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Arquivo : José Serra

Haddad igual a Kassab; Serra igual a Alckmin
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Fernando Rodrigues

Candidatos atuais a prefeito em SP repetem trajetórias dos nomes de 2008

Análise completa está na Folha de hoje. Um fato a destacar é que a disputa pela Prefeitura de São Paulo guarda similaridades com o que se passou em 2008. Eis 2 dados:

1) Nesta época, há 4 anos, Gilberto Kassab (então no DEM) estava com 14%. A mesma pontuação que tem hoje Fernando Haddad (PT).

2) E José Serra (PSDB) está com 22%, só 2 pontos a menos que os 24% registrados neste mesmo período em 2008 pelo tucano Geraldo Alckmin.

O que tudo isso quer dizer? Por enquanto, é só uma coincidência. Saberemos mais adiante.

Este Blog tem todas as pesquisas eleitorais do Brasil desde o ano 2000. Eis um quadro mostrando como estava a disputa paulistana nesta mesma época em 2008, 2004 e 2000:

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Haddad é candidato que mais declara gastos
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Fernando Rodrigues

Valores oficiais no TSE são parciais; petista de SP apresenta maior quantia

Lei permite que políticos ocultem valores; tucano Serra declarou gasto zero

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recebeu os dados da primeira prestação parcial de contas para as eleições 2012. O candidato que mais registrou despesas individuais até agora foi Fernando Haddad (PT), que disputa a Prefeitura de São Paulo.

O petista informou à Justiça Eleitoral que já teve despesas de R$ 10,7 milhões em sua campanha. O valor é 6,5 vezes maior do que o R$ 1,6 milhão declarado pelo 2º do ranking, Edson Giroto (PMDB), que concorre a prefeito de Campo Grande (MS). Os gastos de Haddad também equivalem a 8,73% do total de despesas individuais declaradas por 6.472 candidatos (R$ 122,7 milhões).

O modo como as contas são prestadas no Brasil, no entanto, não permite saber se há outros candidatos que gastaram mais do que Haddad. O petista é o que mais declarou gastos individuais até agora. Mas, numa campanha, os políticos dispõem de 3 tipos de contas: a individual, a do comitê de campanha e a do partido.

Ao lançar suas receitas e despesas nas contas dos comitês e dos partidos, os políticos acabam ocultando a contabilidade real de suas campanhas –sim, a lei brasileira permite tal anomalia.

Nesta fase da campanha os políticos são obrigados a apresentar os seguintes dados: 1) despesas individuais por candidatos; 2) despesas por partido; 3) despesas por comitê de campanha; 4) receitas individuais por candidato; 5) receitas dos partidos; 6) receitas dos comitês de campanha. O Blog baixou todos os dados da primeira prestação parcial de contas em formato bruto, como divulgado pelo site do TSE. Para baixá-los clique aqui.

As contas dos candidatos a prefeito de São Paulo –que é a disputa municipal mais importante do país– exemplificam a anomalia permitida pela lei brasileira. O quadro abaixo mostra os gastos individuais declarados pelos candidatos na capital paulista na primeira parcial do TSE:

Como se observa, alguns candidatos aparecem com nenhum gasto individual porque suas despesas são realizadas em nome do partido ou do comitê de campanha –o que, vale repetir, é legal, porém esdrúxulo.

O quadro abaixo mostra que, apesar de os candidatos não declararem gastos em seus nomes, os partidos declararam gastos no município de São Paulo (por meio dos comitês municipal e estadual). Mas, outra anomalia: não se sabe para quem foram os gastos. O dinheiro pode ter sido para a campanha de qualquer um dos candidatos na cidade, a prefeito ou vereador.

Além disso, os gastos das direções nacionais dos partidos também podem abastecer qualquer campanha de um de seus candidatos. O quadro abaixo mostra quanto cada direção declarou:

 

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“Surpresa” do momento em SP é Russomanno
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Fernando Rodrigues

O candidato Celso Russomanno é a “surpresa” do momento na principal eleição municipal do país, na cidade de São Paulo.

A esta altura não há dúvida de que Russomanno, no minúsculo PRB, está em alta. Há um mês ele tinha 21%. Pulou para 24%. E agora foi a 26% na pesquisa Datafolha de 19 e 20 de julho – empatando tecnicamente com José Serra (PSDB), cuja pontuação é 30%. Aqui, todas as pesquisas de 2012.

O que isso significa? Que Celso Russomanno pode até desidratar durante a campanha, mas ninguém mais sabe quanto tempo isso vai demorar e com qual intensidade pode (ou não) ocorrer.

Vários aspectos devem ser considerados:

1) candidato (in)visível: Russomanno era dado como um candidato invisível quando começasse a campanha por estar num partido nanico. Não será mais assim. Com seus 26%, ganhará mídia espontânea nos telejornais de todas as emissoras. É a melhor mídia possível, pois é por onde a maioria dos eleitores se informa;

2) horário eleitoral: como conseguiu se coligar ao PTB, Russomanno deverá ter cerca de 2 minutos por dia na propaganda de rádio e de TV. É pouco? Sim se comparado aos cerca de 8 minutos cada que José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT) terão. Mas é muito para um candidato hábil em dominar esse meio de comunicação.

Sobre a coligação de Russomanno com o PTB também é necessário dizer: esse foi o maior erro estratégico do PT na eleição paulistana. O PTB participa do governo Dilma Rousseff e poderia estar na aliança com os petistas na capital paulista.

3) piso para a queda: ninguém sabe qual é o limite mínimo para Russomanno. O que sempre se fala é que o candidato do PRB despencou em 2010, quando disputava a eleição para governador de São Paulo. Não foi bem assim.

Em julho de 2010, Russomanno pontuava 11% no Datafolha. Na eleição, teve 5,4%. Mas na capital do Estado, sua votação foi de 6,7% dos votos válidos. Ou seja, caiu 39% na cidade de São Paulo de julho até outubro de 2010.

Se esse cenário se repetir, o candidato do PRB pode chegar ao dia da eleição dese ano com algo próximo a 16%. É muita coisa. O suficiente para atrapalhar os planos de outros postulantes à segunda vaga na disputa.

Dessa forma, ficará acirrada a concorrência pelo segundo lugar –considerando-se que José Serra vai se manter à frente (o que também não é uma premissa imutável, mas parece no momento algo plausível –apesar da renitente rejeição que o tucano ostenta).

Nesse cenário, o petista Fernando Haddad continua a ter o potencial enorme representado pelo apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de toda a militância do PT. Mas como tem só 7%, terá de tirar de algum lugar os pontos extras para crescer. De Russomanno podem vir alguns desses pontos, só que não será tão fácil como parecia até há algumas semanas.

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Haddad reforça “lulodependência” em site
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Fernando Rodrigues

Candidato do PT a prefeito de São Paulo lança a Lula.TV na web

O candidato do PT a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, acaba de lançar o site “pense novo”, sua principal ferramenta online até outubro. Um dos grandes destaques é a Lula.TV, um dos setores da página que tem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como grande estrela.

Na versão beta do site, Lula fala 15 segundos: “É uma alegria estar aqui com vocês começando essa arrancada para a eleição de Fernando Haddad, prefeito de São Paulo. Nos próximos dias, estarei aqui com vocês para discutir todo e qualquer assunto. Aliás, vocês decidem. Aguardem”.

A ideia da campanha de Haddad é que Lula grave um vídeo novo por dia, todos os dias, até a eleição. Ou seja, o objetivo é usar de maneira extensiva a imagem do ex-presidente na web, possibilitando a viralização das mensagens lulistas.

Haddad não vê problemas em reforçar assim essa “lulodependência” durante a campanha para prefeito de São Paulo. Na avaliação do comando haddadista e do próprio candidato, trata-se de um privilégio poder dispor de uma figura tão popular como Lula diariamente.

E o site? Tem uma cara moderna, carrega com rapidez. Mas ao escolher o fundo preto vai um pouco na contramão do que se sabe até hoje dos hábitos e gostos dos internautas. Depois que o Google criou o costume de telas minimalistas, com fundo branco, tudo que é colorido –ou, no caso, preto– acaba provocando algum estranhamento.

Além da Lula.TV, há vários canais no site de Haddad: tvH (vídeos do candidato), “o novo pelo mundo”, “FALA.SP”, “inspira.SP”, “velhos problemas”, “novas propostas” e “o homem novo”.

A proposta toda, como o Blog ouviu, é que não seja “um mero site”, mas sim “um TED – superplataforma interativa”. Eis a imagem da home page do site de Fernando Haddad:

 

Página inicial do site “pense novo”, de Fernando Haddad

 

Vamos ver se haverá mesmo interação. O que há por enquanto não tem nada de conexão real, mas apenas vídeos e temas que são apresentados verticalmente do candidato/apoiadores para seus potenciais eleitores.

Aliás, quando se trata de redes sociais Haddad tem presença incipiente. O perfil do petista no Twitter tem cerca de 4.500 seguidores. Os dos seus principais adversários estão bem à frente: José Serra (PSDB) https://twitter.com/oseserra_  passa de 1 milhão de seguidores no Twitter. Gabriel Chalita (PMDB) tem 146 mil. Celso Russomanno (PRB) tem 14,5 mil.

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Chalita parado confirma embate PSDB-PT
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Fernando Rodrigues

Além da alta de Fernando Haddad (PT), a maior notícia da pesquisa Datafolha divulgada neste domingo (17.jun.2012) é que empacou (e até oscilou negativamente, dentro da margem de erro) a candidatura de Gabriel Chalita (PMDB) a prefeito de São Paulo.

A pesquisa Datafolha na cidade de São Paulo foi realizada nos dias 13 e 14 de junho. José Serra (PSDB) ficou com 30%, mesmo percentual que tinha na primeira semana de março. Aqui, todas as pesquisas disponíveis em disputas municipais pelo país.

O 2º colocado é Celso Russomanno (PRB), que oscilou de 19% em março para 21% agora. Russomano é uma personagem midiática. O seu percentual é em grande parte “recall” de suas participações passadas em eleições e em programas de TV. Em tese, a curva de intenções de voto do candidato do PRB poderá descrever uma descendente a partir de agora –como ocorreu na última eleição na qual ele foi candidato.

Em 2010, Russomano foi candidato a governador. Esteve em parte da campanha na redondeza dos 10% ou até um pouco acima. Na semana da eleição, segundo o Ibope, a taxa havia caído para 5% dos votos válidos. Nas urnas ele teve 5,42%.

Há também outro aspecto a ser considerado: o PRB tem apenas alguns segundos de tempo de rádio e de TV durante o horário eleitoral.Em eleições no Brasil, tempo de propaganda é quase sempre vital. Ou seja, são respeitáveis os 21% de Russomano, mas ele deve enfrentar dificuldades para manter essa taxa quando a campanha começar para valer.

Embolados em terceiro lugar, dentro da margem de erro, estão os seguintes candidatos:

 

Soninha Francine (PPS) – 8% (tinha 7% em março)

Fernando Haddad (PT) – 8% (tinha 3% em março)

Netinho de Paula (PC do B) – 7% (tinha 10% em março)

Gabriel Chalita (PMDB) – 6% (tinha 7% em março)

Paulinho da Força (PDT) – 5% (tinha 8% em março)

 

Que Fernando Haddad subiria nas pesquisas de opinião ninguém duvidava. Ele pertence ao partido hegemônico no plano federal e tem o apoio explícito do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É normal portanto que Haddad tenha chegado aos atuais 8%.

Uma surpresa moderada fica por conta de Gabriel Chalita, do PMDB. Ele é filiado ao maior partido brasileiro, aparece bem na TV e teve ampla exposição nas propagandas da sua legenda neste semestre –mais do que Haddad, pois o PT perdeu muitos minutos na Justiça. Não obstante suas aparições, Chalita não saiu do lugar. Oscilou negativamente de 7% para 6%.

O que isso significa? Que possivelmente a campanha paulistana pode mesmo afunilar entre o tucano José Serra e o petista Fernando Haddad. Havia até agora uma dúvida sobre se Chalita poderia crescer e ofuscar Haddad. A pesquisa Datafolha mostra que esse cenário parece ser cada vez mais inviável.

Apoiadores de Soninha Francine (PPS), Netinho de Paula (PC do B) e Paulinho da Força (PDT) poderão indagar: por que está sendo dada como inevitável a polarização PSDB-PT.

É uma boa pergunta. De fato, não está gravado em pedra que só Serra e Haddad têm condições de ir ao segundo turno. Mas o fato é que eles são os candidatos que têm à disposição as maiores estruturas partidárias e o maior tempo no rádio e na TV.

Soninha, Netinho e Paulinho –assim como Chalita– podem surpreender, mas são claramente “zebras” a esta altura da disputa.

No caso de Chalita, a se confirmar a sua desidratação nas próximas pesquisas, será mais uma história de decepção no PMDB ao buscar se renovar. O partido que foi tão importante na reconstrução da democracia está em constante agonia na cidade de São Paulo. Se Chalita fracassar, esse cenário só tende a piorar –e será uma derrota pessoal do vice-presidente da República, Michel Temer, o grande patrocinador do “projeto Chalita”.

Netinho de Paula também é um caso à parte. O candidato do PC do B está sendo pressionado a desistir já para que sua legenda possa apoiar Fernando Haddad no primeiro turno. A pesquisa Datafolha reforça a posição dos integrantes do PC do B que pretendem empurrar Netinho para fora da disputa.

Tudo considerado:

1) José Serra (PSDB) parece ter chegado ao seu limite de pontuação (30%) nesta fase da campanha. Oscilações (positivas ou negativas) mais robustas para ele podem vir com a propaganda no rádio e na TV;

2) Fernando Haddad (PT) cumpre a profecia há muito anunciada de subir nas pesquisas.

3) Gabriel Chalita (PMDB) apareceu muito na TV, mas não saiu do lugar.

4) candidatos de partidos médios e pequenos (Soninha Francine, Netinho de Paula e Paulinho da Força) terão dificuldades daqui para frente para reagir. E Netinho será pressionado a desistir para que o PC do B possa apoiar Haddad.

5) Celso Russomano (PRB) vive do seu recall e tende a desidratar a partir da propaganda eleitoral.

 

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Embate Serra X Haddad fica, por ora, adiado
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Fernando Rodrigues

corrida pela prefeitura paulistana permanece quase inalterada

O grande embate nacionalizado na disputa pela Prefeitura de São Paulo ainda não aconteceu –se é que vai acontecer. O PSDB, com José Serra, continua a liderar a disputa. Ele tem 31%. O suposto grande adversário do tucano, Fernando Haddad, do PT, está com 3%.

Esses são os resultados de uma pesquisa realizada pelo Ibope na cidade de São Paulo sob encomenda do jornal “O Estado de S.Paulo” e da TV Globo. Aqui, pesquisas anteriores sobre a disputa paulistana.

Esse cenário quase sem alterações em relação ao que se via há dois meses é um sinal de que a campanha ficará parada até o início das propagandas partidárias na TV, em agosto. Não se deve esquecer que haverá também Olímpiadas no meio do ano e o clima político tende a esfriar durante esses grandes eventos esportivos.

O segundo colocado no levantamento do Ibope é Celso Russomano, do PRB, com 16%. Depois, a lista se completa com os seguintes concorrentes (todos ainda pré-candidatos):

 

Netinho (PC do B) – 8%

Soninha (PPS) – 7%

Gabriel Chalita (PMDB) – 6%

Paulinho da Força (PDT) – 5%

 

O fato de Fernando Haddad ter apenas 3% nessa pesquisa (ele tinha o mesmo no Datafolha de 1-2.março.2012) mostra que a mídia espontânea que o petista vem tentando ganhar tem sido insuficiente para promover sua candidatura.

Como o PT foi punido pela Justiça Eleitoral e não terá direito a fazer propaganda partidária neste semestre, a única esperança de Haddad fica por conta do horário eleitoral, só a partir de agosto. E do apoio direto e explícito que espera receber de Luiz Inácio Lula da Silva.

Outra esperança coletiva dos adversários de Serra é a alta taxa de rejeição do tucano: 35% dos paulistanos não votariam nele de jeito nenhum. Ou seja, o candidato do PSDB tem mais gente (35%) dizendo que não votaria nele do que eleitores o apoiando (31%).

Já o candidato do PT, Haddad, tem uma taxa de rejeição de 12%.

As outras taxas de rejeição são:

 

Celso Russomano (PRB) – 13%

Netinho (PC do B) – 38%

Soninha (PPS) – 17%

Gabriel Chalita (PMDB) – 11%

Paulinho da Força (PDT) – 18%

 

Segundo o Ibope, foram entrevistados 805 eleitores em todas as regiões de São Paulo nos dias5 a7 deste mês.

A partir de agora há 3 momentos de possíveis alterações nas pesquisas de opinião:

O mais próximo é na primeira quinzena de julho, quando já estarão definidos quem vai mesmo ser candidato. Aí as pesquisas só colocarão em seus levantamentos os nomes de quem vai de fato estar na disputa –agora, muita gente fica por ali apenas esquentado o lugar para depois abrir espaço para algum outro nome.

Outro momento de mudança possível no quadro das pesquisas é quando se inicia a propaganda eleitoral na TV e no rádio. Isso é só em agosto.

Por fim, o quadro sucessório terá sua decantação final quando faltarem uns 10 dias para a eleição, que neste ano é em 7 de outubro. Aí os eleitores ficarão mais ligados no processo e tomarão suas decisões finais.

 

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O PT “bateu cabeça” em SP, diz Kassab
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Fernando Rodrigues

Para prefeito, titubeio de Fernando Haddad abriu caminho para Serra

O prefeito Gilberto Kassab (PSD) tem feito longas análises sobre o cenário atual. A um interlocutor, fez uma síntese do que se passou até agora na disputa pela sua sucessão, sobretudo a respeito do namoro de várias semanas entre ele o PT para uma possível aliança em torno do petista Fernando Haddad:

“O prefeito de São Paulo vai até você e oferece apoio. Junto iriam a máquina da Prefeitura e 20 vereadores. Aí você vai até o Lula e ele diz para você fechar o acordo. Aí você vai até a presidente Dilma e ela diz para você fechar esse acordo. Mas você fica sonhando na esperança de unificar o PT inteiro. E o PT bateu cabeça. Enquanto isso, o outro lado teve tempo de se reorganizar. Eu acho que esse episódio foi a primeira grande derrota do Haddad para ele próprio. É óbvio que se o acordo tivesse sido fechado e formalizado com o PT eu não teria mais como apoiar o Serra. Aliás, se eu tivesse fechado o acordo com o PT, o Serra não sairia candidato. Mas não houve o acordo por causa da atitude titubeante do Fernando Haddad e de alguns gatos pingados do PT”.

Aos 51 anos de idade e visto em Brasília como um dos mais habilidosos operadores políticos do país, o prefeito de São Paulo nunca fala com ressentimentos ao analisar cenários políticos. Ele de fato queria ter fechado um acordo com o PT. Mas os petistas foram lentos na operação.

Kassab afirma a seus aliados que manteve um relacionamento franco e aberto, de alto nível, tanto com o ex-presidente Lula como com a presidente Dilma Rousseff e com o restante da cúpula do PT. E ressalta que seu partido, o PSD, ficará com petistas em muitas disputas municipais neste ano. Por fim, que se o acordo na cidade de São Paulo não saiu, a culpa não foi dele.

Para Kassab, agora haverá necessariamente uma polarização entre Serra e Haddad, PSDB e PT. E nada mais: “Todos os outros vão virar pó. Não tem jeito. Só se fala nessas duas candidaturas agora”.

Mas e o candidato a prefeito de São Paulo pelo PMDB, Gabriel Chalita, que tem muito tempo de TV por conta do tamanho de seu partido? E Kassab: “Vai ser só Serra e Haddad. O Serra, pela sua dimensão política, pelo que representa para a cidade. E o Haddad porque terá o apoio do ex-presidente Lula e da presidente Dilma. Não sobrará espaço para os demais”.

A partir de agora, os candidatos começam a caça por aliados com o objetivo de aumentar o tempo de TV e rádio durante o horário eleitoral. A tendência é o PT arrebanhar mais apoios e ter o maior espaço para fazer propaganda.

“Mas isso é irrelevante no caso do Serra e do Haddad. Nesse jogo de alianças, há muitas análises equivocadas. A disputa ficou e ficará polarizada. E no segundo turno os tempos são iguais para os dois candidatos”, pondera Kassab.

O futuro de Kassab
Afinal, o que pensa e o que deseja Kassab para seu futuro político?

O prefeito de São Paulo vislumbra 3 caminhos para si: ser governador paulista, vice-governador ou senador

Kassab, tem um plano bem delineado sobre quais são suas opções e a viabilidade de cada uma delas.

Engenheiro de formação e sistemático por vocação, ele começa o fluxograma com duas possibilidades: vitória ou derrota de José Serra (PSDB) na disputa para prefeito de São Paulo.

Na hipótese de derrota –na qual ele não acredita– ficará pavimentado o caminho para um eventual rompimento entre Serra e o atual governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Claro, porque Serra atribuirá o fracasso em parte à falta de apoio do partido. E Alckmin terá uma responsabilidade razoável no pagamento dessa fatura.

Em caso de derrota de Serra neste ano, Kassab passaria a ser candidato declarado a governador de São Paulo em 2014.

E Serra? Aí tudo dependeria da correlação de forças partidárias em 2014, da popularidade do governo Dilma, do estado da economia e da disposição de um grupo de oposição querer um candidato presidencial de fora do PSDB. Serra, é claro, seria um postulante ao Planalto –mas esse cenário tem tantas variáveis que projetá-lo hoje com precisão é impossível.

Já num cenário de vitória de Serra na disputa para prefeito de São Paulo o horizonte fica mais claro para Kassab. Ele fará o que melhor se adequar aos planos de seu principal benemérito e mentor na política. Os dois caminhos mais exequíveis são encaixar-se (bancado por Serra) como vice-governador de Geraldo Alckmin quando o tucano disputar a reeleição, em 2014, ou sair como candidato ao Senado.

Esse exercício de futurologia em política, como se sabe, é muito arriscado. Kassab tem ciência dessa dificuldade, mas os planos são esses mesmos.

O prefeito de São Paulo tem a vantagem de ter transitado em todo o espectro político e coletado pouquíssimos inimigos irreconciliáveis –exceto parte da cúpula do DEM, sigla que mais sofreu com a criação do PSD.

Quando esteve com o PT e com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Kassab sempre disse de maneira clara que teria de apoiar José Serra se o tucano se lançasse candidato a prefeito. Usou uma máxima de ouro na política: “Pactos claros, amizades longas”.

Lula e os petistas podem estar chateados que Kassab de fato cumpriu o que disse, assumindo de vez a sua encarnação serrista. Mas nenhum petista poderá acusar o prefeito de não ter avisado antes como procederia.

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Cargo para PRB visa a derrubar candidatura de Russomano a prefeito de São Paulo
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Fernando Rodrigues

efeito colateral também importante é evitar críticas de cunho religioso contra Fernando Haddad

A decisão da presidente Dilma Rousseff de dar um cargo no governo federal para o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) tem um objetivo certeiro: tentar derrubar a candidatura de Celso Russomano a prefeito de São Paulo. Por tabela, facilitar a vida do petista Fernando Haddad, que também disputará a prefeitura paulistana neste ano.

Russomano era do PP, mas se indispôs com Paulo Maluf e bandeou-se para o PRB em 2011. O Partido Republicano Brasileiro, criado em 2005, tem ligação estreita com a Igreja Universal do Reino de Deus. Nas pesquisas de opinião, Russomano aparece com até 21% das intenções de voto, muito por conta de suas aparições em programas populares na TV. Aqui, a página mais completa da web com todos os levantamentos eleitorais disponíveis neste ano.

Com a ida do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) para a Secretaria da Pesca e Aquicultura, o Planalto espera ter pavimentado o caminho para que a direção nacional do PRB elimine do mapa a candidatura de Russomano –Crivella nega (leia a parte final deste post).

A nomeação de um representante do PRB para a Esplanada dos Ministérios é a primeira reação objetiva do PT e de Dilma Rousseff à entrada de José Serra (PSDB) na corrida pela sucessão de Gilberto Kassab na Prefeitura de São Paulo.

Os petistas correm para fechar o maior arco de alianças possível em torno de Haddad –e assim garantir um grande tempo de TV e rádio durante o horário eleitoral.

Religião & Haddad
Outro efeito colateral importante da nomeação de Marcelo Crivella é um acordo tácito para que os políticos evangélicos sob o guarda-chuva do PRB evitem críticas de cunho religioso contra Fernando Haddad.

Quano era ministro da Educação, Haddad envolveu-se na polêmica da cartilha sobre respeito a homossexuais em escolas. Logo os evangélicos e religiosos em geral classificaram a iniciativa de “kit gay”. A operação foi abortada, mas a imagem de liberal do petista permaneceu.

Há um temor do PT de que durante a campanha eleitoral deste ano Haddad possa ser alvo de políticos conservadores. Com a presença do PRB na Esplanada dos Ministérios, há um entendimento entre o governo Dilma e a cúpula do partido de Crivella para que sejam evitados os debates em torno de aspectos religiosos durante as disputas por prefeituras, sobretudo na cidade de São Paulo.

“Só tivemos conversas técnicas”
Após ser anunciado como novo ministro do governo Dilma, Marcelo Crivella negou que a nomeação tenha por objetivo tirar Celso Russomanno da disputa pela Prefeitura de São Paulo. “Acho que o PRB em São tem um candidato, que é o Celso Russomano, e em nenhum momento quando a presidente me convidou isso foi aventado. Pelo contrário, só tivemos conversas técnicas”, afirmou, segundo publicou a Folha.com. “Ela [Dilma] queria fazer uma homenagem ao povo fluminenese”, disse Crivella.

O político disse ainda ter “muita honra” de integrar a bancada evangélica no Congresso, mas que sua entrada no governo se deve à posição de filiado ao PRB e não à de integrante da bancada evangélica.

 

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Só com vitória em São Paulo PSDB freará expansão do PT nos grandes centros
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Fernando Rodrigues

Partido de Dilma e Lula tem 20% do eleitorado do G83, grupo das maiores cidades do país…

…tucanos têm apenas 8%; os outros partidos da oposição, nada.

Vencer a eleição na capital paulista, cidade com o maior nº de eleitores do país, é a chance que o PSDB tem de garantir respiro para si e para a oposição até 2014, quando haverá nova eleição presidencial. Caso o partido perca em São Paulo para o PT ou outro aliado do governo federal, a situação da oposição toda tende a se agravar ainda mais do que no cenário atual.

Hoje já é imenso o abismo entre o nº de eleitores comandados por governistas e oposicionistas no G83 –o grupo de 83 grandes municípios, formado pelas 26 capitais e as 57 cidades com mais de 200 mil eleitores. Juntas, essas 83 localidades têm 49,8 milhões de eleitores (37% dos eleitores que votarão para prefeito em 2012).

O PT e seus aliados no governo federal comandam 72% dos eleitores do G83 (correspondentes a 36 milhões de eleitores). O PSDB, único partido de oposição entre os 11 que têm prefeitos no G83, controla só 8% desse eleitorado (3,8 milhões).

Como é certo que o PSD, do prefeito Gilberto Kassab, não continuará na Prefeitura paulistana (ele não pode se reeleger nem tem candidatos competitivos) o partido que o substituir vai agregar para si 8,5 milhões de eleitores. A sigla que for vitoriosa na capital paulista subirá várias posições no ranking do G83 em termos de eleitores governados. Assim, poderá também ter mais influência em disputas futuras.

Se apenas São Paulo mudar o partido no poder e as outras 82 grandes cidades continuarem como estão, uma vitória do PSDB o deixaria com 25% do eleitorado do G83. Esse percentual pode não ser grandioso perante os 72% do PT e seus aliados governistas. Mas ganha importância perante os 20% do eleitorado do G83 que o PT continuaria a governar. Abaixo, quadros com detalhes sobre o G83:

Para comparar os partidos, o Blog cruzou os nomes e partidos dos prefeitos do G83 com dados do eleitorado nacional referentes a jan.2012 atualizados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Eleições e o G83
Em 2012 haverá eleições para prefeito no Brasil –o 1º turno será em 7.ou.2012 e o 2º turno em 28.out.2012. Segundo dados do TSE referentes a jan.2012, estão aptos a votar neste ano 134,5 milhões de brasileiros em 5.568 municípios.

Não votam para prefeito os eleitores residentes em Brasília (1,8 milhão de eleitores), em Fernando de Noronha (2,2 mil) e no exterior (212 mil).

O 2º turno só pode ocorrer em cidades com, pelo menos, 200 mil eleitores. Os dados do TSE de jan.2012 indica que há 81 cidades encaixadas nesse critério. Apesar disso, para efeito de análise, o Blog inclui as 2 capitais que não se enquadram nesse critério entre as cidades grandes. São elas: Palmas (141,3 mil eleitores) e Boa Vista (176,7 mil eleitores). Por serem capitais, têm relevância política suficiente para estar no “clube” dos grandes municípios.

A 2ª etapa da votação ocorre se nenhum candidato conseguir, no 1º turno, mais da metade dos votos válidos (que são todos os votos menos os brancos e nulos). Nos municípios com  menos de 200 mil habitantes a disputa termina obrigatoriamente no 1º turno, mesmo que o vencedor não tenha mais da metade dos votos válidos.

 

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Serra anuncia que participa de prévias em SP
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Fernando Rodrigues

O tucano José Serra anunciou nesta manhã (27.fev.2012) que deve participar das prévias do seu partido, o PSDB, para que seja escolhido o nome da legenda que será candidato a prefeito de São Paulo.

No seu perfil no microblog Twitter, Serra escreveu em três post separados:

1) Bom dia.

2) Hoje comunicarei por escrito  à direção do PSDB de São Paulo minha disposição de disputar a prefeitura de SP

3) Sempre fui favorável às prévias para a escolha do candidato a prefeito do PSDB. E delas pretendo agora participar.

Ou seja, Serra diz pretender participar das prévias do PSDB. Mas não está claro se essa disputa interna tucana continuará ou não marcada para domingo, 4 de março, ou se haverá alguma prorrogação.

Também é importante notar a escolha das palavras na principal frase escrita pelo tucano: “Sempre fui favorável às prévias para a escolha do candidato a prefeito do PSDB. E delas pretendo agora participar”. Ou seja, há uma pretensão. Mas essa pretensão pode não se cristalizar… se as prévias não forem realizadas. Mas aí seria necessário fazer uma costura grande para que todos os outros pré-candidatos renunciem a favor de Serra –o que, no momento, parece improvável.

Eis a imagem dos 3 posts de Serra no Twitter:

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