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Arquivo : Renan Calheiros

Poder e Política na semana – 5 a 11.mai.2014
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Fernando Rodrigues

Nesta semana, Dilma inaugura o Itaquerão e a Arena da Baixada e o Senado instala a CPI da Petrobras.

A presidente Dilma Rousseff reúne-se nesta 2ª feira com Marcelo Neri, presidente do IPEA e ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos. Na 3ª feira, recebe o relatório anual do CPJ (Committee to Protect Journalists) e lança investimentos do PAC 2 em obras de saneamento em municípios com até 50 mil habitantes. Na 4ª feira, Dilma estará no Rio para cerimônia de premiação de estudantes de matemática de escolas públicas. Na 5ª feira, Dilma realiza visita inaugural ao Itaquerão, em São Paulo. Na 6ª feira, Dilma vai a Curitiba para inaugurar a Arena da Baixada e lançar edital de parceria público-privada para o metrô da cidade.

Aécio Neves, pré-candidato do PSDB a presidente da República, reúne-se nesta 2ª feira em São Paulo com representantes do Sindicato Nacional dos Aposentados e do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial.

Eduardo Campos, pré-candidato do PSB ao Planalto, vai a Minas Gerais nesta 2ª feira receber título de cidadão nas cidades de Belo Horizonte e Contagem. Na 3ª feira, Campos apresenta palestra na Associação Paulista de Supermercados, em SP, e na 5ª feira participa da Expozebu, em Uberaba (MG).

Na 3ª feira, Renan Calheiros instala a CPI do Petrobras exclusiva no Senado. Na mesma data, Renan também deve pedir aos líderes partidários que indiquem os integrantes para uma possível CPI mista da Petrobras, que reúna deputados e senadores.

Ainda na 3ª feira, a bancada do PT na Câmara decide quem indicará para a vaga de vice-presidente da Casa.

Ao longo da semana, Paulo Skaf, presidente da Fiesp e pré-candidato do PMDB ao governo de SP, inaugura escolas e unidades do sistema Sesi-Senai no interior paulista, em Campinas, Piracicaba e Itu. Na 3ª feira, Alexandre Padilha, pré-candidato do PT ao governo paulista, é sabatinado pelo UOL, a “Folha” e o SBT.

Na 4ª e 5ª feiras, o Datafolha faz pesquisa nacional sobre eleição presidencial e popularidade do governo.

Eis, a seguir, o drive político da semana. Se tiver algum reparo a fazer ou evento a sugerir, escreva para frpolitica@gmail.com.

 

2ª feira (5.mai.2014)
Dilma e Neri – presidente Dilma Rousseff reúne-se com Marcelo Neri, ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos e presidente do Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas). Às 17h, no Palácio do Planalto.

Aécio em SP – Aécio Neves, pré-candidato do PSDB a presidente da República, reúne-se com integrantes do Sindicato Nacional dos Aposentados e do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial, na capital paulista.

Campos em Minas – Eduardo Campos, pré-candidato do PSB a presidente da República, recebe título de cidadão nas cidades de Belo Horizonte e Contagem.

Haitianos em SP – José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, reúne-se com Chico Macena, secretário de governo da Prefeitura de São Paulo, para discutir a situação dos imigrantes haitianos na capital paulista.

Emendas parlamentares – prazo final para que o governo dê a palavra final sobre os projetos técnicos das emendas parlamentares ao Orçamento deste ano.

Márcio França na TV – diretório paulista do PSB veicula propaganda em rede de rádio e televisão. O deputado federal Márcio França (SP), presidente estadual da legenda, deve usar o espaço para criticar a “política tradicional”. França é cotado como o candidato do PSB ao governo paulista, mas enfrenta a resistência de Marina Silva.

Violência contra jornalistas – Conselho de Comunicação Social do Senado promove audiência pública sobre violência contra jornalistas. Foram convidados Ideli Salvatti, ministra da Secretaria de Direitos Humanos, e Celso Augusto Schröder, vice-presidente da Federação Internacional dos Jornalistas.

 

3ª feira (6.mai.2014)
Dilma e o saneamento – presidente Dilma Rousseff lança investimentos do PAC 2 para obras de saneamento em municípios com até 50 mil habitantes. No Palácio do Planalto.

Agressões contra jornalistas – a presidente Dilma Rousseff tem audiência pela manhã com representantes da ONG Committee to Protect Journalists para receber o relatório anual da entidade, que trata de agressões contra jornalistas, a imprensa em geral e ameaças à liberdade de expressão.

Campos e Marina em SP – Eduardo Campos, pré-candidato do PSB a presidente da República, e sua pré-candidata a vice Marina Silva apresentam palestra na Associação Paulista de Supermercados, em SP.

CPI da Petrobras – Renan Calheiros, presidente do Senado, instala a CPI do Petrobras exclusiva no Senado. Renan também deve pedir aos líderes partidários que indiquem os integrantes para uma possível CPI mista da Petrobras, que reúna deputados e senadores.

Vice da Câmara – bancada do PT de deputados federais deve decidir quem indicará para a Vice-Presidência da Câmara, vaga desde a saída do deputado André Vargas (sem partido-SP).

Sabatina com Padilha – Alexandre Padilha, pré-candidato do PT ao governo de SP, é sabatinado pelo UOL, “Folha” e SBT em São Paulo. Às 11h, com transmissão ao vivo pela internet.

Coutinho na Câmara – Luciano Coutinho, presidente do BNDES, comparece à Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara.

PSDB contra Dilma – partido deve protocolar no Tribunal Superior Eleitoral ação contra o pronunciamento de Dilma Rousseff em rede nacional de rádio e TV no feriado de 1° de maio. Os tucanos alegam que Dilma fez propaganda eleitoral antecipada e pedem “direito de resposta” sobre as críticas à oposição.

Imprensa e democracia – Portal Imprensa promove o 6º Fórum Liberdade de Imprensa e Democracia, em Brasília. O ex-ministro do Supremo Ayres Britto e diversos jornalistas participam. O CPJ (Committee to Protect Journalist) lança relatório no evento.

Marco Aurélio em SP – Marco Aurélio Mello, ministro do Supremo Tribunal Federal e atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral, apresenta palestra sobre ética e cidadania. Também estarão presentes Jorge Gerdau, presidente da Gerdau, e diversos jornalistas e diretores de comunicação. Às 10h30, no Congresso Brasileiro de Comunicação Corporativa, na capital paulista.

Comércio Brasil-Argentina – representantes dos governos brasileiro e argentino fazem nova tentativa de acordo para destravar o comércio bilateral. O acordo para o intercâmbio comercial na indústria de veículos termina em 30.jun.2014.

PT na TV – legenda tem 3 minutos de propaganda em rádio e televisão, divididos em inserções de 30 segundos ou 1 minuto.

 

4ª feira (7.mai.2014)
Dilma no Rio – presidente Dilma Rousseff participa de cerimônia de premiação da 9ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas.

Marina no Tocantins – Marina Silva, pré-candidata a vice-presidente na chapa de Eduardo Campos, apresenta palestra em faculdade de Palmas, no Tocantins.

Datafolha em campo – primeiro dia da coleta de dados do levantamento do Datafolha sobre eleição presidencial e popularidade do governo federal.

Skaf no interior paulista – Paulo Skaf (foto), presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e pré-candidato do PMDB ao governo de SP, inaugura nesta semana diversas escolas e unidades do sistema Sesi-Senai no interior paulista. Nesta 4ª feira, vai a cerimônia de inauguração de escola do Senai em Campinas.

Alan Marques/Folhapress - 17.fev.2014

Lula na África – ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de evento organizado pelo seu instituto em Luanda, na Angola, sobre experiências no combate à pobreza.

Jogadores da Copa – Felipão anuncia a lista de jogadores da seleção brasileira de futebol convocados para a Copa do Mundo. No Rio.

STF e Lei da Copa – está na pauta do Supremo o julgamento da ação direta de inconstitucionalidade 4976, ajuizada pela Procuradoria-Geral da República, contra dispositivos da Lei Geral da Copa. A Procuradoria questiona artigos da lei que responsabilizam a União por prejuízos causados por terceiros e por fenômenos da natureza, que concederam prêmio em dinheiro e auxílio mensal aos jogadores das seleções brasileiras campeãs das Copas de 58, 62 e 70 e que isentam a Fifa do pagamento de custas e outras despesas judiciais no Brasil.

Black blocs – Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado debate projeto de lei que endurece a repressão contra o vandalismo em manifestações.

Geração de energia – Reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico avalia o cenário de abastecimento energético no país.

PDT discute economia – legenda realiza debate sobre metas de inflação, juros e crescimento com 3 economistas convidados. Na sede do partido em Brasília.

Hidrovias – Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) promove seminário internacional sobre navegação interior e transporte intermodal. Até 6ª feira (9.mai.2014), em Brasília.

Título eleitoral – último dia para solicitar a inscrição eleitoral ou pedir transferência de domicílio eleitoral. Também é o prazo final para jovens maiores de 16 anos se habilitarem para votar em outubro.

Indústria – IBGE apresenta resultado da Pesquisa Industrial Mensal sobre produção física.

Leis sobre infância – Câmara dos Deputados realiza o 2º Seminário Internacional Marco Legal da Primeira Infância, que discutirá a inclusão de leis sobre a primeira infância no Estatuto da Criança e do Adolescente.

Diretas Já, 30 anos – Câmara dos Deputados realiza sessão solene em homenagem aos 30 anos do movimento Diretas Já.

 

5ª feira (8.mai.2014)
Dilma em SP – presidente Dilma Rousseff realiza visita inaugural à Arena Corinthians, o Itaquerão, em SP.

Campos em Minas – Eduardo Campos, pré-candidato do PSB a presidente da República, participa da Expozebu, em Uberaba, e reúne-se com políticos locais.

Datafolha em campo – segundo e último dia da coleta de dados do levantamento do Datafolha sobre eleição presidencial e popularidade do governo federal.

Skaf no interior paulista – Paulo Skaf, pré-candidato do PMDB ao governo de SP, inaugura nova unidade do Sesi em Piracicaba.

Lula na África – ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa da edição africana do Fórum Econômico Mundial, em Abuja, na Nigéria, ao lado de outros líderes mundiais.

STF julga políticos – Supremo pode analisar inquérito contra o deputado federal Carlos Melles (DEM-MG) e julgar ação penal contra a deputada federal Aline Corrêa (PP-SP).

Greve de servidores – Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal decidem se farão greve para reivindicar reposição de 9,55% de perdas salariais no governo Dilma Rousseff.

Agricultura – IBGE divulga resultado do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola

Inflação – Dieese apresenta sua pesquisa nacional da cesta básica.

DEM na TV – legenda tem 5 minutos de propaganda em rádio e televisão, divididos em inserções de 30 segundos ou 1 minuto.

PC do B na TV – partido veicula propaganda em rede nacional. No rádio, das 20h às 20h10, e na TV, das 20h30 às 20h40.

 

6ª feira (9.mai.2014)
Dilma no Paraná – presidente Dilma Rousseff vai a Curitiba para inaugurar a Arena da Baixada, lançar edital de parceria público-privada para o metrô de Curitiba e inaugurar fábrica de caminhões da Daf.

Skaf no interior paulista – Paulo Skaf, pré-candidato do PMDB ao governo de SP, inaugura nova escola do Sesi em Itu.

Inflação – IBGE apresenta resultado do INPC e do INPC-A.

Gripe – último dia da campanha nacional de vacinação contra gripe.

Custo de vida – Dieese apresenta resultados do índice do custo de vida na cidade de São Paulo.

 

Sábado (10.mai.2014)
Programa de Padilha – Alexandre Padilha, pré-candidato do PT ao governo de SP, apresenta processo de elaboração do seu programa de governo. Na Assembleia Legislativa do Estado, às 10h.

Operação nas fronteiras – governo federal deve lançar a operação Ágata 8, com varredura nas fronteiras brasileira para apreender armas e drogas.

Itaquerão – Corinthians promove partida entre jogadores do próprio time no Itaquerão. A expectativa é levar 20 mil pessoas para as arquibancadas.

DEM na TV – legenda tem 5 minutos de propaganda em rádio e televisão, divididos em inserções de 30 segundos ou 1 minuto.

 

Domingo (11.mai.2014)
Obras de Guarulhos e Viracopos – aeroportos devem inaugurar obras de ampliação. Há receio de que as obras de Viracopos não fiquem prontas a tempo. Nesse caso, a concessionária pode ser multada em até R$ 150 milhões.

Mercosul – países do Mercosul reúnem-se em Caracas para discutir proposta de estabelecer livre comércio com a União Europeia.

PMDB na TV – legenda tem 4 minutos de propaganda em rádio e televisão, divididos em inserções de 30 segundos ou 1 minuto.

Lituânia vota – país báltico elege seu novo presidente.

 

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Decisão de Renan sobre CPI dá tempo para oposição repensar a estratégia
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Fernando Rodrigues

mas governo também ganha oxigênio para tentar reagrupar seus aliados no Congresso

Pedro Ladeira/Folhapress

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou nesta quarta-feira (2.abr.2014) que a decisão final sobre a CPI da Petrobras ficará com a Comissão de Constituição e Justiça da Casa.

Foi uma saída política. Renan atuou em várias frentes.

Primeiro, ajudou ao governo porque a CPI da Petrobras continua não instalada. O Palácio do Planalto terá um pouco de oxigênio para trabalhar seus aliados no Congresso. Apresentar algum fiapo de investigação para tentar convencer alguns de que está tomando providências. Enfim, a presidente Dilma Rousseff e sua equipe terão um pouco de espaço para trabalhar politicamente.

Segundo, Renan não desagradou totalmente a oposição (apesar dos discursos em contrário), porque sinalizou que pode haver uma CPI mais adiante. No fundo, está mais ou menos claro que a investigação é viável. Agora, será apenas uma questão de formatação dessa eventual CPI.

Por fim, em terceiro lugar, mas talvez mais importante, Renan deu um pouco de tempo para que a oposição ganhe espaço na mídia reclamando alguns dias ou semanas –afinal, a CCJ só analisará o tema na semana que vem. A oposição também poderá refletir se a estratégia de uma “CPI do fim do mundo” (a única que será possível instalar), investigando tudo, serve aos interesses eleitorais de quem pretende chegar ao Palácio do Planalto.

É muito simples o cenário atual. Não se trata aqui de um jogo simples de gente “do bem” contra gente “do mal” debatendo se um ato de corrupção ou incompetência na Petrobras deve ser investigado. Isso é o que menos interessa à maioria dos senadores (há exceções, claro).

O que está acontecendo é um jogo político clássico de um ano eleitoral.

Com muita razão, a oposição decidiu que precisaria propor uma ampla investigação da Petrobras, sobretudo porque a estatal comprou uma refinaria nos Estados Unidos com um prejuízo na casa de US$ 1 bilhão. Pior ainda, a presidente da República admitiu que aprovou a operação sem saber direito do que se tratava e passou vários anos sem tomar uma providência a respeito.

Muito bem. É dever da oposição pedir tal tipo de investigação. Mas no Brasil é sempre necessário qualificar de maneira correta quem é (ou pode ser) oposição para valer. No caso, os pontas-de-lança a favor da CPI da Petrobras são o ex-governador por 8 anos de Minas Gerais, Aécio Neves, do PSDB, e o governador também por 8 anos de Pernambuco, Eduardo Campos, do PSB.

Seria muita ingenuidade supor que dois governadores de Estado, que pertencem ao establishment político brasileiro e são integrantes da elite mais estabelecida na história recente, possam propor investigar apenas uma estatal do governo federal. O jogo da política não é assim tão maniqueísta. Há estatais com problemas em todas as partes no Brasil. Por que não são investigadas? Porque o governo federal e dezenas de governos estaduais não têm interesse nisso.

Ao ser encurralado pela iminência da CPI da Petrobras, o governo federal reagiu dizendo que investigaria também possíveis irregularidades de administrações do PSDB e do PSB nos Estados. É péssimo para o Brasil que os políticos se anulem dessa forma –mas é da regra da política. Jogo jogado.

No Brasil, oposição com autoridade para propor investigações sobre qualquer coisa, sem temer uma revanche, só se encontra nos pequenos partidos de esquerda que nunca chegaram ao poder, como PSOL ou PSTU. Assim como o PT também foi um dia de oposição e defendia CPIs de manhã, de tarde e de noite. Agora, não mais.

Infelizmente, quando quem está no governo federal é o PT e quem está na oposição é o PSDB, os riscos para os partidos são sempre muito maiores do que o benefício para o Estado. Esse cenário também pode ser visto com lente invertida em São Paulo, onde o PSDB está no governo estadual e o PT faz o papel de oposição.

No final, a decisão de Renan Calheiros de postergar o desfecho desta novela foi uma obra muito bem elaborada de engenharia política, “a la Frank Underwood”, do seriado “House of Cards”. A oposição terá tempo para continuar a faturar um pouco mais nos noticiários da TV. Como já fez Aécio Neves reclamando no plenário do Senado e posando para as lentes das câmeras.

Mas Aécio Neves sabe que o controle de danos será duro numa CPI da Petrobras que também investigue negócios suspeitos relacionados ao PSDB. O mesmo vale para Eduardo Campos e o PSB.

Em resumo, daqui a uma semana uma ampla CPI poderá ser instalada. Talvez até demore um pouco mais, pois a decisão da CCJ pode ter de ser submetida ao plenário do Senado. Só que todos os lados envolvidos já terão desidratado bastante os seus ímpetos. Para o prejuízo do Brasil –que não verá uma investigação para valer– e para o benefício dos políticos que disputam cargos na eleição de outubro.

Simples assim.

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Governo fica nas mãos de Renan Calheiros
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Fernando Rodrigues

Presidente do Senado decidirá sozinho se requerimentos para CPI da Petrobras são válidos

Pedro Ladeira/Folhapress

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), decidirá sozinho nesta quarta-feira (2.abr.2014) o destino da CPI da Petrobras. Deve fazer um anúncio no início da tarde.

Renan tem à sua frente dois requerimentos de CPIs e um outro pedindo que nada seja feito.

A primeira CPI é a da oposição. Quer investigar a Petrobras apenas, sobretudo a compra de uma refinaria em Pasadena, nos EUA, que teria provocado um prejuízo de aproximadamente US$ 1 bilhão para a estatal.

A segunda CPI foi pedida pelos senadores governistas e visa a investigar a Petrobras, mas também o cartel do metrô em São Paulo e no Distrito Federal, a construção do Porto de Suape (em Pernambuco) e a Cemig, empresa energética de Minas.

Por fim, há também o pedido de que sejam rejeitados as duas CPIs, pois teriam um escopo muito amplo e isso estaria em desacordo com o Regimento Interno do Senado. Esse requerimento de nulidade foi apresentado pela senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), ex-ministra da Casa Civil. É pouco provável que Renan aceite esse argumento de Gleisi.

O mais provável é que o presidente do Senado diga que são legais as duas CPIs da Petrobras que estão sendo propostas. Mas uma se sobrepõe à outra, deve prevalecer a que tem lista mais ampla de investigações.

Para o governo o ideal seria não haver CPI. Essa é uma possibilidade hoje remotíssima. Embaralhar o jogo acaba sendo a saída. Ao investigar suspeitas de corrupção que atingem tanto o PSDB como o PSB, o Palácio do Planalto acredita que pode equilibrar o jogo –e o noticiário negativo inevitável que será produzido nos próximos meses.

Renan Calheiros poderia rejeitar a CPI ampla que vai investigar Petrobras, cartel de trens em São Paulo e um porto em Pernambuco. Mas deve aceitar e assim ficará novamente credor do Palácio do Planalto.

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Ao enquadrar PMDB, Dilma também subjuga o Congresso
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Fernando Rodrigues

A presidente Dilma Rousseff tem olhado as pesquisas de opinião e sabe que é bem vista pelos eleitores quando dá um “chega prá lá” no PMDB. É isso que ela está fazendo agora, anunciando que não vai ceder a uma parte da bancada peemedebista na Câmara, que deseja mais poder no governo –cargos e verbas do Orçamento.

Muitos aplaudem essa atitude de Dilma Rousseff. Se a presidente cedesse estaria se curvando à fisiologia. Claro. Mas há um efeito colateral grave nesse embate. Ao esculachar o PMDB e dizer não ao maior partido brasileiro, a presidente também pratica um ato de força, pois está ao mesmo tempo subjugando o Congresso aos desígnios do Palácio do Planalto.

Essa sobreposição entre Poderes ficou escancarada ontem, domingo (9.mar.2014). Desde a última sexta-feira (7.mar.2014), estava anunciada uma reunião entre Dilma Rousseff e a cúpula do PMDB. Participariam os seguintes peemedebistas: Michel Temer (vice-presidente da República e presidente nacional licenciado do PMDB); Renan Calheiros (presidente do Senado), Henrique Alves (presidente da Câmara) e Valdir Raupp (presidente nacional interino da legenda).

Cientes da tal reunião, a tropa peemedebista ficou em Brasília durante o fim de semana. Note-se que não se trata apenas de um grupo do PMDB. Trata-se aqui também dos dois presidentes das duas Casas do Congresso. Dilma fez com que ambos ficassem esperando pelo seu chamado no fim de semana.

Aí ocorreu algo inusitado. Durante o domingo (9.mar.2014), um funcionário do Palácio do Planalto informou a Michel Temer que o plano havia passado a ser o seguinte: uma reunião apenas com ele, Temer, no Palácio da Alvorada.

Os outros peemedebistas ficaram de castigo, do lado de fora, chupando o dedo e esperando o resultado do encontro. A espera se deu dentro do Palácio do Jaburu, residência oficial da Vice-Presidência da República.

Ao sair do encontro de aproximadamente duas horas com Dilma e com seu ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, o vice-presidente da República saiu resignado em direção ao Jaburu. Relatou aos colegas o novo pito que ouvira da presidente da República.

Dilma disse que não iria se submeter aos desejos fisiológicos do PMDB por cargos. Afirmou também que o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha, foi muito longe ao dar seguidas entrevistas e declarações afrontando o PT e o governo. Por fim a presidente disse que o PMDB terá de aceitar as nomeações de ministros que ela própria decidir.

Mas não parou por aí. Dilma também definiu, ela própria, quando queria receber para reuniões separadas outros caciques do PMDB. Nesta segunda-feira (10.mar.2014), faria encontros diferentes com Renan Calheiros e com Henrique Alves.

De novo, vale a pena ressaltar. Dilma Rousseff não está dando ordens apenas a dirigentes do PMDB. Ela está tratando também com os dois presidentes das duas Casas do Congresso –que bovinamente aceitam a determinação palaciana de participar dessas reuniões nas quais apenas são submetidos a carraspanas por parte da chefe do Executivo.

Alguns dirão: “O PMDB fez por merecer”. É verdade. Mas neste cenário atual, os peemedebistas arrastam também o Congresso para o buraco. Ajudam a depauperar ainda mais a imagem do Legislativo.

Dilma Rousseff pode fazer isso? Como se ouve sempre, na política não existe vácuo. Quem tem mais poder ocupa os espaços. Na atual conjuntura, o PMDB fracionado está dando não só um passo a mais em direção ao ocaso, mas também ajudando a desequilibrar a correlação de forças entre dois Poderes da República.

Haverá consequências, claro. Quais, ninguém sabe ao certo.

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Dilma não cede e vai enfrentar PMDB
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Fernando Rodrigues

Presidente informa ao partido que vai nomear ministros, mesmo sem o aval de peemedebistas

A presidente Dilma Rousseff informou neste domingo (9.mar.2014) ao PMDB que vai nomear ministros como bem entender se o partido não recuar de sua posição beligerante na Câmara dos Deputados.

O ultimato de Dilma foi feito no início da noite, pessoalmente, ao vice-presidente da República, Michel Temer. A petista se reuniu com o peemedebista no Palácio da Alvorada.

O encontro deveria ter sido com mais caciques do PMDB, mas no final da tarde o Palácio do Planalto desconvidou o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), o presidente da Câmara, Henrique Alves (RN), e o presidente nacional da legenda, Valdir Raupp.

Só Michel Temer foi recebido.

Na conversa, Dilma Rousseff expressou novamente toda a sua irritação com o líder do PMDB na Câmara, o deputado federal Eduardo Cunha (RJ). Reclamou do teor de entrevistas recentes de Cunha e disse que não gostaria de discutir com ele a respeito de quais ministérios vão caber ao PMDB na reforma que está em curso.

A partir de agora, a presidente vai conversar com alguns grupos do PMDB de forma separada.

Nesta segunda-feira (10.mar.2014), às 9h30, Dilma deve receber para uma conversa novamente Michel Temer, que estará desta vez acompanhado de Renan Calheiros e do líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE). A presença de Renan e de Eunício foi determinada pela presidente da República.

Em seguida, às 10h30, a presidente ordenou que sejam convidados para uma reunião Henrique Alves e Valdir Raupp.

Em data e horário ainda a serem definidos, Dilma pretende também conversar com o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e com o prefeito do Rio, Eduardo Paes, ambos do PMDB.

A petista não disse, entretanto, como pretende acalmar a bancada de deputados do PMDB, insatisfeita por estar prestes a perder algum espaço na Esplanada dos Ministérios.

O Blog apurou que a estratégia de Dilma é a seguinte:

1) enquadrar o PMDB: dizer aos caciques do partido com quem ainda mantém alguma interlocução que não pretende ceder ao líder peemedebista na Câmara, Eduardo Cunha. Deseja isolar Cunha ao máximo. Agora, considera-o um adversário a ser derrotado;

2) aliciar outros partidos: tentar na reforma ministerial fechar o apoio definitivo de partidos médios, como PTB, PP, PSD e outros. Ficaria assim garantido um tempo de TV e rádio suficiente para fazer a campanha da reeleição com um certo conforto.

O desfecho dessa estratégia, no entender do pensamento dilmista, é que o PMDB ficará emparedado e sem opções. A sigla acabará vindo por decantação para dentro da aliança eleitoral comandada pelo PT. E a presidente da República terá, se tudo der certo como ela espera, passado para a história como “a política que dobrou o fisiologismo do PMDB”.

Vai dar certo? O tempo dirá.

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Na TV, Renan Calheiros diz ter feito “escolhas equivocadas”
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Fernando Rodrigues

Presidente do Congresso evita citar caso do implante capilar com uso de avião da FAB

O presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (AL), faz um mea culpa na propaganda do PMDB, seu partido, que será transmitida em rádio e televisão na noite desta 5ª feira (27.fev.2014).

“Já fiz escolhas equivocadas, e a gente paga o preço”, afirma Renan, sem mencionar o uso de jatos da FAB para ir até o Recife implantar 10.118 fios de cabelo ou a Porto Seguro (BA) para uma festa de casamento.

Em sua defesa, diz já ter feito também “escolhas acertadas” e que o importante é “saber seguir em frente”. Assista abaixo:

 

Excetuando a breve autocrítica de Renan, o programa mostra o PMDB como uma legenda capaz de realizar escolhas que beneficiam a população –no passado resistiu à ditadura, e hoje combate os “entraves da vida pública”, diz o presidente nacional do partido, senador Valdir Raupp (RO). O objetivo atual seria buscar “a democracia da eficiência, da transparência”.

Dirigida pelo publicitário Elsinho Mouco, a peça, de 10 minutos de duração, usa como enredo a importância das escolhas feitas por pessoas e legendas. Mostra o PMDB querendo fugir da imagem de partido fisiológico, que sempre está no governo, não importa qual seja esse governo. Desde o fim da ditadura militar, a legenda fez parte de quase todos os governos (as exceções foram parte do governo de Fernando Collor e o início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva).

Apesar da disputa ferrenha entre o governo Dilma Rousseff e o PMDB, que lidera nestes dias um “blocão” de 7 partidos no Congresso para pressionar a administração federal, o vídeo pede aos eleitores que votem pela continuidade. Cabe ao vice-presidente da República, Michel Temer, afirmar que todos sabem o quanto o país “ganhou nos últimos anos” e que “isto não pode parar”.

Em um laivo de inspiração existencialista a fazer tremer Jean-Paul Sartre, o vice-presidente também diz que os brasileiros “são livres para escolher”, mas não estão livres de “arcar com as consequências de nossas escolhas”.

A propaganda valoriza a presença feminina. Dos 10 políticos premiados com alguns segundos no vídeo, 4 são mulheres: a senadora Kátia Abreu (TO), a deputada federal Fátima Pelaes (AP), a prefeita de Boa Vista Teresa Surita e a presidente do PMDB Mulher do Distrito Federal Ericka Filippelli. Os discursos fazem referência ao baixo número de mulheres no Congresso e à violência doméstica.

Também estão presentes o deputado Henrique Eduardo Alves (RN), presidente da Câmara, o senador Eunício Oliveira (CE), líder do PMDB no Senado, e o deputado federal Eduardo Cunha (RJ), líder do partido na Câmara. Assista à íntegra abaixo:

 

Há um ano, em 28.fev.2013, o partido entulhou 16 peemedebistas em sua propaganda, também com 10 minutos. O resultado ficou parecido com um trem fantasma político e mostrava como a legenda estava dividida. Gravado na torre de TV digital de Brasília, desenhada por Oscar Niemeyer, o programa tinha a inglória missão de imprimir um ar moderno ao PMDB. Com apenas 10 políticos, a peça deste ano ganhou leveza.

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PMDB usa o papa e evita políticos na TV
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Fernando Rodrigues

Programa de 10 minutos só começa a ter imagens de políticos aos 6m24s
Líderes do partido aparecem de maneira fugaz e Michel Temer saúda pontífice

Reprodução

O programa do PMDB que vai ao ar em rede nacional às 20h30 de hoje (22.ago.2013) tem uma estratégia clara de evitar mostrar políticos. O destaque do programa, com 10 minutos de duração, são atores contratados falando sobre democracia e os movimentos de rua do Brasil.

Além disso, o “grand finale” é com o vice-presidente da República, Michel Temer, fazendo uma saudação ao papa Francisco, que aparece no programa.

Houve uma determinação da direção partidária do PMDB para que fossem evitados políticos em série nas imagens da propaganda neste semestre. O publicitário Elsinho Mouco seguiu as instruções e só aos 6m24s aparece, em uma legenda, uma menção ao PMDB.

O partido só é citado de maneira explícita a partir dos 8m32s. Até este ponto do programa, o telespectador desavisado não consegue descobrir a qual partido se refere o filme. É quando começam os discursos mais tradicionais de integrantes da legenda.

No final, aparecem brevemente Michel Temer, o presidente do Senado, Renan Calheiros, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, e o presidente interino da sigla, Valdir Raupp. O programa tem muito menos políticos do que a propaganda do primeiro semestre, quando 16 rostos do PMDB foram mostrados na tela da TV. Neste, apenas 4 apareceram.

O partido repete uma estratégia já usada em suas propagandas no Rio de Janeiro. Naquele Estado, a propaganda peemedebista mostrou apenas cenas fluminenses e não teve nenhuma imagem do governador do Estado, Sérgio Cabral, e do prefeito do Rio, Eduardo Paes, ambos filiados ao PMDB.

Na Argentina, a tentativa de usar a imagem do papa Francisco em busca de dividendos políticos não deu certo. Em agosto, em plena campanha eleitoral, um cartaz que mostrava o pontífice, em sua visita ao Brasil, cumprimentando a presidente Cristina Kirchner e seu protegido Martín Insaurralde despertou a ira da oposição e mal-estar na Igreja.

Assista ao programa do PMDB:

 

 

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ONG quer via rápida para acabar com voto secreto no Senado
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Fernando Rodrigues

A organização de campanhas online Avaaz entrega nesta 3ª feira (9.jul.13) no Congresso uma petição com 395 mil assinaturas pelo fim do voto secreto na eleição de presidente do Senado. A entidade, de perfil liberal, apoia as diversas Propostas de Emenda à Constituição (PECs) que tramitam no Congresso sobre o tema, mas sugere estratégia mais simples e rápida para ampliar a transparência no Senado: mudar seu regimento.

Para isso, mira projeto do senador Pedro Taques (PDT-MT) que está na pauta de 4ª feira (10.jul.2013) da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. O texto modifica o regimento do Senado, determinando o voto aberto para a eleição de presidente da Casa. Se aprovada na CCJ, a proposta dependeria apenas de uma nova aprovação no plenário do Senado.

“A aprovação de PECs demora muito, precisa passar por comissão especial, ser votada em 2 turnos, pode levar até 1 ano. E há medidas concretas que não precisam ser aprovadas via PEC”, afirma Pedro Abramovay, diretor de campanhas da Avaaz no Brasil e ex-secretário nacional de Justiça do governo Lula. Ele calcula que, se houver interesse dos senadores, a proposta de Taques poderia ser votada no plenário ainda nesta semana. “É uma questão urgente e fácil de ser liquidada”, diz.

O debate sobre a votação secreta para presidente do Senado ganhou força em fevereiro deste ano, quando Renan Calheiros (PMDB-AL) foi eleito para o cargo em meio a pressões de organizações civis e da própria Avaaz para que renunciasse à sua candidatura.

À época, o voto secreto na eleição para presidente serviu de escudo para que senadores votassem no peemedebista sem assumir o desgaste.

Renan foi eleito, derrotando a candidatura alternativa do próprio Taques, mas um levantamento feito pela Folha à época registrou o constrangimento de senadores em admitir publicamente o voto no peemedebista.

Na contagem oficial, Renan teve 56 votos, mas apenas 35 senadores disseram à reportagem que tinham votado nele.

Já com Taques, que hoje quer acabar com o voto secreto, a situação foi inversa: ele teve 18 votos, mas 24 senadores disseram à Folha que haviam votado nele.

(Bruno Lupion)

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Poder e Política na semana – 8 a 14.jul.2013
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Fernando Rodrigues

A maior expectativa do poder e da política nesta semana é sobre o tamanho das manifestações programadas para todo o país na 5ª feira. Muitas centrais sindicais defendem uma greve geral.

Devem também continuar a repercutir as viagens de autoridades em jatinhos da FAB. No Rio, tornou-se público que o governador Sérgio Cabral (PMDB) usa o helicóptero oficial para passar os fins de semana em sua casa de praia com a mulher, filhos, babás e o cachorrinho de estimação. No plano federal, o governo está prometendo nesta semana liberar dados dos voos de aviões da FAB.

No campo da diplomacia internacional, haverá pressão de Brasília sobre os EUA, depois de a administração de Barack Obama ter monitorado milhares de ligações telefônicas e e-mails de brasileiros.

Enquanto isso, em Brasília, o governo e o Congresso estarão ainda descolados da realidade e gastando tempo com uma eventual reforma política incerta e improvável.

Na 3ª feira, a Câmara instala comissão especial para avaliar a proposta de plebiscito sugerida pela presidente Dilma Rousseff sobre o tema. Também nesse dia, o plenário da Câmara vota minirreforma eleitoral, e a sua Comissão de Constituição e Justiça vota proposta que acaba com a reeleição.

Ainda sobre a reforma política, na 5ª feira, nas passeatas em todo país, alguns partidos (PT à frente) devem fazer a defesa do plebiscito proposto pela presidente Dilma Rousseff.

Nesta 2ª feira, Dilma lança o programa Mais Médicos, que propõe trazer profissionais de outros países para trabalhar pelo SUS.

Na 4ª feira, a CCJ da Câmara vota projeto de lei que amplia as hipóteses de contratação de trabalho terceirizado, que enfrenta forte oposição das centrais sindicais.

Ainda na 4ª, o Copom define e anuncia a nova taxa básica de juros da economia brasileira.

Ao longo de toda a semana, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, se reúne com prefeitos e governadores para tratar de investimentos federais em obras de mobilidade urbana.

Abaixo, o drive da semana:

Segunda (8.jul.2013)
Dilma e os médicos – presidente lança o Pacto Nacional pela Saúde, que inclui o programa Mais Médicos, para levar médicos brasileiros e estrangeiros a postos do SUS em cidades onde faltam profissionais, e o programa Mais Formação, que prevê a abertura de 11 mil vagas de graduação e 12 mil de residência. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) deve participar. Às 15h, no Palácio do Planalto.

Senado trabalha – o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) convocou sessão deliberativa extraordinária para hoje. A ordem do dia terá início às 14h. Na sessão extraordinária de 6ª (5.ju.2013), não houve quórum suficiente para votações importantes.

Miriam com prefeitos e governadores – a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, se reúne com os governadores e prefeitos das capitais de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) e Fernando Haddad (PT), Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB) e Eduardo Paes (PMDB), e Bahia, Jacques Wagner (PT) e ACM Neto (DEM), para discutir investimentos de recursos federais em obras de mobilidade urbana.

Reforma política 1 – movimento Eleições Limpas lança campanha pela reforma política na OAB de Goiás, em Goiânia. Participam o presidente do MCCE (Movimento Contra a Corrupção Eleitoral, Marlon Reis, e o secretário-geral da OAB nacional, Cláudio Pereira de Souza Neto. Às 18h.

Reforma política 2 – OAB do Distrito Federal promove debate sobre a reforma política, com a presença do deputado federal Miro Teixeira (PDR-RJ).

Terceirização – centrais sindicais se reúnem no Palácio do Planalto com representantes do governo, empresários e congressistas para discutir o projeto de lei 43.330/04, que amplia as hipóteses de contratação de trabalho terceirizado. O PL será votado na 4ª feira (10.jul.2013) na CCJ da Câmara. Se for aprovado, as centrais prometem intensificar as greves previstas para a 5ª feira (11.jul.2013).

Leão – Receita Federal libera consulta ao 2º lote de restituição do Imposto de Renda de Pessoa Física.

Rede social oficial – é previsto para hoje o lançamento do Observatório Participativo, uma rede social desenvolvida pelo governo. Nela, o visitante cria seu usuário e interage com os demais e com o próprio governo.

Água da Copa – o DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) promove seminário em Brasília sobre a fiscalização da produção de água mineral nas cidades-sede da Copa do Mundo de 2014. O evento vai até 4ª feira (10.jul.2013).

Aeroportos em debate – a Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado promove audiência pública sobre investimentos em aeroportos. O diretor-presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Marcelo Guaranys, é um dos convidados.

Emprego – FGV divulga o Indicador Coincidente de Desemprego e o Indicador Antecedente de Emprego.

Inflação – FGV divulga resultados do IPC-S

Centenário de Marighella – Senado homenageia o centenário do nascimento do líder comunista Carlos Marighella, morto em 1969.

 

Terça (9.jul.2013)
Proposta de plebiscito  – Câmara instala comissão destinada a analisar a proposta de plebiscito sobre reforma política, sugerida pela presidente Dilma Rousseff, e deve apresentar seus resultados em até 90 dias.

Fim da reeleição – CCJ do Senado deve votar PEC que acaba com a reeleição. A medida tem apoio da bancada do PMDB.

Minirreforma eleitoral – plenário da Câmara vota projeto que altera pontos da legislação eleitoral. Entre as medidas, uma impede que candidatos que renunciam às vésperas do pleito sejam substituídos na última hora. Outra estabelece que seja convocada nova eleição se um prefeito for cassado.

Reunião do Copom – Comitê de Política Monetária do Banco Central se reúne para definir a nova taxa básica de juros, a Selic, hoje em 8% ao ano. A reunião termina na 4ª feira (10.jul.2013)

Vetos presidenciais – o presidente do Senado, Renan Calheiros, retoma o cronograma de votação dos vetos presidenciais.

Centrais sindicais em Brasília – representantes da centrais sindicais se reúnem com o presidente do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) para ouvir pedidos de derrubada de vetos presidenciais que interessam aos trabalhadores. O fim do fator previdenciário é o principal.

Miriam com prefeitos e governadores – a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, se reúne com os vice-governador de Minas Gerais e o prefeito de Belo Horizonte, Alberto Pinto Coelho e Marcio Lacerda (PSB), com o governador do Ceará e o prefeito de Fortaleza, Cid Gomes (PSB) e Roberto Bezerra (PSB), com o governador do Paraná e o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB) e Gustavo Fruet (PDT), e com o vice-governador do Rio Grande do Sul e o prefeito de Porto Alegre, Beto Grill (PSB) e José Fortunati (PDT), para discutir investimentos de recursos federais em obras de mobilidade urbana.

Orçamento de 2014 – a Secretaria-Geral da Presidência da República e o Ministério do Planejamento realizam audiência pública com representantes da sociedade civil para debater o orçamento federal de 2014. A partir das 9h, no Auditório do Anexo do Palácio do Planalto.

Corrupção crime hediondo – a Câmara vota projeto proposto pelo governo do ex-presidente Lula para transformar a corrupção em crime hediondo. Projeto semelhante já foi aprovado no Senado há 2 semanas e depende de apreciação da Câmara, mas há uma disputa de protagonismo entre as duas Casas.

Vaga no CNMP – a CCJ (Comissão de Constituição de Justiça) do Senado analisa recurso do senador Wellington Dias (PT-PI) para que o plenário realize nova votação sobre a indicação do procurador da República Vladimir Aras para uma vaga no CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público). A indicação de Aras foi vetada na Casa na 4ª feira (3.jul.2013)

Reforma política tucana – PSDB apresenta proposta de reforma política: feita pelo Congresso Nacional, fatiada por temas, e submetida posteriormente a referendo popular.

PMDB reunido – Partido realiza reunião da executiva nacional, em Brasília, e discute a reforma política.

Bombeiros e policiais em Brasília – Policiais e bombeiros de todo o país devem ir à Esplanada dos Ministérios pressionara pela aprovação da PEC 300, que cria um piso nacional para a categoria.

Produção agrícola – IBGE divulga o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola

Orçamento de 2014 – Comissão Mista de Orçamento tenta votar relatório preliminar sobre o o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2014

Prefeitos em Brasília – prefeitos de todo o país participam da 16ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios. A sessão de abertura, às 9h30, terá a participação da presidente Dilma Rousseff, do presidente do Senado, Renan Calheiros, e do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves. O evento vai até 5ª feira (11.jul.2013).

Música na Câmara – o secretário de cultura da Paraíba, cantor Chico César, e o grupo Móveis Coloniais de Acaju apresentam manifesto cultural na Comissão de Cultura da Câmara em defesa de maiores recursos para o setor.

 

Quarta (10.jul.2013)
Dilma e indígenas – presidente se reúne com representantes de indígenas no Palácio do Planalto, dando sequência à agenda de encontro com representantes da sociedade civil estabelecida como resposta aos recentes protestos.

Reunião do Copom – Comitê de Política Monetária do Banco Central anuncia no final do dia a nova taxa básica de juros, a Selic, no momento em 8% ao ano. A expectativa do mercado é alta de meio ponto, para 8,5%.

Miriam com prefeitos e governadores – a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, se reúne com o governador do Ceará e o prefeito de Recife, Eduardo Campos (PSB) e Geraldo Julio (PSB), para discutir investimentos de recursos federais em obras de mobilidade urbana.

Estatuto do Nascituro – a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara realiza debate sobre “A violação dos Direitos Humanos do Nascituro (bebê concebido, mas ainda não nascido)”. Às 14h. O deputado João Campos (PSDB-GO), autor do projeto da “cura gay” engavetado na última semana, deve comparecer.

Trabalho terceirizado – a CCJ da Câmara vota o Projeto de Lei 43.330/04, que amplia as hipóteses de contratação de trabalho terceirizado, de autoria do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO).

Assembleia de metroviários – os funcionários do Metrô de São Paulo fazem assembleia para decidir se farão greve nesta 5ª feira (11.jul.2013).

Emprego – IBGE divulga sua Pesquisa Industrial Mensal sobre emprego e salário.

FGTS em debate – Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara debate a correção do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Foram convidados o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.

 

Quinta (11.jul.2013)
Protestos em todo o país – movimentos sociais e centrais sindicais vão às ruas no “Dia Nacional de Lutas com Greves e Mobilizações”. Podem haver paralisações e greves em todo o país, em defesa de pautas variadas, como redução da jornada de trabalho, fim do fator previdenciário e por um transporte público de qualidade. O MST, o PT e a CUT também devem erguer a bandeira do plebiscito sobre a reforma política. A Força Sindical tem dado sinais de que metalúrgicos e funcionários de montadoras de automóveis vão parar suas atividades. Em São Paulo, a concentração será no vão do MASP, a partir das 12h. No Rio, será na Candelária, a partir das 15h.

Médicos estrangeiros – A Comissão de Educação da Câmara realiza audiência pública sobre a possível entrada de médicos estrangeiros no Brasil sem prestarem o exame Revalida. Foram convidados o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Marina Silva – líder do Rede Sustentabilidade participa de café da manhã promovido pela Agência EFE de notícias no Instituto Cervantes, em São Paulo.

Comércio – IBGE divulga sua Pesquisa Mensal de Comércio

PTB na TV – partido terá 5 minutos de propaganda em rádio e televisão, divididos em inserções de 30 segundos ou 1 minuto.

PV na TV – legenda veicula programa partidário em rede nacional. Das 20h às 20h10 no rádio e das 20h30 às 20h40 na televisão.

 

Sexta (12.jul.2013)
Ato médico – último dia para a presidente Dilma sancionar ou vetar a lei do Ato Médico. Profissionais da saúde prometem entrar em greve se a lei for sancionada.

Aécio no Rio – Presidente nacional do PSDB se reúne com membros do diretório carioca do partido.

 

Sábado (13.jul.2013)
Marina e a Rede – líder do Rede Sustentabilidade participa de encontro de mobilizadores em São Paulo.

Butão vai às urnas – país asiático realiza eleições parlamentares.

 

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FAB diz não ter competência para questionar autoridades sobre uso de aviões
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Fernando Rodrigues

A FAB (Força Aérea Brasileira) divulgou nesta 5ª feira (4.jul.2013) nota oficial para se eximir de responsabilidade nos escândalos de uso de jatos oficiais por políticos.

No texto, a FAB explica que os voos podem ser requisitados por motivo de segurança e emergência médica, em viagens a serviço e deslocamentos para o local de residência permanente da autoridade. Mas afirma que não é competência da tripulação “questionar qualquer autoridade sobre detalhes da missão em andamento”.

A mensagem foi divulgada no Facebook da FAB e enviada, via Twitter, para dezenas de pessoas e veículos de comunicação que questionaram o uso de jatos oficiais.

Podem requisitar aviões o vice-presidente da República, os presidentes do Senado, da Câmara e do Supremo Tribunal Federal, ministros de Estado e comandantes das Forças Armadas. O motivo da viagem deve ser informado no ato da solicitação da aeronave.

Nesta semana, reportagem da Folha revelou que o presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN) usou um avião da FAB para levar a noiva, parentes dela, enteados e um filho ao jogo da seleção no Maracanã no último domingo (30.jun.2013).

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também usou jato da FAB para ir ao casamento do senador Eduardo Braga (PMDB-AM) em Trancoso, na Bahia. O avião foi de Maceió a Porto Seguro em 15 de junho e, na madrugada do dia seguinte, partiu para Brasília.

Hoje, a Folha revelou que o ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho (PMDB), também usou um avião da FAB no último fim de semana para ir ao Rio de Janeiro assistir à final da Copa das Confederações no Maracanã.

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