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Dilma é omissa com armamento da população, diz Aécio
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Fernando Rodrigues

Presidenciável do PSDB diz que omissão petista “encoberta” mortes por arma de fogo.

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou em sua coluna de hoje (25.mar.2013) na “Folha” que o governo de sua adversária Dilma Rousseff (PT) é leniente com o uso de armas pela população civil. Ele atribuiu ao governo federal responsabilidade pelas mortes causadas por armas de fogo.

A gestão petista, segundo Aécio, tenta “se livrar da questão da segurança como se fosse um “abacaxi” a ser resolvido pelos governos estaduais”. Para o tucano, “as 39 mil mortes causadas por armas de fogo por ano no país não podem continuar encobertas pela omissão e um silêncio inaceitáveis [do governo federal]”.

Possível candidato do PSDB à Presidência da República em 2014, Aécio Neves ainda não assumiu em público essa condição. Mas não perde oportunidades de criticar o governo Dilma e falar o que gostaria que o governo fizesse. Assim, ele insinua quais atitudes tomaria caso eleito. Esse tem sido seu discurso no Senado e também em eventos do PSDB.

No artigo publicado na “Folha”, o presidenciável tucano chamou de “ineficaz” a política de entrega voluntária de armas instituída pelo Estatuto do Desarmamento. E cobrou que o governo assuma o papel de “coordenador no combate à criminalidade”. Segundo Aécio, é preciso que o governo integre as forças de segurança, “inclusive as estaduais”; atue para melhorar o sistema prisional; e amplie seus investimentos em segurança.

 

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O discurso de Dilma para o PMDB
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Fernando Rodrigues

houve ênfase, mas é inegável que as portas ficaram abertas

Deu-se uma pequena guerra no final da convenção nacional do PMDB no sábado (2.mar.2013) por conta da interpretação do discurso da presidente Dilma Rousseff.

No trabalho de “spinning” feito pelos peemedebistas de má vontade ou insatisfeitos com o Planalto, Dilma deixou tudo em aberto a respeito da composição da chapa presidencial para 2014.

Já o “spinning job” feito pelos, vamos dizer, “peemedebistas-governistas de raiz” foi na direção oposta. Dilma teria deixado mais do que claro que a chapa em 2014 é entre PT e PMDB e os nomes são Dilma e Michel Temer.

E o que diz o discurso, de fato? No final deste post está a íntegra do que falou Dilma Rousseff e os internautas podem fazer seu juízo. É a versão escrita. Não contém improvisações. Por exemplo, nesse texto previamente preparado Michel Temer é citado 7 vezes. No final, esse número pula para 12 –sem grande alteração de conteúdo, mas apenas de ênfase.

[o texto não está no site do Planalto por ser uma manifestação privada da presidente].

E o que acha o Blog? Dilma e Temer vão repetir o casamento político-eleitoral em 2014? O Blog acha que há exagero por parte dos peemedebistas de ambos os lados ao fazer a interpretação peremptória do discurso presidencial.

Para o bem ou para o mal, o titular deste Blog tem assistido a convenções do PMDB desde a década de 80 (cartas e e-mails para a Redação para quem desejar se solidarizar com esse carma vivido pelo jornalista…). O fato é que nunca um ou uma dirigente do PT foi tão generoso com o PMDB como Dilma Rousseff no sábado (2.mar.2013).

Nem quando o PT recebeu o apoio, à época inédito, em 2010 para a chapa Dilma-Temer houve tantas palavras elogiosas. Inclusive em volume. Em 2010, Dilma discursou por 25 minutos. Agora, foram 45 minutos.

Por outro lado, Dilma poderia até ter emprestado uma metáfora futebolística de Lula. Por exemplo, sem infringir a lei (no Brasil o político que ocupa cargo público e admite candidatura fora do prazo legal está no sal com a Justiça), a presidente poderia ter dito: “Em 2104, em time que está ganhando não se mexe”.

Mas esse tipo de referência explícita não foi feita. Embora pareça ser óbvio que o mais natural seja a repetição da chapa Dilma-Temer em 2014.

Essa naturalidade, na explicação dos dilmistas, fica clara pelo seguinte:

1) importância das alianças: Dilma constatou em seu discurso de sábado que as alianças são partes fundamentais dos governos pós-ditadura. Não há governo sem alianças. Faz uma menção indireta ao caso em que não houve aliança e fracassou: o de Fernando Collor (“Apenas um governo não contou com ampla coalizão partidária de apoio. E foi o único que não concluiu o seu mandato”);

2) afago ao PMDB do bem: a presidente faz uma deferência ao passado decente do PMDB ao recordar as raízes da resistência do partido, ainda como MDB, ao citar Ulysses Guimarães e Tancredo Neves. Faz aí então uma relação entre PMDB e PT;

3) lembrai-vos de 2010: Dilma cita o discurso de 2010 quando formou-se a chapa com Temer (aliás, as citações elogiosas ao PMDB foram quase copiadas daquele texto…). A presidente fala que hoje a associação de 2010 tem ainda mais relevância, o que sinalizaria a reedição da aliança tal como está (“Ao participar da Convenção do PMDB em 2010, aquela que lançou a minha candidatura e a de Michel Temer ao governo da República, eu manifestei o que pensava e sentia. É muito importante perceber o quanto aquelas palavras tem sentido e significado ainda maior quanto mais o tempo passa”).

4) Michel Temer é o cara: a presidente faz muitas menções elogiosas ao atual companheiro de chapa. Essas citações, no entender do Planalto indicariam que Dilma quer ajudar Michel Temer a se solidificar como o único interlocutor do PMDB com força real dentro do governo federal. Daí a razão de haver ciumeira entre peemedebistas que hoje se sentem escanteados por Dilma.

Eis uma citação de Dilma sobre Temer e que provocou muita inveja em outros peemedebistas: “[Temer] divide comigo a responsabilidade pela condução do país e reforça, com suas qualidades de político competente, sério e excepcional negociador, a capacidade de articulação do governo tanto no plano internacional, representando o País com distinção e postura soberana. No plano interno, além da atuação administrativa contribui, de forma sistemática, para construir relações estáveis e construtivas com os demais poderes e junto à sociedade civil”.

Tudo considerado, é evidente que o PT e Dilma desejam reafirmar a aliança com o PMDB para 2014. É óbvio também que o ideal seria manter a chapa tal como está.

Mas é também claro que Dilma e o PT prepararam um discurso com palavras escritas e medidas com um paquímetro. Um bom texto político, que permite tudo, inclusive nada.

Até porque os discursos políticos devem ser lidos pelo que não dizem explicitamente. E pelas brechas que deixam para eventuais recuos de posições que no calor do pronunciamento parecem inarredáveis.

E eis o discurso:

Íntegra do discurso escrito da presidente
Dilma Rousseff na Convenção Nacional do PMDB

Brasília, 02 de março de 2013

[este é o discurso escrito que estava nas mãos da presidente. Com os improvisos, ela acabou citando Michel Temer 12 vezes; neste texto escrito há 7 citações]

É uma honra participar da convenção nacional do partido que é o maior parceiro do meu governo. O convite do PMDB para estar aqui ofereceu uma oportunidade extraordinária de celebrarmos, juntos, essa parceria sólida, produtiva e que, sem dúvida alguma, terá vida longa.

Ao participar da Convenção do PMDB em 2010, aquela que lançou a minha candidatura e a de Michel Temer ao governo da República eu manifestei o que pensava e sentia. É muito importante perceber o quanto aquelas palavras tem sentido e significado ainda maior quanto mais o tempo passa.

Disse, que os dois maiores partidos no coração do nosso povo, PMDB e PT, naquele dia se uniam numa grande frente pelo Brasil.

Que a experiência das lutas democráticas e a experiência das lutas sociais no Brasil estavam presentes nesta firme aliança.

Disse que seguiríamos mais fortes, em direção a um país melhor, mais justo, com direitos e oportunidades para todos, a partir daquela aliança.

Afirmei que vinha de longe as nossas lutas. E hoje mais uma vez reafirmo.

Que nossas lutas vem da resistência democrática e do combate à opressão, onde forjamos nosso compromisso inabalável com a liberdade e a justiça social.

Destaquei que era um tempo em que muitos de nós amargávamos o exílio, o cárcere, a perseguição odiosa.

Um tempo que não se pode contar sem reverenciar alguns dos grandes líderes do PMDB .

Homenageei e hoje mais uma vez homenageio a figura maior de Ulysses Guimarães.

Era outubro de 1973. Toda esperança parecia vã. Ulysses lançou-se anticandidato, em protesto contra ditadura.

Valendo-se da coragem como estratégia e da palavra como arma, levantou o país com um verso: “Navegar é preciso!”

No ano seguinte, o Brasil respondeu ao chamado com a estrondosa vitória eleitoral do MDB no Senado, na Câmara e nas Assembleias Legislativas.

Recordei também que quando os trabalhadores brasileiros voltaram a se levantar, nas grandes jornadas sindicais de 1978 e 1979, nossa luta ganhou novo ânimo e novos atores.

Ali nasceria o PT e a liderança do Presidente Lula.

Lembrei que estivemos juntos nas mobilizações da sociedade pela Anistia, pelo estado de direito, pelas eleições diretas, por uma Constituinte livre e soberana.

Coroamos esta jornada em 1988, entregando ao país uma Constituição profundamente democrática e socialmente avançada.

O que mais uma vez eu quero enfatizar é que a Constituição cidadã estabeleceu um vínculo indissolúvel entre democracia e justiça social, um vínculo mais que nunca fundamental para o Brasil e que foi assim definido por Ulysses Guimarães:

“O estado de direito, consectário da igualdade, não pode conviver com o estado de miséria. Mais miserável do que os miseráveis é a sociedade que não acaba com a miséria”.

Hoje damos mais um passo na nossa aliança. O PMDB é um dos protagonistas de uma das maiores coalizões já formadas para governar o Brasil em toda a nossa história. Juntos, estamos construindo um novo Brasil, mais justo, mais desenvolvido, do qual todos nos orgulhamos.

Minhas amigas e meus amigos do PMDB,

Desde a redemocratização do país, o Brasil tem sido governado por coalizões políticas amplas. O diálogo, o entendimento e a união de esforços na forma de alianças tornaram-se práticas usuais para a eleição de presidentes – e de governadores de Estado e prefeitos -,assim como para a formação de maiorias parlamentares e para o exercício do poder executivo.

Este tornou-se um traço institucional brasileiro. Em nosso país, convivem as características centrais do presidencialismo com a flexibilidade típica de regimes parlamentaristas.

As coalizões mais amplas e bem construídas costumam oferecer maior estabilidade política e segurança institucional. Não impedem crises, mas previnem e atenuam impasses. Constroem estabilidade e harmonizam os diferentes interesses que tem lugar num mundo complexo.

Desde que recomeçamos a eleger nossos presidentes pelo voto direto, apenas um governo não contou com ampla coalizão partidária de apoio. E foi o único que não concluiu o seu mandato.

Foi com governos de coalizão que o Brasil alcançou, ao longo de sua história, as suas maiores conquistas institucionais, políticas, econômicas e sociais. Tem sido assim e, provavelmente, assim continuará, porque já ficou demonstrado, com fatos, que amplas coalizões permitem tomar, sustentar e dar viabilidade a decisões relevantes, inovadoras e estruturantes.

Em meu governo, a ampla coalizão que conseguimos formar tem alcançado grandes resultados. O país avança, se moderniza, constrói paradigmas e se transforma de maneira célere e perene.

O PMDB nunca faltou ao meu governo. Independentemente das visões internas muitas vezes distintas dentro do PMDB, ele sabe ser e continua sendo o partido da unidade, da estabilidade e da governabilidade.

O PMDB não me oferece apenas apoio parlamentar ou a sua capilaridade em todos os lugares deste imenso país. O PMDB me ajuda a governar e, sobretudo, me deu uma das maiores contribuições: o vice-presidente Michel Temer, que divide comigo a responsabilidade pela condução do país e reforça, com suas qualidades de político competente, sério e excepcional negociador, a capacidade de articulação do governo tanto no plano internacional, representando o País com distinção e postura soberana. No plano interno, além da atuação administrativa contribui, de forma sistemática, para construir relações estáveis e construtivas com os demais poderes e junto à sociedade civil.

Michel Temer é o grande parceiro que eu poderia ter para as responsabilidades da Presidência da República. Digo que, com ele, formou-se uma dobradinha que se completa e se complementa. Só tenho a agradecer pelo seu trabalho, pela sua solidariedade e pela parceria, assim como o empenho e a dedicação dos ministros Edison Lobão, Garibaldi Alves, Gastão Vieira, Mendes Ribeiro e Moreira Franco.

Juntos, PT, PMDB e os demais partidos da nossa coalizão fizemos muito por este país. Nosso modelo de desenvolvimento criou uma classe média que já é maioria da população brasileira e passou a compor um dos maiores mercados internos de consumo do mundo, uma das bases de nosso dinamismo econômico.

Juntos, somente nestes dois anos de governo, retiramos da extrema pobreza 22milhões de brasileiras e brasileiros. Tenho certeza que terminaremos nosso mandato, amigo Temer e meus amigos do PMDB, tendo superado esta chaga que há séculos envergonhava o nosso país.

Aliás, também quero mais uma vez lembrar a bandeira que constava no discurso de posse que Tancredo Neves faria perante o Congresso Nacional. Ele nos deixou estas palavras, que estamos tornando realidade 28 anos depois:

“Enganam-se os que imaginam possível levantar uma nação rica e poderosa sobre os ombros de um povo explorado, doente, marginalizado e triste.

Uma nação só crescerá quando crescer cada um de seus cidadãos – no conhecimento, na saúde, na alegria e na liberdade”

Por estes milhões de brasileiros que retiramos da extrema pobreza e os milhões de brasileiros que batalham cotidianamente sonhando por uma vida cada vez melhor, conclamo o PMDB a continuarmos trabalhando juntos, para garantir que o fim da miséria seja só um começo!

Começo da formação profissional, da educação de tempo integral, das creches de qualidade, do investimento em transporte, da saúde e segurança pública de qualidade, de moradias dignas. Os brasileiros necessitam agora de novas oportunidades para construir uma vida melhor.

Minhas amigas e meus amigos do PMDB,

Juntos, nós fizemos muito, fizemos o que era difícil, fizemos o que parecia impossível, fizemos o que nossos adversários políticos, quando puderam, não souberam ou não quiseram fazer.

Nestes primeiros dois anos de governo, o PMDB foi parceiro decisivo para a construção de medidas e de políticas que vão resultar nas mudanças de que o país precisa.

Apoiou as medidas necessárias que exigiram negociação e muita vontade política.

Regulamentamos um novo sistema previdenciário para o funcionalismo público. Estabelecemos uma política de valorização do salário mínimo e pactuamos com os servidores regras de reajuste salarial até 2015, o que aumentou a previsibilidade do gasto público.

Modificamos a remuneração da caderneta de poupança, sem provocar qualquer prejuízo aos poupadores, para acabar com um indexador que impedia a redução da taxa de juros básica, a Selic. Hoje, os juros reais estão no menor nível da história do país.

Promovemos a maior redução das tarifas de energia que se tem notícia na história desse país. Com bem desenhadas parcerias entre o Estado e a iniciativa privada, daremos mais eficiência à nossa infraestrutura logística, principalmente em nossos portos, aeroportos, rodovias e ferrovias.

Promovemos desonerações tributárias e começamos a enfrentar o desafio de tornar nossa estrutura tributaria mais racional e mais favorável à produção. Desoneramos a folha de pagamento das empresas, facilitando a ampliação do emprego e reduzindo os custos de produção.

Temos zelado diuturnamente pela estabilidade econômica. A inflação foi mantida dentro da meta nos últimos nove anos. Praticamos uma política fiscal responsável e temos dado a necessária atenção à evolução do câmbio.

Estas e muitas outras medidas que tomamos, principalmente ao longo de 2012, passaram por uma fase inevitável de maturação e já apresentam seus primeiros bons resultados: os índices de desemprego são os mais baixos da história; a massa salarial continua se expandindo; a inflação está sob controle; a indústria dá sinais claros de retomada da produção e das vendas; o comércio e os serviços mantêm-se aquecidos; alcançamos um superávit primário recorde em janeiro e a relação dívida PIB é a menor da história recente; e temos certeza de um crescimento mais robusto do PIB em 2013.

Mais uma vez, os mercadores do pessimismo vão perder, como perderam quando previram o racionamento de energia. Mais uma vez, os que apostam todas as fichas no fracasso do país vão se equivocar. Torcer contra é o único recurso daqueles que não sabem agir a favor.

Em tudo o que foi feito, é normal que tenhamos enfrentado interesses divergentes, que estavam acostumados ao passado, e não queriam mudanças. Mas, com a força política da coalizão que sustenta o governo, o meu partido, o PMDB, cada um e todos os partidos aliados, nós estamos vencendo as resistências e os obstáculos e tomando as decisões políticas necessárias à construção de um novo Brasil.

Amigas, amigos e parceiros do PMDB,

Nosso governo –o  governo conduzido por mim e pelo meu amigo Michel Temer– tem a inclusão social como prioridade, a educação de qualidade como meta mais importante, a saúde pública como obsessão permanente e o crescimento econômico como cenário obrigatório e imprescindível para que o Brasil entre, altivo e eficiente, em uma nova etapa do seu desenvolvimento: um país de classe média.

O povo brasileiro percebe que nós sabemos o que deve ser feito, sabemos como fazer e de fato estamos fazendo. Percebe que estamos preparados para enfrentar qualquer dificuldade. Percebe que tornamos o país mais forte, e que não se intimida diante dos desafios e das crises.

O mundo viveu enorme crise, cuja intensidade começa a diminuir, mas sem oferecer ainda sinais de retomada clara do crescimento global. O Brasil não deixou de ser atingido, por ser impossível escapar ileso de uma situação mundial tão grave, mas continuamos crescendo, gerando emprego, distribuindo renda e melhorando as condições de vida do nosso povo.

Não faz muito tempo que crises até menores do que essa quebravam o Brasil, levavam o país a bater as portas do FMI, e impunham ao nosso povo sofrimento, carestia, desemprego e perda da esperança.

Nestes dez anos em que estamos juntos, mudamos o Brasil para melhor. Sob a batuta de um grande maestro, Luiz Inácio Lula da Silva, e nestes últimos dois anos fizemos mudanças profundas, rompemos com ciclos históricos de atraso, promovemos verdadeiras transformações e criamos novos paradigmas que não podem mais ser abolidos. Lançamos um olhar generoso sobre o povo, sobretudo sobre os mais pobres e os excluídos. Podemos dizer com orgulho, porque não abandonamos nosso povo agora a pobreza está nos abandonando.

Este compromisso com o povo brasileiro e seus direitos faz parte da história do meu partido e dos partidos que compõem a nossa base aliada. Mas faz parte, muito especialmente, da história do PMDB.

Criado em março de 1966 para ser um arremedo de oposição, subverteu a lógica da ditadura e se transformou no maior partido brasileiro – durante muitos anos o único abrigo e proteção institucional dos perseguidos e dos maltratados pelo regime de exceção.

O MDB de então tornou-se forte, legítimo, autêntico, popular – e ao longo da ditadura salvou muitas vidas, sempre conduzido pela liderança firme e inatacável do querido Ulysses Guimarães, um dos maiores símbolos da nossa luta contra a opressão.

Foi o próprio Ulysses que, em tom de blague, bem humorado que era, afirmou um dia: “O MDB é como pão-de-ló, quanto mais batem, mais cresce”.

Pois o MDB cresceu, virou PMDB, e com José Sarney na presidência da República, diante da fatalidade que nos levou Tancredo Neves, teve competência e sabedoria para conduzir a transição política do país da ditadura à democracia sem sobressaltos e com rigoroso respeito às instituições e aos direitos do povo.

Esse PMDB que mantém a identificação com seu passado e com sua história.

Minhas amigas e meus amigos,

Muito do que conseguimos alcançar deve-se à presença no centro do governo do Vice-presidente Michel Temer, ao apoio dos parlamentares do PMDB, ao apoio político do partido, à parceria no exercício do poder, à sua grande presença em todos os municípios brasileiros, à experiência administrativa em câmaras de vereadores, prefeituras e governos estaduais. Queria aqui ressaltar o papel da parceria com os governadores do PMDB, o gov. Silval Barbosa, Roseana Sarney, André Puccinelli e Confúcio Moura. Dou como exemplo a grande aliança pelo desenvolvimento do Rio de Janeiro, feita com o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes. Ontem, ao comemorar os 448 anos de aniversário do RJ, inauguramos a base de equipamentos para nossa fábrica de submarinos nucleares, o hospital geral da ilha do governador  e o Museu de arte do Rio, o MAR. Lá, no MAR, eu disse que mais que dinheiro é preciso uma parceria de qualidade para transformar a realidade. Uma parceria como  a que fizemos no Rio, com coragem e lealdade políticas, capacidade de gestão e com a força e a determinação de transformar.

Sras. e Srs. a proximidade do PMDB com o povo brasileiro tem sido um instrumento fundamental para o sucesso das políticas que temos implementado.

Por isso, encerro desejando longa vida ao PMDB e longa vida à nossa parceria. Me dirijo calorosamente ao meu amigo Michel Temer para agradecer o apoio, a solidariedade, a lealdade e a solidariedade, uma verdadeira parceria que, eu tenho certeza, continuará por longo tempo. Ainda temos muito o que fazer pelo Brasil, meu amigo. E eu quero continuar fazendo, junto contigo, junto com todos vocês e junto com o PMDB.

Muito obrigada.

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Bastidores: um ruído para Temer no PMDB
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Fernando Rodrigues

Presidente reeleito havia prometido ficar no comando da sigla…

…mas recuou avisando a quase ninguém que agora pretende se licenciar

Três caciques, pelo menos, ficaram boiando: Eduardo Cunha, Geddel Vieira Lima e Moreira Franco

O presidente nacional do PMDB, Michel Temer, não teve 24 horas de sossego depois de ser reeleito no sábado. Um grupo minoritário, porém ruidoso, ficou insatisfeito com o recuo do colega sobre como tocar o dia a dia do partido.

Haverá choro e ranger de dentes nos bastidores do PMDB. E em algum momento essa chorumela pode se transformar em algo prático.

Nas semanas recentes, durante intensas conversas, Temer havia aquiescido e concordado em assumir de maneira completa o PMDB. É que nos útimos 10 anos, ele ficou licenciado do cargo, período no qual assumiu interinamente o vice-presidente da legenda –o senador Valdir Raupp, de Rondônia.

Agora, o trato era que Temer seria reeleito para o cargo de presidente nacional do PMDB –o que se deu ontem, sábado, 02.mar.2013 – e não se licenciaria.

Essa promessa de Temer ajudou a debelar uma incipiente tentativa de alguns descontentes que pensaram em lançar uma chapa de oposição –com pouquíssimas chances de ganhar, mas com potencial enorme para tornar público o que todos já sabem: o racha histórico crescente dentro da legenda.

Mostrar um partido dividido era o que Michel Temer menos desejava neste início de 2013. Ele tem sido ameaçado por boatos quase diários de que alas do PT (sob o comando de Luiz Inácio Lula da Silva) pretendem tirá-lo da cadeira de vice na chapa presidencial de 2014 ao lado de Dilma Rousseff. O ideal no sábado era demonstrar um partido unificado ao seu lado.

Deu certo. Mas só até o final do dia.

Quando muitos já estavam a caminho do aeroporto para viajar de volta aos seus Estados, Michel Temer deu uma entrevista. Recuou em público da posição que havia assumido em privado: disse que iria sim se licenciar do cargo de presidente do PMDB e passar o dia a dia do partido para o senador Valdir Raupp (RO).

“Eu vou manter o mesmo sistema que eu vinha mantendo com o presidente Raupp”, afirmou Temer.

Quem conhece Michel Temer sabia que ele estava incomodado em assumir o papel de multipresidente –presidente do PMDB, vice-presidente da República e eventual comandante do Planalto quando Dilma Rousseff se ausentasse do país.

De fato, apesar de ser legal, essa situação produziria um despautério político. Haveria constrangimentos incontornáveis. Exceto com Ulysses Guimarães (nos anos 80), o Brasil nunca mais teve um presidente de partido no comando do país.

Temer ruminou em silêncio e vagou por esse labirinto na semana passada. “Assumo ou não o PMDB formalmente e viro um multipresidente causando um constrangimento político para mim e para o governo?”.  Ou a outra opção: “Digo que vou de novo me licenciar e me arrisco a ter uma oposição explícita contra mim na frente da presidente Dilma durante a convenção do partido?”.

Na dúvida, Temer parece ter seguido o ensinamento lusitano atribuído a d. João 6º: “Se não sabes o que fazer, não faças nada”. Ou seja, o líder do PMDB deixou a ala descontente de sua legenda pensar que ele assumiria integralmente o partido.

Foi uma boa estratégia. Temer foi reeleito. Os telejornais noturnos de sábado (2.mar.2013) mostraram imagens dele reeleito e nenhum sinal de dissidência entre os militantes do PMDB na frente de Dilma Rousseff (aqui o Jornal Nacional, o Jornal da Band e o Jornal da Record). Imagem é tudo –embora tenha sobrado sempre uma dúvida sobre a falta de ênfase no discurso de Dilma sobre quem será, de fato, o seu companheiro de chapa em 2014. Mas essa é outra história.

A forma melíflua com que Michel Temer tomou sua decisão provocou reações de assombro no início da noite de sábado (2.mar.2013). Quem se surpreendeu? O Blog identificou pelo menos 3 integrantes da cúpula do PMDB: o líder do partido na Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ), o vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal, Geddel Vieira Lima, e o ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Moreira Franco.

Os três só souberam que Temer havia desistido de se manter no cargo de presidente do PMDB por meio de conversas com jornalistas. “O compromisso era ele não se licenciar. Eu não sabia. É muito ruim se for isso mesmo”, declarou, ainda incrédulo, o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha, no final do dia e já fora do recinto da convenção.

O resumo da ópera é simples. Para uma parcela do PMDB houve ambiguidade de comportamento por parte de Michel Temer. Ele havia dito uma coisa para alguns aliados e fez outra na prática (prometeu que ficaria no comando do PMDB, mas declarou depois que vai se licenciar e passar o partido para o vice, Valdir Raupp)

Por que alguns peemedebistas queriam Temer no comando diário do partido? Por duas razões principais.

A primeira e mais pública é que não faz sentido um partido que é o segundo mais importante na aliança que governa o Brasil ser tocado por um presidente interino. A partir de agora, como se sabe, será necessário negociar acordos para formar palanques em 26 Estados e no Distrito Federal. Michel Temer, como presidente nacional do PMDB, segundo essa argumentação, teria mais poder para fazer as melhores negociações a favor do partido.

A segunda razão, essa mais oculta, é que uma ala do PMDB está irritada com o avanço e o poder do grupo de senadores da legenda –Renan Calheiros (AL) à frente, recém-eleito presidente do Senado. Renan fez uma campanha velada (para alguns até bem explícita) contra as eleições do presidente da Câmara, Henrique Alves (RN), e do líder dos deputados, Eduardo Cunha (RJ). Por essa razão, o time do PMDB na Câmara decidiu impor como vendeta a destituição do senador Valdir Raupp do cargo de presidente interino da legenda.

E agora, o mais importante: haverá consequências?

Possivelmente nenhuma. No curto prazo.

Michel Temer também pode vir a público e dizer que foi mal entendido. Pode declarar que vai assumir mais as tarefas políticas do PMDB, mas sem controlar a burocracia do dia a dia.

Vai ficar tudo o dito pelo não dito, um desfecho típico do PMDB. A ambiguidade é uma marca registrada do partido. Uma praxe acadêmica interna.

Mas os sinais estão emitidos.

Michel Temer tem o controle do partido, mas de uma forma um pouco mais precária do que o normal.

O Palácio do Planalto sabe disso. E gosta. O PT adora. Nada como ter um aliado enfraquecido internamente.

Tudo o que Dilma Rousseff, o PT e Lula querem é repetir a mega-aliança de 2010, que tinha dez legendas (e obter um tempo gigantesco na propaganda de rádio e TV). Nessa lógica, o PMDB é mais do que desejado. Só que a presença de Temer como candidato a vice só é um contrapeso que os petistas engoliram como um preço a pagar na época em que o peemedebista tinha, de fato, o comando mais robusto da sigla.

Se o PMDB fraquejar com Temer, o partido pode por obra de seus caciques regionais até ficar na aliança dilmista. Mas a garantia de Temer na cadeira de vice tende a sofrer ataques especulativos diários. Ainda mais agora, que ele usou sua astúcia e ambiguidade para engambelar alguns colegas da legenda.

Por fim,  conclui-se:

1) a tendência natural continua sendo o PMDB se entregar de novo ao PT na campanha presidencial para reeleger Dilma Rousseff;

2) mesmo com o ruído provocado agora, Michel Temer tem se mostrado mais habilidoso do que seus adversários dentro da legenda. Ele não chega a ser um Frank Underwood de House of Cards, mas se não for ele, quem comandaria o PMDB?;

3) quem está feliz vendo de fora essa trapalhada peemedebista é o PT e também, certamente, o PSB e Eduardo Campos, o eterno “plano B” de Lula para a vaga de vice de Dilma.

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Petista toma painel do DEM e começa confusão na Câmara
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Fernando Rodrigues

Amaury Teixeira (PT-BA) levou embora placa com a notícia do mensalão…

…painel foi feito pelo DEM para criticar o PT.

A Liderança do DEM na Câmara fez, na tarde desta 4ª feira (27.fev.2013), um ato de crítica ao PT que quase terminou em confronto físico. O líder democrata, Ronaldo Caiado (GO), inaugurou um painel no túnel que liga a Câmara a seus anexos que mostra a capa da edição da “Folha” de 2005 que noticiou o mensalão, capas de outros veículos e fotos dos petistas condenados pelo STF por causa do escândalo.

A placa dos Democratas foi colocada em frente a fotos coladas na parede do túnel para uma exposição sobre os 33 anos do PT. Na exposição, petistas excluíram o ano de 2005. Pularam de 2004 para 2006.

O Blog filmou o momento em que Caiado tirou um lençol vermelho de cima do painel e também o momento em que o deputado Amaury Teixeira (PT-BA) passou pelo túnel e levou embora o painel dos adversários.

Simpatizantes do PT vaiaram a iniciativa do DEM. Outros presentes começaram a gritar “mensaleiro” para protestar contra a atitude de Amaury Teixeira. Em seguida, o deputado petista desafiou presentes a xingá-lo de mensaleiro sem esconder o rosto. E a confusão começou. Assessores precisaram separar os presentes para evitar uma briga.

Sobre o painel, um funcionário da Câmara filmou o momento em que os petistas guardaram o painel do DEM na sala de sua própria Liderança. O Blog teve acesso ao vídeo e o publicou aqui. A imagem abaixo é um frame do vídeo que mostra o painel sendo levado para dentro da Liderança do PT.

O Blog foi à liderança do PT, mas não pode entrar. Funcionários negaram que o painel estivesse dentro da sala. A secretária do partido tomou o celular com o qual o Blog fazia imagens. Após reclamação, devolveu o aparelho ao repórter.

A assessoria de imprensa da Liderança do PT não atendeu o Blog até a publicação deste post às 17h06 de 27.fev.2013.

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PSDB acusa PT de plágio legislativo
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Fernando Rodrigues

Tucanos acusam petistas de copiarem trechos de projeto do deputado Bruno Araújo (PSDB-PE).

Proposta estabelece desoneração para a cesta básica.

Numa semana tensa, em que até os ex-presidentes Lula e Fernando Henrique trocaram farpas públicas, o bate-boca entre PT e PSDB só fica mais tumultuado. Tucanos publicaram no fim da tarde desta 6ª feira (22.fev.2013), no site do partido, uma nota em que acusam deputados do PT de plagiarem trechos de um projeto de lei apresentado em 2012 por Bruno Araújo, do PSDB de Pernambuco.

A proposta de Araújo estabelecia redução de impostos para desonerar a cesta básica. Foi aprovada pela Câmara e pelo Senado, mas vetada pela presidente Dilma. Agora, segundo os tucanos, os deputados Assis Carvalho (PT-PI) e José Guimarães (PT-CE) apresentaram um texto de mesmo teor, na forma de emenda à Medida Provisória 603 (que trata de benefícios a agricultores).

O texto publicado no site do PSDB afirma que “o texto idêntico em ambas as propostas é: Art. Ficam reduzidas a zero (0) as alíquotas para a Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público – PIS/PASEP, para a Contribuição para Financiamento de Seguridade Social – COFINS e para o Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI para os produtos alimentares de consumo humano que compõem a Cesta Básica Nacional”.

Procurado pelo Blog, o deputado José Guimarães, líder do PT na Câmara, disse ser a favor de “plagiar o que é bom”, tanto se o plágio for feito pelo PT quanto pelo PSDB. “Não tem mal nisso. Isso é bom”. Guimarães, no entanto, disse não saber se a emenda petista usou o projeto do tucano Bruno Araújo como modelo. “Subscrevi como líder. Dei apoio à ideia do Assis [do PT-PI]”, afirmou.

O Blog telefonou para o gabinete do deputado Assis Carvalho, mas não foi atendido até a publicação deste post às 19h40 de 6ª feira (22.fev.2013).

p.s.: a assessoria de imprensa da Liderança do PT na Câmara dos Deputados procurou o Blog após a publicação do post e, às 23h53, enviou a seguinte nota:

“A propósito de nota publicada hoje (22) no blog, com o título Tucanos acusam petistas de copiarem trechos de projeto do deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), a Liderança do PT na Câmara lamenta que, mais uma vez, a difusão de informações distorcidas pelos tucanos não contribui em nada para a elevação do debate fiscal, político e econômico no Brasil.

O Congresso Nacional inteiro sabe que foram os tucanos que plagiaram a proposta do PT isentando de impostos os alimentos da cesta básica. Trata-se do Projeto de Lei 3154/12, elaborado a partir de debates no Núcleo de Finanças e Tributação da bancada e subscrito por nove parlamentares petistas. Juntamente com este projeto, também apresentamos outro que visa criar o Imposto sobre as Grandes Fortunas (IGF), que tramita na Câmara na forma do PLP 130/12.

O referido projeto que trata da desoneração de cesta básica foi plagiado pelo PSDB, que o apresentou na forma de emenda a uma medida provisória (MP 563/12) que fortalece o Plano Brasil Maior, aprovada na sessão da Câmara do dia 16 de julho do ano passado. É preciso lembrar que o então líder tucano na Câmara, deputado Bruno Araújo (PE), reconheceu a autoria petista do projeto, mas o portal oficial do partido omitiu esta informação em notícia publicada no dia (17), sob o título “PSDB zera imposto da cesta básica”.

A emenda plagiada pelo PSDB foi vetada pelo Executivo, tendo em vista que a efetiva desoneração da cesta básica deve levar em conta tributos federais e também estaduais, assim como a geração de créditos tributários ao longo da cadeia produtiva. Grupo de trabalho criado pelo governo já avançou muito no assunto e em breve apresentará proposta de composição da cesta básica e sua respectiva desoneração.

A retomada da proposta, pelo deputado Assis Carvalho (PT-PI), um dos subscritores do projeto no ano passado, junto com o apoio do atual Líder na Câmara, José Guimarães (PT-CE), portanto, é legitima tanto do ponto vista legislativo quanto ético. Infelizmente, quando se trata de construir um país mais justo, os tucanos não tem nada a nos ensinar.”

 

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Lula evita Renan Calheiros
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Fernando Rodrigues

Petista recebeu presidente da Câmara, mas nada está marcado com presidente do Senado.

O ex-presidente Lula, principal articulador político do PT, trata de maneira diferente os novos presidentes da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Lula marcou reunião com Alves para hoje (22.fev.2013), mas não agendou nada com Renan Calheiros. Nem há sinais de que tal encontro vá ocorrer.

Os dois peemedebistas foram eleitos para o comando do Congresso sob uma saraivada de críticas e acusações de mal feitos. Mas o caso de Renan é muito mais midiático, até porque um escândalo fez com que ele renunciasse à Presidência do Senado em 2007. Na ocasião, o senador foi acusado de ter despesas pessoais pagas por um lobista da empreiteira Mendes Júnior (mais especificamente, a pensão de sua filha com Mônica Veloso).

Agora, no momento em que volta a comandar o Senado, Renan é acusado pela Procuradoria-Geral da República de apresentar documentos falsos para provar que podia pagar a pensão. Além disso, há uma grande mobilização anti-Renan: um abaixo assinado online já conseguiu mais de 1,5 milhões de assinaturas para que ele deixe a Presidência do Senado.

Contra Henrique Alves, também há acusações de peso: é investigado pelo Ministério Público, por exemplo,  por repassar dinheiro a empresas de aluguel de veículos, como registrado pela “Folha”. Mas ainda não teve a mesma repercussão dos casos envolvendo Renan Calheiros.

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Lula receberá Henrique Alves na 6ª feira em São Paulo
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Fernando Rodrigues

Tema do encontro será chegada de Alves, do PMDB, à Presidência da Câmara.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) receberá o novo presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB), em seu instituto, em São Paulo. O encontro será na 6ª feira (22.fev.2013) e deverá começar às 15h.

Lula já havia telefonado para o Henrique Alves no dia em que ele foi eleito presidente da Câmara (4.fev.2013), segundo informou a assessoria do peemedebista. Agora, a reunião será uma cortesia pela chegada do aliado ao comando da Casa.

A vitória de Alves, aliás, tem tudo a ver com Lula. Foi no governo do petista que começou a valer o acordo de revezamento entre PT e PMDB na Presidência da Câmara. Donos das maiores bancadas de deputados, os 2 partidos combinam em quem votar para o cargo. Elegeram Arlindo Chinaglia (PT-SP) para o biênio 2007-2008, Michel Temer (PMDB-SP) para 2009-2010 e Marco Maia (PT-RS) para 2011-2012. Agora, na vez do PMDB, o cargo ficou com Henrique Alves (PMDB-RN).

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FHC diz que PT parece “criança” e faz “picuinha” sobre governo tucano
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Fernando Rodrigues

Em vídeo, ex-presidente diz que gostaria que os petistas fossem “mais felizes”

Tucano responde previamente a comparação entre governos do PT e do PSDB

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso acaba de postar um vídeo na internet no qual rebate previamente a comparação entre as administrações do PT e do PSDB no Palácio do Planalto. Os petistas fazem uma festa amanhã (20.fev.2013) pelos 33 anos da fundação da sigla e 10 anos no comando da República.

FHC governou o Brasil por 8 anos, de 1995 a 2002. No vídeo, diz achar “uma coisa engraçada” a forma “de o PT comemorar”. Para o tucano, que aparenta estar de bom humor, o PT “em vez de ficar satisfeito com o que fez, não, ficam falando o que o outro não fez”. O PT governa o Brasil há 10 anos: de 2003 a 2010, com Lula, e de 2011 até agora, com Dilma Rousseff.

O tucano defende “comemorar a vitória do Brasil”, e não ficar “o tempo todo olhando pra trás”. Para FHC, “isso é coisa de criança, parece picuinha”. Na sua festa neste 20.fev.2013, o PT pretende apresentar números para argumentar que administra melhor o país do que na época do PSDB.

“Ainda bem que eu já estou maduro o suficiente para deixar para lá. Eles são assim mesmo. O que eu vou fazer? Preferiria que eles fossem mais espontâneos, mais felizes com o que estão fazendo e com o que o Brasil está fazendo. Mas cada um tem seu jeito. Deixa lá”.

Eis o vídeo de 48 segundos postado no Observador Político:

Eis a íntegra da fala de FHC:

Uma coisa engraçada é o modo de o PT comemorar. Em vez de ficar satisfeito com o que fez, não, ficam falando o que o outro não fez. E esquecem… Eles pensam que o Brasil começou agora. Não começou. No meu governo, eu mudei o rumo do Brasil, que estava muito desorganizado. Mas eu sei reconhecer o que no passado se fez de bom no Brasil. E cada vez que o PT acerta, meu Deus, é bom para o Brasil. O mal é quando ele erra. Quando atrapalha a Petrobras, atrapalha a Eletrobras. Aí, complica. Complica não é a mim, complica o Brasil. Mas é curioso. A gente deve comemorar a vitória do Brasil, e não ficar o tempo todo olhando pra trás. Isso é coisa de criança, parece picuinha. Meu Deus. Ainda bem que eu já estou maduro o suficiente para deixar para lá. Eles são assim mesmo. O que eu vou fazer? Preferiria que eles fossem mais espontâneos, mais felizes com o que estão fazendo e com o que o Brasil está fazendo. Mas cada um tem seu jeito. Deixa lá”.

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Poder e política na semana – 18 a 24.fev.2013
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Fernando Rodrigues

Esta é a 1ª semana útil do ano para os políticos em Brasília. O Congresso deverá voltar a ter sessões de votação e suas comissões temáticas voltarão a se reunir. Deputados e senadores deverão se ocupar da votação do Orçamento de 2013, que ainda não foi aprovado, e de achar uma solução para votar vetos presidenciais. Querem colocar em pauta o veto dado ao projeto de redistribuição dos royalties do petróleo, mas o STF determinou que votem primeiro os mais de 3 mil vetos anteriores.

Os principais eventos da semana, no entanto, serão partidários. Na 4ª feira (20.fev.2013) Lula e Dilma Rousseff estarão juntos no Anhembi, em São Paulo, para um evento do PT. Vão comemorar 10 anos do partido na Presidência da República e também os 33 anos da sigla. Lula ainda deve proferir a 1ª de uma série de palestras que quer fazer até o fim do ano sobre resultados da gestão petista.

Nesta semana será possível também medir o impacto inicial do lançamento do novo partido de Marina Silva. Ela fez um evento público em Brasília no último sábado (16.fev.2013) e agora trabalha para recolher as cerca de 500 mil assinaturas necessárias para formalizar sua sigla junto à Justiça Eleitoral.

A presidente Dilma, depois de passar o Carnaval na Bahia, anunciará medidas relacionadas ao Plano Brasil Sem Miséria, na 3ª feira (19.fev.2013). No mesmo dia, receberá o presidente do BID, Luis Alberto Moreno, e irá ao Encontro Nacional das Mulheres Camponesas. Na 4ª feira (20.fev.2013), antes de ir a São Paulo para o evento do PT, Dilma receberá em Brasília o primeiro-ministro da Rússia, Dmitri Medvedev.

Na 6ª feira (22.fev.2013), a presidente estará na África. Ela irá à Guiné Equatorial para a Cúpula América do Sul-África, e, depois, à Nigéria.

Nos próximos dias o governo também terá que se preocupar com possível greve dos portos. A Força Sindical, comandada pelo deputado Paulinho da Força (PDT-SP), tem feito campanha contra a Medida Provisória que redefine o modelo portuário do país. Na 3ª feira, em Brasília, sindicatos do setor deverão definir calendário de manifestações.

Na 5ª feira (21.fev.2013), o PPL (Partido Pátria Livre) terá 5 minutos em rede nacional. A sigla foi criada em 2011 e não tem nenhum deputado federal. Seu único representante no Congresso é um suplente de senador –João Costa, do Tocantins– que não recebeu nenhum voto na eleição para o Senado e só ficará no cargo até o titular, Vicentinho Alves, do Partido da República, voltar da licença. O Blog calculou quanto os senadores “sem-voto” gastaram do dinheiro do Senado nos últimos 2 anos: R$ 5 milhões.

Dois fatos podem também ocorrer nesta semana: definição do nome do ministro que vai ocupar a cadeira deixada por Ayres Britto, no STF (aqui, alguns dos cotados), e alguma pista mais segura sobre como será a dança das cadeiras na Esplanada dos Ministérios. Essas duas decisões estão exclusivamente com a presidente da República.

No domingo (24.fev.2013), a Itália elegerá seu novo governo. Silvio Berlusconi, que renunciou ao governo em 2011, pode voltar ao poder. Além da troca de comando, o país chama atenção da comunidade internacional por causa da sucessão do papa Bento 16. O Vaticano, Estado independente onde a Igreja Católica é soberana, fica dentro de Roma, a capital italiana.

A seguir, o drive político da semana:

 

Segunda (18.fev.2013)
Dedão de Dilma – presidente iria a Pernambuco, mas machucou o dedão do pé direito durante o Carnaval e cancelou a viagem. A Secretaria de Comunicação da Presidência informou que Dilma terá apenas “despachos internos” nesta 2ª feira.

Temer em São Paulo – vice-presidente da República, do PMDB, falará para cerca de 400 empresários conselheiros da Fiesp na sede da entidade presidida por Paulo Skaf, também filiado ao PMDB. Começará às 11h.

MP dos Portos – a Força Sindical, presidida pelo deputado Paulinho da Força (PDT-SP), irá ao Porto de Santos às 6h para dizer aos trabalhadores que o texto do Executivo torna precárias suas condições de trabalho. O governo quer evitar greve do setor.

Governo e a infraestrutura – Gleisi Hoffmann (Casa Civil), Antonio Patriota (Relações Exteriores) e Bernardo Figueiredo (Empresa de Logística) falarão sobre projetos de infraestrutura a embaixadores estrangeiros, no Itamaraty. Em breve, eles deverão ir ao exterior para buscar investidores.

Comissões do Senado – senadores deverão começar a definir os comandos de suas comissões temáticas. Esses grupos tratam de assuntos ligados a alguns setores –como educação, turismo, relações exteriores e economia– e podem elaborar projetos de lei, além de convidar empresários e autoridades a prestar explicações sobre suas atividades.

STF e a TV a cabo – Tribunal fará audiência pública sobre a nova legislação da TV por assinatura e as ações que a contestam. Especialistas foram convidados para falar. Em 25.fev.2013 o STF continuará a audiência.

Brasil e o Suriname – o ministro das Relações Exteriores do Suriname, Winston Lackin, será recebido por Antonio Patriota em Brasília. Entre os temas da conversa estará “eventual interconexão elétrica entre os dois países”, divulgou o Itamaraty.

Pedágio automático – a ANTT aceita sugestões sobre a arrecadação automática de pedágio nas rodovias federais concedidas. A agência recolhe informações para adotar o procedimento em estradas já concedidas e nas próximas licitações. Interessados podem enviar sugestões, até 15.mar.2013, pelo site da ANTT ou pelo e-mail ts004_2013@antt.gov.br.

Inflação – FGV publicará IPC-S.

Eleição na Armênia – país do Cáucaso fará eleições presidenciais.

 

Terça (19.fev.2013)
Dilma e a miséria – no Palácio do Planalto, presidente anunciará medidas relacionadas ao Plano Brasil Sem Miséria. Depois, às 15h, receberá o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno.

Dilma e as mulheres – no fim da tarde, às 17h, a presidente deverá ir ao Encontro Nacional das Mulheres Camponesas. Será no Parque da Cidade, em Brasília.

Orçamento 2013 e vetos presidenciais – serão os temas da reunião do Congresso Nacional convocada por Renan Calheiros (PMDB-AL), que é presidente do Senado e tem a função de comandar as reuniões conjuntas da Câmara e do Senado.

Governo encrencado – sem que o orçamento deste ano seja aprovado por deputados e senadores, o governo só pode fazer gastos básicos, sem autorização para grandes investimentos. Já os vetos são um problema porque, se forem colocados em pauta como sugeriu o STF, leis que aumentam gastos públicos poderão entrar em vigor. O prejuízo pode chegar a R$ 471,3 bilhões, como noticiou a “Folha”.

Greve dos portuários – categoria ameaça paralisação e fará plenária em Brasília para definir manifestações contra a MP 595, que redefine o modelo portuário brasileiro. O deputado Paulinho da Força (PDT-SP), presidente da Força Sindical, tem tomado a frente do movimento.

Alckmin e os deputados – governador de São Paulo, do PSDB, convidou os 70 deputados federais de seu Estado para café da manhã. Quer que todos votem juntos em questões como a dos royalties do petróleo. O tucano é contra derrubar o veto de Dilma, o que permitiria que recursos paulistas fossem redistribuídos para outros Estados.

Juízes e o patrocínio privado – Conselho Nacional de Justiça (CNJ) deverá retomar votação de medida que proíbe magistrados de aceitarem hospedagem e transporte pagos por empresas em seus eventos. O assunto começou a ser discutido em 5.fev.2013, quando 6 conselheiros votaram a favor da proibição.

Rollemberg e o Código do Consumidor – senador do PSB-DF preside comissão do Senado que avalia mudanças na lei e fará audiência pública sobre o tema nesta 3ª feira. Nos bastidores da política é sabido que Rollemberg é pré-candidato ao governo do Distrito Federal em 2014.

Emprego em São Paulo – Fiesp divulgará às 11h seu Índice de Nível de Emprego da Indústria de São Paulo referente a janeiro de 2013.

Comércio – IBGE divulgará pesquisa mensal de comércio.

Inflação Fipe divulgará IPC referente ao período de 16.jan a 14.fev.2013. FGV publicará IGP-M Segundo Decêndio e IPC-S Capitais.

 

Quarta (20.fev.2013)
Lula e Dilma em São Paulo – petistas participarão de ato em comemoração aos 10 anos em que governam o país. Também vão comemorar o aniversário de 33 anos do partido, completados em 10.fev.2013. Foram convidados presidentes das siglas aliadas, como PSB (Eduardo Campos) e PMDB (Valdir Raupp).

Palestra de Lula – o ato do PT será no Anhembi e incluirá a 1ª de 13 palestras temáticas que o ex-presidente quer fazer até o fim do ano sobre resultados dos governos petistas.

Dilma e a Rússia – antes de ir a São Paulo, presidente receberá em Brasília, às 9h30, o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev.

Temer e a Rússia – o vice-presidente da República presidirá junto com Medvedev a 6ª Assembleia do Comitê de Cooperação Russo-Brasileira.

Medvedev na América Latina – depois do Brasil, primeiro-ministro russo visitará Cuba, de onde irá embora na 6ª feira (22.fev.2013).

CNJ e a Copa – Conselho Nacional de Justiça vai criar o “Fórum Nacional de Coordenação de Ações do Poder Judiciário”. Será um órgão que deve preparar o Judiciário para tratar de fatos relacionados à Copa de 2014 e às Olimpíadas de 2016.

América do Sul e África – a 3ª Cúpula de países dos 2 continentes ocorrerá em Malabo, capital da Guiné Equatorial, até sábado (23.fev.2013).

 

Quinta (21.fev.2013)
PPL na TV – Partido Pátria Livre, criado em outubro de 2011, terá 5 minutos em rede nacional. Das 20h às 20h05 no rádio. Das 20h30 às 20h35 na TV. A sigla não tem nenhum deputado federal.

Indústria – CNI divulgará Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei).

 

Sexta (22.fev.2013)
Dilma na Guiné Equatorial – presidente chegará ao país africano para participar da Cúpula América do Sul-África.

Indústria – CNI publicará a Sondagem Industrial e a Sondagem da Indústria da Construção.

Inflação – IBGE divulgará Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15.

 

Sábado (23.fev.2013)
Dilma na Nigéria – presidente aproveitará ida à África para visitar outro Estado da região.

 

Domingo (24.fev.2013)
Eleição na Itália – país elegerá um novo parlamento e também um novo governo. Silvio Berlusconi, que deixou o governo em 2011 por causa de escândalos, é candidato.

 

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Maia se despede e alfineta Joaquim Barbosa
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Fernando Rodrigues

Petista deixa a Presidência da Câmara criticando o Poder Judiciário.

O deputado Marco Maia (PT-RS) fez hoje (4.fev.2013) um discurso de balanço de sua gestão como presidente da Câmara dos Deputados e agradeceu a várias autoridades. Quando chegou a vez do STF (Supremo Tribunal Federal), incluiu apenas 2 dos 3 presidentes com quem conviveu.

Marco Maia citou apenas os ex-presidentes do STF Cezar Peluso e Ayres Brito. Disse ter tido boa relação com ambos no período em que presidiram o Tribunal ao mesmo tempo que ele comandou a Câmara. Não citou o nome de Barbosa, que está no cargo desde 22.nov.2012 e portanto também exerceu o poder concomitantemente a ele.

No seu discurso, lido em um iPad, Marco Maia lembrou-se, no entanto, de Renan Calheiros como presidente do Senado, no cargo há só 3 dias. O Blog publicou a íntegra do discurso de Marco Maia, transcrito pelos taquígrafos da Câmara.

O deputado petista falou por cerca de 40 minutos. Começou às 10h30. Seus colegas não prestaram atenção –estavam em rodinhas de conversa paralela no plenário da Casa.

No final de seu discurso, Marco Maia fez menção velada ao STF e a Joaquim Barbosa. “Faço questão de ressaltar que não há como deixar de manifestar minha mais profunda preocupação com as interpretações circunstanciais de nossa Constituição por parte do Judiciário, responsável tão somente por sua guarda, mas que tem se arriscado a interpretações que só ao Legislativo cabem. Atitude muito preocupante, que segue exigindo postura enérgica e intransigente por parte do Legislativo”.

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