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Arquivo : Venezuela

Uruguai acusa José Serra de tentar comprar voto do país no Mercosul
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Fernando Rodrigues

Relato foi do ministro Nin Novoa, das Relações Exteriores,

Uruguai teria vantagens se apoiasse Brasil contra Venezuela

Caso foi noticiado nesta 3ª pelo jornal uruguaio El Pais

Paraguai e Brasil fariam “bullying” contra a Venezuela

Itamaraty convoca embaixador do Uruguai para dar explicações

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Reportagem do jornal uruguaio “El Pais” que traz relato sobre o caso

O governo do Uruguai acusa o Brasil de ter tentado comprar apoio para suspender a Venezuela do Mercosul.

O ministro das Relações Exteriores uruguaio, Nin Novoa, disse que o seu homólogo brasileiro, José Serra, foi o portador da proposta.

“Não gostamos muito que o chanceler [José] Serra tivesse vindo ao Uruguai para nos dizer que fosse suspensa a transferência [da presidência temporária do Mercosul para a Venezuela] e que, além disso, se houvesse a suspensão, eles nos levariam em suas negociações com outros países, como que desejando comprar o voto do Uruguai”, afirmou Novoa.

O relato do ministro uruguaio foi publicado nesta 3ª feira (16.ago.2016) numa reportagem do jornal “El Pais”, de Montevidéu, que obteve a informação de uma transcrição oficial de um depoimento de Novoa à Comissão de Assuntos Internacionais da Câmara dos Deputados daquele país.

Serra visitou o Uruguai em 5 de julho passado, em companhia do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Tiveram reunião com o presidente uruguaio, Tabaré Vásquez. Em entrevistas, o ministro brasileiro disse que faria “grande ofensiva” comercial na África subsaariana e no Irã e que “desejava levar o Uruguai” como “sócio”. Ao mesmo tempo, pediu aos uruguaios que deixassem em suspenso o processo de transferência da presidência do Mercosul para a Venezuela.

A Argentina, o Paraguai e o Brasil são contra que a Venezuela assuma a presidência rotativa do Mercosul. O Uruguai não se alinhou –daí a razão de José Serra ter pressionado o país em julho.

A atitude do Brasil “incomodou muito” Tabaré Vásquez e “bastante” o chanceler uruguaio. Segundo Novoa, o presidente Vásquez disse a Serra de maneira “clara e indubitável: Uruguai cumprirá a norma e vai apoiar a troca de presidência” do Mercosul.

Num outro trecho de seu depoimento, Novoa afirma que Brasil e Paraguai manipulam argumentos “eminentemente políticos” e têm o objetivo de “fazer bullying” com a Venezuela: “Digo com todas as letras. Violam o jurídico, que é este livro que estou mostrando, que contém o conjunto normativo [do Mercosul], e apresentam argumentos que não estão aqui. Querem eludir, erodir, fazer bullying com a presidência da Venezuela. Essa é a pura verdade”.

REAÇÃO BRASILEIRA
José Serra soube das acusações por meio do noticiário da mídia uruguaia. A primeira providência do Itamaraty foi convocar o embaixador do Uruguai em Brasília, Carlos Amorin Tenconi, para prestar esclarecimentos a respeito do episódio. Esse é um procedimento comum na diplomacia. O encontro deve ser às 17h.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil emitiu a seguinte nota nesta 3ª feira (16.ago.2016) sobre o caso:

“O Governo brasileiro tem buscado, de maneira construtiva, uma solução para o impasse em torno da Presidência Pro Tempore do MERCOSUL. A visita do Ministro José Serra ao Uruguai, no último dia 5 de julho, realizou-se com esse propósito. Ao Brasil interessa um MERCOSUL fortalecido e atuante, com uma Presidência Pro Tempore que tenha cumprido os requisitos jurídicos mínimos para o seu exercício e que seja capaz de liderar o processo de aprofundamento e modernização da integração.

Durante a visita ao Uruguai, o Ministro José Serra também tratou com o Presidente Tabaré Vázquez e com o Chanceler Nin Novoa do potencial de aprofundamento das relações entre o Brasil e o Uruguai e de oportunidades que os dois países podem e devem explorar conjuntamente em terceiros mercados. O Brasil considera o Uruguai um parceiro estratégico.

Nesse contexto, o Governo brasileiro recebeu com profundo descontentamento e surpresa as declarações do Chanceler Nin Novoa sobre a visita do Ministro José Serra ao Uruguai, que teriam sido feitas durante audiência da Comissão de Assuntos Internacionais da Câmara de Deputados uruguaia, no último dia 10 de agosto. O teor das declarações não é compatível com a excelência das relações entre o Brasil e o Uruguai.

O Secretário-Geral das Relações Exteriores convocou hoje o Embaixador do Uruguai em Brasília para uma reunião em que expressou o profundo descontentamento do Brasil com as declarações e solicitou esclarecimentos.”

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Só 3 autoridades principais do G20 confirmam presença na Rio 2016
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Fernando Rodrigues

Argentina, França e Itália enviam seus mandatários

Venezuela, Equador e Bolívia ainda não estão na lista

EUA mandam secretário de Estado, John Kerry

Leia aqui neste post a lista completa de quem vem

“Inteligência” dos jogos será comandada pela Abin

Viagem do Ministro das Relações Exteriores a Buenos Aires  Visita do Ministro das Relações Exteriores José Serra a Buenos Aires.   Foto: Embaixada do Brasil em Buenos Aires / MRE   23/05/2016

O ministro José Serra (Relações Exteriores) e o presidente da Argentina, Mauricio Macri (24.mai.2016)

Das principais autoridades que compõem o G20, grupo com as 19 maiores economias do mundo e a União Europeia, apenas 3 confirmaram presença na abertura das Olimpíada Rio 2016, em 5.ago.2016, no Maracanã. Devem participar da cerimônia o presidente da Argentina, Mauricio Macri, o presidente da França, François Hollande, e o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi.

Até agora, dignitários de 45 países estão na lista de presença do evento. Países vizinhos como Venezuela, Equador e Bolívia ainda não têm chefes de governo e de Estado confirmados.

Os Estados Unidos enviarão o secretário de Estado, John Kerry. A expectativa é que ele passe por Brasília quando vier assistir à abertura da Rio 2016. O norte-americano pretende conhecer um pouco mais o governo do presidente interino, Michel Temer.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, estará presente.

Na comparação com Olimpíadas anteriores, o número de chefes de governo e de Estado é ainda modesto. A expectativa é que mais autoridades confirmem presença nos próximos dias, mas não existe uma previsão exata.

Eis a lista das autoridades confirmadas por enquanto (clique na imagem para ampliar):

Autoridades-estrangeiras-abertura-Rio-2016-em-12jul2016TEMER E DILMA NO EVENTO
O presidente interino e a petista, que foi convidada para o evento, já têm seus lugares definidos na cerimônia.

O peemedebista ficará na tribuna central do Maracanã durante a abertura dos Jogos Olímpicos. A chamada “presidential box” terá 92 lugares. Metade destinada ao Comitê Olímpico e metade ao governo brasileiro. Michel Temer ocupará uma das cadeiras e ainda terá direito a 45 acompanhantes.

A presidente afastada, Dilma Rousseff, ficará na tribuna de honra, localizada no piso inferior ao do presidente interino. A petista ainda não decidiu se participará ou não da cerimônia.

SEGURANÇA DOS JOGOS
A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) apresentou nesta 4ª feira (13.jul) parte da estrutura disponível para a inteligência dos Jogos Olímpicos. A segurança está centrada em 3 eixos: defesa, segurança pública e inteligência. Este último é comandado pela agência em coordenação com outros centros espalhados pelo Rio e 5 cidades-sede dos jogos de futebol.

São 7 Centros de Inteligência: além do CIN em Brasília, há o Centro de Inteligência dos Jogos Olímpicos (CIJ) e o Centro de Inteligência dos Serviços Estrangeiros (CISE), no Rio; e outros 5 Centros de Inteligência Regionais: 1 em Belo Horizonte, 1 em Salvador, 1 em Manaus, 1 em São Paulo e 1 em Brasília.

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Sala do Centro de Inteligência Nacional (CIN) na Abin, em Brasília

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Temer pode viajar em julho e há divergência sobre quem assume a Presidência
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Fernando Rodrigues

Renan Calheiros ou Waldir Maranhão podem ocupar cargo

Há precedentes para que Renan fique no Palácio do Planalto

Aliados de Maranhão dizem que ele deve substituir Temer

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O presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (esq.) e o do Senado, Renan Calheiros

O presidente interino, Michel Temer, pode viajar ao Uruguai no dia 2 de julho. Há dúvidas sobre quem ocupará a Presidência da República enquanto Temer estiver fora do país.

Tanto o presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), quanto o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), podem substituir Temer. Se não houver acordo, a pendência poderá ser decidida pelo Supremo Tribunal Federal.

As informações são dos repórteres do UOL André Shalders e Luiz Felipe Barbiéri.

No Uruguai, Temer participaria de uma reunião da cúpula do Mercosul (Mercado Comum do Sul). Fazem parte do bloco econômico Brasil, Uruguai, Argentina, Paraguai e Venezuela.

Na reunião de 2.jul, o presidente venezuelano Nicolás Maduro deve assumir a presidência do bloco por um período de 6 meses.

PRECEDENTES
Especialistas ouvidos pelo Blog dizem que o mais provável é que a Presidência da República seja assumida interinamente pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Há precedentes nesse sentido. O mais recente ocorreu em mai.2013, quando Dilma, Michel Temer e o então presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, saíram do país ao mesmo tempo. Quem assumiu a Presidência da República foi Calheiros e não o então 1º vice-presidente da Câmara. Na época, o cargo era ocupado pelo ex-deputado André Vargas (ex-PT-PR).

Em maio, deputados do DEM entraram com ação no Supremo pedindo novas eleições para o cargo de presidente da Câmara. Um dos argumentos era exatamente o de que, com Waldir Maranhão na presidência, a Casa estaria impedida de exercer seu papel constitucional na linha sucessória da presidência da República.

“Se o presidente interino da Câmara pudesse assumir o cargo, não haveria necessidade da linha sucessória se estender até o presidente do Senado. Qualquer um que estivesse na presidência da Câmara poderia substituir o presidente da República”, argumenta o secretário-geral da Mesa Diretora da Câmara, Sílvio Avelino.

Aliados de Maranhão, no entanto, entendem que ele deveria, sim, assumir. “A lei é uma só e que eu saiba ela não mudou. O presidente da Câmara assume. Em todo caso, ele (Maranhão) deve reunir-se com Temer para acertar isso”, diz um assessor próximo ao presidente interino da Câmara, sob condição de anonimato.

PALÁCIO DO PLANALTO
O presidente interino ainda avalia alguns cenários para decidir se viaja ou não ao Uruguai. A condição tida como mais importante é a presença de Maurício Macri no evento. Temer espera a confirmação do presidente argentino para tomar uma decisão. Hoje, a tendência é de que Temer não compareça ao encontro.

Para o peemedebista, a viagem seria uma oportunidade de manter reuniões bilaterais com Macri. Entretanto, o Planalto entende que não vale a pena Temer participar da cúpula e virar alvo de críticas em razão de sua interinidade na presidência. A Venezuela não reconhece o governo Temer.

Outro cenário levado em conta é a proximidade de Montevidéu. O governo acredita ser possível que o PT organize caravanas para protestar contra Temer. Nesta situação, o ministro José Serra (Relações Exteriores) poderia representar o presidente por ter um discurso mais combativo.

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Minuta de contrato indica comissão de 3% da Queiroz Galvão na Venezuela
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Fernando Rodrigues

Brasileiros negociaram a taxa em projeto de irrigação

Não está claro se depois minuta virou contrato assinado 

Percentual incidiria sobre o valor total de obra pública 

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Estufas construídas pela Queiroz Galvão no Vale de Quíbor, na Venezuela

Um documento do acervo da empresa panamenha Mossack Fonseca sugere que a empreiteira Queiroz Galvão negociou o eventual pagamento de uma comissão para obter o contrato de uma obra pública do governo venezuelano –um projeto de irrigação. O recebedor do suposto benefício não é identificado.

Como o papel não está assinado, não é possível concluir se a transação foi efetivada ou não.

A minuta é datada de 2009 e redigida em espanhol. É o mesmo ano em que foi assinado também o contrato para as obras de irrigação na região do Vale de Quíbor, no Estado de Lara, Venezuela. À época, a Venezuela era governada por Hugo Chávez, morto em 2013.

O Blog procurou todos os mencionados na reportagem. Leia aqui o que cada um disse.

Em uma das cláusulas da minuta, a construtora se compromete a pagar “3% da soma total do contrato a ser assinado entre CQG [a Construtora Queiroz Galvão] e o Cliente [o governo venezuelano] como compensação de seus serviços”. Há uma certa confusão nessa cláusula, pois fala-se também em “dez” porcento.

As informações são originais, da base de dados da Mossack Fonseca. Os dados foram obtidos pelo jornal alemão Süddeutsche Zeitung e compartilhados com o ICIJ.

No parágrafo seguinte, parece claro que o percentual é mesmo de 3%. A construtora se compromete nessa minuta a pagar “ao Agente [o dono da offshore] 3% da soma aprovada para a execução da primeira fase assim que a Empresa [Queiroz Galvão] receber por parte do Cliente [governo venezuelano] a antecipação correspondente, ou seja, 3% de US$ 134.259.920,93”.

Eis trechos da minuta com os pontos sobre a possível comissão marcados (clique na imagem para ampliar):

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Minuta de contrato da Queiroz Galvão

A “comissão” por esta primeira fase seria de US$ 4,027 milhões, em valores da época. O montante descrito na minuta é compatível com o declarado na obra. O site da Queiroz Galvão afirma que o contrato firmado foi de cerca de US$ 1,5 bilhão.

Os e-mails de 2 funcionários da Queiroz Galvão são mencionados na minuta retida pela Mossack, ambos originados do domínio @queirozgalvao.com.

Pela proposta de contrato, o agente deveria “proporcionar elementos complementares sobre aspectos técnicos, econômicos, comerciais e jurídicos” do projeto, além de “prover assistência para a obtenção de licenças de importação e outras licenças e permissões necessárias na Venezuela”.

Mais adiante, a minuta deixa claro que o apoio a ser prestado pelo agente “se limitará a seu conhecimento lato e não profissional” e que ele não subcontratará nenhum serviço jurídico, financeiro ou aduaneiro.

CONFIDENCIAL
A minuta do contrato traz ainda uma cláusula de confidencialidade. “As partes manterão em segredo tanto a existência do presente convênio quanto as condições do mesmo (…)”. O sigilo deveria permanecer por 10 anos depois de cessado o contrato, exceto caso a informação seja requerida por um tribunal.

Participaram da série Panama Papers os repórteres Fernando Rodrigues, André Shalders, Mateus Netzel e Douglas Pereira (do UOL), Diego Vega e Mauro Tagliaferri (da RedeTV!) e José Roberto de Toledo, Daniel Bramatti, Rodrigo Burgarelli, Guilherme Jardim Duarte e Isabela Bonfim (de O Estado de S. Paulo).

Saiba como foi feita a série Panama Papers

Leia tudo sobre os Panama Papers

O que é e quando é legal possuir uma empresa offshore

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Senador José Medeiros protocola projeto para tirar Venezuela do Mercosul
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Fernando Rodrigues

Congressista participou de missão a Caracas na última semana

Medeiros diz que Venezuela descumpre cláusula democrática do bloco

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José Medeiros cita necessidade de “vigência de instituições democráticas” a países do Mercosul

O senador José Medeiros (PPS-MT) protocolou nesta 4ª feira (24.jun.2015) na Mesa Diretora da do Senado um projeto de decreto legislativo que revoga a aprovação do Congresso Nacional à adesão da Venezuela ao Mercosul. O texto afirma que a Venezuela teria violado a cláusula democrática do bloco.

Medeiros foi um dos congressistas brasileiros que integrou a comitiva oficial do Senado a Caracas, na última semana, que pretendia prestar solidariedade aos membros da oposição venezuelana que estão presos.

O Senado brasileiro aprovou a entrada da Venezuela no Mercosul em 2009, sob protestos da oposição, que criticava a “falta de democracia” no país vizinho. A adesão passou por 35 votos a favor e 27 contra.

A Venezuela foi admitida oficialmente no Mercosul em julho de 2012, após a aprovação de Brasil, Argentina e Uruguai. À época, o Paraguai estava suspenso do bloco como punição pela destituição do ex-presidente Fernando Lugo. O Senado paraguaio ratificou o tema em dezembro de 2013.

José Medeiros afirma que a Venezuela está descumprindo o Protocolo de Ushuaia sobre compromisso democrático no Mercosul. “É condição essencial ao desenvolvimento do processo de integração [do Mercosul] a plena vigência de instituições democráticas”, diz.

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Senador diz que embaixador “abandonou” comitiva brasileira em Caracas
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Fernando Rodrigues

Planalto mandou diplomata se afastar dos senadores, afirma José Medeiros

O senador José Medeiros (PPS-MT) afirma que o embaixador do Brasil na Venezuela, Rui Pereira, por ordem do governo brasileiro, abandonou a comitiva do Senado que viajou à Caracas nesta 5ª feira (18.jun.2015). Os senadores foram ao país vizinho prestar solidariedade aos membros da oposição venezuelana que estão presos.

“Fomos (..) deixados à própria sorte pelo governo brasileiro, que (…)  mandou que o embaixador nos abandonasse lá e deixou a comitiva inteira nas mãos dos delinquentes bem pagos e bem orientados pelo governo da Venezuela”, diz o senador.

Abaixo, assista ao vídeo no qual Medeiros faz a acusação:

O relato do senador destoa da nota oficial divulgada pelo Itamaraty na 5ª feira. A chancelaria brasileira afirma que o embaixador em Caracas acompanhou o “incidente”, “se manteve em contato telefônico com os senadores, retornou ao aeroporto e os despediu na partida de Caracas”.

Ao Blog, Medeiros afirmou que o embaixador Rui Pereira, cuja presença foi solicitada pelos senadores, teria dito à comitiva que “estava em outro lugar”. Mas, depois que a Câmara dos Deputados brasileira aprovou moção de repúdio ao incidente, reapareceu no aeroporto “em um passe de mágica” para se despedir da delegação.

Em outro vídeo, Medeiros afirma que a embaixada brasileira “não ajudou em nada a delegação brasileira”. “O que foi ofendido não foram os senadores que estiveram aqui, foi o Congresso Nacional, o Senado Federal e o povo venezuelano, vítima desse governo autoritário que está de plantão”, diz. Assista ao segundo vídeo abaixo:

Em nota, o Itamaraty afirmou serem “inaceitáveis” os “atos hostis” contra senadores brasileiros na Venezuela. O texto foi aprovado pelo Palácio do Planalto, depois que a presidente Dilma Rousseff conversou com o ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores).

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Itamaraty diz que atos contra senadores na Venezuela são “inaceitáveis”
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Fernando Rodrigues

Brasil viu “atos hostis” e vai requerer “devidos esclarecimentos” por parte da Venezuela

O Itamaraty acaba de soltar uma nota oficial na noite desta quinta-feira (18.jun.2015) classificando como “inaceitáveis” os “atos hostis” contra senadores brasileiros na Venezuela no dia de hoje.

O texto foi aprovado pelo Palácio do Planalto, depois que a presidente Dilma Rousseff conversou com o ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores).

Na nota, o Itamaraty diz que “à luz das tradicionais relações de amizade” do Brasil com a Venezuela, o “governo brasileiro solicitará ao governo venezuelano, pelos canais diplomáticos, os devidos esclarecimentos sobre o ocorrido”.

Embora bem ponderada, a nota da diplomacia brasileira foi construída num tom que é raro nas relações recentes do país com a Venezuela. Em certa medida, a declaração oficial do Itamaraty confere uma certa vitória política à visita dos senadores brasileiros a Caracas nesta quinta-feira.

O que poderia ter se dado de maneira quase imperceptível acabou se transformando num evento de enorme repercussão midiática. Esses pedidos de esclarecimentos entre países, via diplomacia, quase nunca resultam em algo concreto.

Mas o objetivo dos senadores liderados pelos tucanos Aloysio Nunes Ferreira e Aécio Neves visava a chamar a atenção para a situação política da Venezuela. Essa meta foi plenamente atingida –e a nota do Itamaraty colaborou.

Eis a nota oficial do Ministério das Relações Exteriores do Brasil a respeito da viagem de senadores brasileiros à Venezuela:

NOTA À IMPRENSA
“O Governo brasileiro lamenta os incidentes que afetaram a visita à Venezuela da Comissão Externa do Senado e prejudicaram o cumprimento da programação prevista naquele país. São inaceitáveis atos hostis de manifestantes contra parlamentares brasileiros”.

“O Governo brasileiro cedeu aeronave da FAB para o transporte dos Senadores e prestou apoio à missão precursora do Senado enviada na véspera a Caracas.

Por intermédio da Embaixada do Brasil, o Governo brasileiro solicitou e recebeu do Governo venezuelano a garantia de custódia policial para a delegação durante sua estada no país, o que foi feito”.

“O Embaixador do Brasil na Venezuela recebeu a Comissão na sua chegada ao aeroporto de Maiquetía, onde os Senadores e demais integrantes da delegação embarcaram em veículo proporcionado pela Embaixada, enquanto o Embaixador seguiu em seu próprio automóvel de retorno à Embaixada”.

“Ambos os veículos ficaram retidos no caminho devido a um grande congestionamento, segundo informações ocasionado pela transferência a Caracas, no mesmo momento, de cidadão venezuelano extraditado pelo Governo colombiano.

“O incidente foi seguido pelo Itamaraty por intermédio do Embaixador do Brasil, que todo o tempo se manteve em contato telefônico com os Senadores, retornou ao aeroporto e os despediu na partida de Caracas”.

“À luz das tradicionais relações de amizade entre os dois países, o Governo brasileiro solicitará ao Governo venezuelano, pelos canais diplomáticos, os devidos esclarecimentos sobre o ocorrido”.

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“Ele nascerá de novo”, diz videoclipe pró-Chávez
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Fernando Rodrigues

Filme produzido pelo marqueteiro de Lula e de Dilma tem 2 minutos e 15 segundos

Propaganda começa a construir o mito com a lembrança de venezuelano morto

Um videoclipe de dois minutos e 15 segundos produzido por João Santana faz uma emocionada homenagem a Hugo Chávez, morto no dia 5.mar.2013. O slogan não deixa dúvida sobre construção do discurso chavista na atual fase da Venezuela: “Ele nascerá de novo” (em espanhol, “él nacerá de nuevo”).

Eis o filme, que inicialmente está apenas na internet:

 

Para assistir em smartphones ou alguns modelos de tablets, clique aqui.

Responsável por muitas campanhas presidenciais de líderes de esquerda em vários países (Lula e Dilma Rousseff, inclusive), Santana utilizou imagens de venezuelanos demonstrando seu carinho por Chávez. O material foi captado no ano passado.

Em 2012, a campanha a presidente de Chávez foi feita por Santana e por sua equipe. O videoclipe divulgado hoje é dele em parceria com João Andrade. Os dois usaram o mesmo tom emocional da propaganda inaugural do processo eleitoral venezuelano do ano passado.

Em 2012, o jingle dizia: “Meu comandante, Chávez. Meu presidente, eu quero mais. Uh, ah, sempre vou te amar. Uh, ah, Chávez seguirá”.

Agora, a letra completa é a seguinte:

A luz que nos leva adiante não se apaga jamais.
Ilumina nosso destino, uma história audaz.
Desenha os sonhos que nos mantêm de pé.
Nutre a nossa alma e renova a fé.
Como um pássaro que volta a voar.
Como uma estrela que volta a brilhar.
Como um coração valente que volta a cantar…
Ele nascerá de novo… Ele nascerá de novo…
Para avançar, avançar, avançar com o seu povo!
Ele nascerá de novo… Ele nascerá de novo…
Para avançar, avançar, e vencer com o seu povo!

O ritmo mistura balada com o de canções gospel. Santana e Andrade não escondem que o objetivo é emocionar. Se possível, fazer chorar a la Franco Zeffirelli em seus filmes de cunho religioso. As imagens de chavistas que ilustram o clipe contêm todas as personagens de uma propaganda desse estilo. O pobre, o velho, a criança, o trabalhador e por aí vai. Todos estão lá demonstrando sua paixão por Chávez. Até a grávida que mostra a barriga com a inscrição “yo soy chavista” bem na hora que jingle contém a frase “Ele nascerá de novo”.

Tecnicamente perfeito para o que se propõe, o filme de João Santana e de João Andrade contribui para este momento na largada do processo de construção do mito de Hugo Chávez –que está sendo transformado numa espécie de dom Sebastião da Venezuela.

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Venezuela deve “reforçar” democracia, diz Lula
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Fernando Rodrigues

País vizinho precisa construir um “sistema político mais orgânico e transparente”

Em artigo para o New York Times, ex-presidente fala sobre os desafios do chavismo

Em artigo publicado hoje (7.mar.2013)na edição impressa do jornal “The New York Times”, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz elogios a Hugo Chávez, mas lista os desafios à frente para os chavistas na Venezuela.

Eis um trecho, vertido para o português a partir do texto publicado em inglês:

“Para manter o seu legado, os simpatizantes de Chávez na Venezuela têm muito trabalho pela frente para construir e reforçar as instituições democráticas. Eles terão de ajudar a fazer um sistema político mais orgânico e transparente; a tornar mais acessível a participação política; ampliar o diálogo com os partidos de oposição; e reforçar os sindicatos e grupos da sociedade civil. A unidade venezuelana, e a manutenção das realizações duramente alcançadas por Chávez, precisarão de tudo isso”.

Ao escrever em seu artigo que a Venezuela precisa aprimorar suas instituições democráticas, Lula pode estar dando um sinal de como será a abordagem do Brasil daqui para a frente em relação ao país vizinho. O governo da presidente Dilma Rousseff tende a ser refratário a uma eventual guinada autocrática por parte dos chavistas.

p.s.: há um conflito entre o que Lula escreveu em português e o que o “New York Times” publicou em inglês. O trecho acima foi vertido do inglês para o português. Mas ao longo do dia de hoje (7.mar.2013), o Instituto Lula divulgou a versão do que o ex-presidente escreveu (em português) e enviou para o jornal dos EUA. O Blog posta, a seguir, o mesmo parágrafo em inglês e em português. Houve algum ruído na tradução, como será possível constatar:

Em Inglês, no NYTimes (de onde o Blog extraiu o trecho):
“To maintain his legacy, Mr. Chávez’s sympathizers in Venezuela have much work ahead of them to construct and strengthen democratic institutions. They will have to help make the political system more organic and transparent; to make political participation more accessible; to enhance dialogue with opposition parties; and to strengthen unions and civil society groups. Venezuelan unity, and the survival of Mr. Chávez’s hard-won achievements, will require this”.

Em português, no Instituto Lula:
“Na Venezuela, os simpatizantes de Chávez, para manter o seu legado, vão ter pela frente um trabalho de construção de institucionalidades. Terão que trabalhar para dar mais organicidade ao sistema político, tornar o poder mais plural, conversar com outras forças e fortalecer sindicatos e partidos. A unidade do país dependerá desse esforço”.

 

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Chávez tenta reeleição com marketing brasileiro
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Fernando Rodrigues

Propaganda de João Santana (Lula e Dilma) inaugura campanha

Jingle de venezuelano diz “yo quiero más” (eu quero mais)

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, começou hoje (1º de julho de 2012) oficialmente sua campanha por mais um mandato. A propaganda e o jingle inaugurais foram produzidos sob o comando do publicitário brasileiro João Santana, responsável pela reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, e pela eleição de Dilma Rousseff, em 2010.

Com um minuto e meio, o filme e a música (produção e criação de João Santana e de João Andrade) mostram imagens de venezuelanos e panorâmicas do país. Há um tom emocional e patriótico, igual ao que se vê nas campanhas presidenciais feitas por Santana no Brasil.

A primeira estrofe é assim: “Eu tenho um sentimento que é muito forte pela minha bandeira. É como minha própria pele. Nunca vai mudar”.

Na parte mais explícita do clipe, a estrofe exalta o atual presidente da Venezuela: “Meu comandante, Chávez. Meu presidente, eu quero mais. Uh, ah, sempre vou te amar. Uh, ah, Chávez seguirá”.

Eis o vídeo (para assistir em smartphones e tablets, clique aqui):

[uolmais type=”video” ]http://mais.uol.com.br/view/12913473[/uolmais]

Hugo Rafael Chávez Frías completará 58 anos no próximo dia 28 de julho. Esteve doente durante vários meses desde o ano passado –teria câncer, mas nunca foram divulgados detalhes da enfermidade.

Líder da chamada “Revolução Bolivariana”, Chávez faz críticas ferozes ao liberalismo e aos Estados Unidos. Presidente da Venezuela desde 1998, reelegeu-se várias vezes. Está há 13 anos no poder. Se tiver saúde, dá a entender que deseja continuar governando o país indefinidamente.

Eis a letra (em espanhol) do clipe de 1 minuto e meio preparado por João Santana e por João Andrade para Hugo Chávez:

“YO TENGO UN SENTIMIENTO
QUE ES MUY FUERTE POR MI BANDERA
ES COMO MI PROPIA PIEL
NUNCA VA A CAMBIAR

“EL AMARILLO ES LA RIQUEZA DEL PUEBLO
AZUL ES MI HERMOSO MAR
ROJO ES MI SANGRE EN LAS VENAS
ES LA INDEPENDENCIA, QUE NO SE ACABARÁ

“MIS HERMANOS CORREN SUELTOS POR TODA LA COLINA
MI AMOR YA SONRÍE CON LIBERTAD
MI PAÍS ES CADA VEZ MÁS FUERTE
ESTA ES LA FELICIDAD

“TODO LO QUE SIEMPRE FUE DE NUESTRA GENTE
VUELVE AL PUEBLO
MI GUITARRA SIGUE CANTANDO
LLEVARÉ TU NOMBRE A CADA HOGAR

“MI COMANDANTE, CHAVÉZ
MI PRESIDENTE, YO QUIERO MÁS
UH, HA, SIEMPRE TE VOY A AMAR
UH, HA, CHÁVEZ SEGUIRÁ

“YO TENGO UN GRAN AMOR
POR MI PATRIA QUERIDA
ES COMO LAS ESTRELLAS EN EL CIELO
IMPOSIBLE DE CONTAR

“ME SIENTO ALEGRE, AGITADO
AL SALIR DE MI PUERTA
ENCONTRAR UN EXTRAÑO EN LAS CALLES
CON FLORES EN LA MANO”.

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