídeos também expressam a disputa interna de poder entre o três principais líderes do partido: enquanto Aécio ocupa 89 segundos somando todas as suas aparições nas propagandas, o senador José Serra (PSDB-SP) e o governador de São Paulo, Geraldo  Alckmin, ficam com apenas 8 segundos cada um.

Atualmente, Aécio, Serra e Alckmin são cotados como os principais nomes da legenda para ocupar a vaga de candidato ao Planalto em 2018. Também aparecem nos vídeos o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso; os líderes do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), e no Senado, Cássio Cunha Lima (PB).

A líder do PSDB Mulher, Solange Jurema, também é contemplada com uma aparição.

Com as inserções comerciais desta semana os tucanos esperam ajudar a esquentar o clima preparatório para os protestos contra o governo, marcados para 16 de agosto.

“Estamos hoje, imaginem, tendo que lidar com os mesmos problemas que lidávamos antes do Plano Real”, diz Aécio em um dos trechos, aludindo ao aumento da inflação no último período. “Cresce o déficit, a inflação se mantém alta, o emprego cai. Entramos num círculo vicioso infernal, que é aquele que o governo nos meteu”, afirma em outro momento José Serra.

O partido evitou incluir trechos sobre um eventual impeachment de Dilma. Gravados em um tom próximo ao do preto-e-branco, as inserções fazem críticas à corrupção e à suposta “incompetência” da administração petista.

“O que temos hoje é um governo afogado em denúncias, paralisado pela incompetência e desacreditado pela falta de confiança”, declara Aécio em um trecho. “Esse Brasil que nos é apresentado diariamente não supera os limites estreitos de uma propaganda enganosa, movida pela fragilidade de resultados”.

“Não sabem (o PT) governar. Nós estamos assistindo a desmoralização do funcionamento do atual sistema político”, diz FHC.

O blog está no FacebookTwitter e Google+.


Para governo, é preciso “endurecer” legislação sobre menores infratores
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Edinho Silva cita ideias de tucanos para se contrapor à redução da maioridade

Propostas de Aécio Neves e de Geraldo Alckmin serão avaliadas pelo Planalto

Marcelo Camargo/Agência Brasil - 13.mai.2015

“É nítido que tem que endurecer a legislação”, diz Edinho Silva

O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva, disse nesta 3ª feira (2.jun.2015) que “é nítido que tem que endurecer a legislação” a respeito de como tratar menores infratores.

Para Edinho, que é contrário à proposta de redução da maioridade penal de 18 anos para 16 anos, há caminhos diferentes que podem ser explorados. Citou exemplo defendido por políticos do PSDB, que no Congresso fazem oposição ao Palácio do Planalto.

Ao mencionar as propostas que estarão em debate dentro do grupo interministerial criado pela presidente Dilma Rousseff nesta semana para debater o tema, o ministro Edinho Silva citou nominalmente as ideias defendidas pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) e pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).

A proposta de Alckmin foi descrita em detalhes em uma entrevista do tucano ao programa “Poder e Política”, do UOL, em 2012. O governador paulista defende que menores de 18 anos que cometam certos crimes passem até 8 anos presos. Eis o trecho da entrevista:

O blog está no FacebookTwitter e Google+.


Renan reúne 21 governadores 4ª feira para discutir ajuste fiscal de Dilma
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Presidente do Senado pretende ampliar debate sobre medidas propostas pelo Planalto

Ideia é oferecer palco para que governadores critiquem condução da economia

GOVERNADORES/PACTO FEDERATIVO

Renan discursa na última reunião de governadores no Senado sobre pacto federativo, em 2013

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), comanda nesta quarta-feira (20.mai.2015) reunião no Salão Negro do Senado com pelo menos 21 dos 27 governadores do país.

O assunto oficial é “pacto federativo”, ou seja, a divisão de dinheiro e competências entre Estados, municípios e União. Na prática, a longa mesa montada no Senado servirá de palco para que os governadores vocalizem críticas à falta de verbas e ao ajuste fiscal perseguido pelo governo de Dilma Rousseff.

Nas últimas semanas, Renan tem expressado insatisfação sobre as medidas de ajuste fiscal propostas pelo governo que, segundo ele, não poderia nem ser chamado de ajuste. “Ele não corta no Estado, não reduz ministérios, não faz a reforma do Estado. Ele corta direitos trabalhistas e previdenciários”, declarou o senador na semana passada.

O PMDB, de Renan, defende reduzir o número dos atuais 39 ministérios para 20. A proposta tem apelo popular, mas não garante economia relevante de gasto público.

Com os governadores de pires na mão, sem recursos para investimento, o clima no Salão Negro do Senado deverá ser de pressão para que o governo Dilma libere recursos. O próprio filho de Renan Calheiros, Renan Filho, também é governador, de Alagoas, e depende de recursos federais para fazer sua gestão deslanchar.

O sinal que o Planalto enviará nesta semana, contudo, será inverso ao almejado pelos governadores. Na quinta-feira, a equipe de Joaquim Levy, ministro da Fazenda, anuncia um contingenciamento de R$ 60 a R$ 80 bilhões no Orçamento deste ano.

O impacto do ajuste ainda dependerá do sucesso da articulação do governo no Congresso. Nesta 3ª feira, a Câmara deve votar mais 2 propostas do ajuste fiscal: a medida provisória 668, que eleva para 11,75% as alíquotas do PIS/Pasep e Cofins de importação, e o projeto de lei 863/15, que reduz o benefício de desoneração da folha de pagamentos. O plenário do Senado também inicia a análise da medida provisória 665, já aprovada na Câmara, que endurece as regras para concessão do seguro-desemprego.

ALCKMIN E O CONFAZ
Reportagem publicada pela Agência Brasil, da empresa estatal federal EBC, afirma que a reunião de governadores tem o “apoio do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ)”.

O encontro será também uma oportunidade para o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), tentar impedir o avanço da proposta que eliminou a obrigatoriedade de unanimidade das decisões do Conselho de Política Fazendária (Confaz) para a aprovação de benefícios fiscais.

A proposta sobre o Confaz já foi aprovada em abril pelo Senado. Tem chances de passar na Câmara se os governadores contrários à ideia não se articularem.

Sem a necessidade de unanimidade no Confaz, a chamada “guerra fiscal entre os Estados” volta com muita força. Cada unidade da Federação poderá oferecer o benefício que bem entender para atrair novos negócios.

O blog está no FacebookTwitter e Google+.