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Arquivo : Fernando Haddad

Poder e política na semana – 30.jul a 5.ago.2012
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Fernando Rodrigues

Destaques da semana: início do julgamento do mensalão na 5ª feira (2.ago.2012) e reunião de cúpula do Mercosul em Brasília na 3ª feira (31.jul.2012).

A presidente Dilma Rousseff, de volta de Londres, começará a 2ª feira (30.jul.2012) em reunião com a ministra da Casa Civil (Gleisi Hoffmann).

Na 3ª feira (31.jul.2012), Dilma receberá os presidentes Hugo Chávez (Venezuela), Cristina Kirchner (Argentina) e José Mujica (Uruguai) no Palácio do Planalto. O grupo estará em Brasília para reunião do Mercosul que selará de vez a entrada dos venezuelanos no bloco. Almoçarão juntos no Itamaraty e, talvez, Dilma concederá reuniões a dois com cada um.

Lula terá semana cheia também. Começará a 2ª feira em um café da manhã com candidatos petistas e aliados. Fará fotos e vídeos para serem usados nas campanhas eleitorais.

Mas o ex-presidente também estará de olho no julgamento do mensalão –principal escândalo de seu governo (2003-2010). Começará na 5ª feira (2.ago.2012) no Supremo Tribunal Federal (STF).

Na 4ª feira (1º.ago.2012), a Suprema Corte já fará reunião administrativa para decidir se trabalhará apenas no mensalão ou se julgará paralelamente outros casos que são de sua responsabilidade.

A partir de 5ª, o STF fará as sessões do julgamento do mensalão das 14h às 19h. No 1º dia, advogados de defesa poderão tomar a cena do início do julgamento erguendo questões de ordem. Depois disso, o ministro Joaquim Barbosa lerá o resumo de seu relatório.

Em seguida, será a vez do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que poderá falar só na 6ª feira (3.ago.2012) caso os advogados tomem muito tempo no início da sessão. Gurgel terá até 5 horas para acusar os réus. Depois, falarão os defensores dos 38 réus: 1 hora para cada, durante vários dias do julgamento.

E o Tribunal Superior Eleitoral começará suas sessões às 20h. Será à noite para não atrapalhar o julgamento do mensalão no STF, uma vez que 3 ministros do TSE também integram o STF.

Também na 5ª feira (2.ago.2012), a TV Bandeirantes fará debates entre candidatos a prefeito em várias capitais. São Paulo, Rio, Curitiba e Salvador estão confirmados.

Em Brasília, o Congresso voltará das férias de meio de ano já esvaziado por causa das campanhas. A pauta da Câmara inclui votação de Medidas Provisórias relacionadas à liberação de recursos para ajudar municípios nordestinos afetados pela seca. No Senado, as discussões são sobre a sucessão de José Sarney na Presidência da Casa. A eleição do novo presidente será no início de 2013. Caberá ao PMDB indicar o ocupante do cargo.

A CPI do Cachoeira voltará do recesso com o sentimento de pizza já disseminado. Mesmo assim, o grupo ameaça convocar mais 3 governadores André Puccinelli (PMDB-MS), Silval Barbosa (PMDB-MT) e Siqueira Campos (PSDB-TO). Nesta semana, a comissão deverá divulgar datas dos depoimentos de Luiz Pagot, ex-diretor do Dnit, e de Fernando Cavendish, dono da Delta. Na próxima semana, em 7 e 8.ago.2012, serão ouvidas a a atual e a ex-mulher de Cachoeira.

A seguir, o drive político da semana:

 

Segunda (30.jul.2012)
Dilma e Gleisi – presidente terá reunião com a ministra-chefe da Casa Civil às 10h.

Lula e os candidatos – ex-presidente receberá candidatos de 84 cidades prioritárias para o PT em café da manhã no hotel Mercury do Ibirapuera (sena Madureira). Estarão presentes Fernando Haddad, candidato em São Paulo, e Nelson Pellegrino, em Salvador. O PT confirmou presença de Gustavo Fruet, candidato pelo PDT em Curitiba, ex-tucano.

Russomanno na Paulista – agenda do candidato do PRB a prefeito de São Paulo indica que ele caminhará do Conjunto Nacional ao Masp, sem confirmar horário.

Chalita e os engenheiros – candidato do PMDB a prefeito da capital paulista vai a debate na sede do Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo. A entidade está levando todos os candidatos para a discussão sobre “a engenharia e a cidade”.

Ônibus mais caro – semana começará com passagens semiurbanas interestaduais e internacionais 2,874% mais caras. Alta tem origem no reajuste no coeficiente tarifário autorizado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Chanceleres do Mercosul – terão encontro informal em Brasília na véspera da reunião dos chefes de Estado do bloco. Falarão sobre a entrada da Venezuela no grupo e também sobre as prioridade da presidência pró-tempore do Brasil, que acaba em dezembro. O país escolheu priorizar temas da capacitação, inovação, ciência e tecnologia.

Márcio Lacerda na rua – candidato à reeleição em Belo Horizonte, motivo da celeuma entre PT e PSB, deverá fazer concentração na rua Padre Eustáquio a partir das 12h30. Evento sujeito a alteração.

Rodigo Maia x Otávio Leite – candidatos do DEM e do PSDB à Prefeitura do Rio irão a debate sobre o legado que a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 deixarão para a cidade. Começa às 9h, no Clube de Engenharia. Organização do Instituto Ethos.

Novo site do TSE – Tribunal Superior Eleitoral estreia página renovada na internet: www.tse.jus.br.

Brizola e os empresários – ministro do Trabalho, neto do líder trabalhista Leonel Brizola, irá a “almoço-debate” do grupo Lide, de João Dória. Falará sobre legislação trabalhista, redução de impostos e geração de empregos.

Brasil e Cingapura – até 2.ago.2012, o ministro dos Transportes de Cingapura, Lui Tuck Yew, visitará Brasília, Curitiba, São Paulo e Rio.

Eduardo Campos e tablets – governador de Pernambuco, presidente do PSB, entregará 300 tablets a estudantes de ensino médio da Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) Dom Sebastião Leme, conhecida como “Poli”, no Ibura. Segundo o governo, será alcançada a marca de 25 mil tablets distribuídos para alunos da rede estadual.

Número a mais – celulares com DDD 11 passam a ter o “9” como primeiro dígito.

Campus Party – fim da edição especial do evento, no Recife.

Inflação – FGV divulga IGP-M.

 

Terça (31.jul.2012)
Dilma recebe Chávez, Kirchner e Mujica – presidentes da Venezuela, Argentina e Uruguai estarão pela manhã no Palácio do Planalto para reunião de cúpula do Mercosul. Em seguida, almoçarão no Itamaraty. Encontro confirmará a entrada dos venezuelanos no bloco. Só não participará o Paraguai, suspenso do grupo por causa do impeachment de Fernando Lugo.

Dilma e os presidentes – talvez haja reuniões individuais de Dilma com os chefes de Estado visitantes.

Salários da Câmara – o presidente Marco Maia (PT-RS) prometeu: a partir desta data salários dos funcionários ativos e inativos da Casa ficarão disponíveis no http://www2.camara.gov.br/.

Justiça na TV – a partir desta data até o dia da eleição (7.out.2012), Tribunal Superior Eleitoral poderá requisitar das emissoras até 10 minutos diários para divulgar comunicados.

Indústria e os Brics – Fiesp sedia discussão sobre cooperação entre países do bloco. Das 9h às 13h na sede da federação em São Paulo.

Direitos autorais – ministra Ana de Hollanda (Cultura) lançará concurso de monografia sobre o tema –justamente aquele que lhe rendeu a pecha de conservadora. Às 11h, no Edifício Parque Cidade Corporate, em Brasília.

Marco Antônio Raupp na Argentina – ministro da Ciência e Tecnologia visitará Buenos Aires.

Custo na indústria – IBGE divulga índice de preços ao produtor das indústrias de transformação.

Serviços – FGV divulga sondagem sobre o setor.

Eleição em Angola – país africano, falante do português e alvo de investimentos brasileiros, fará eleição legislativa.

Festival do Michael Moore – o “Traverse City Festival” de 2012, fundado pelo polêmico diretor, irá até domingo (5.ago.2012). A brasileira Julia Bacha estará no júri.

Futebol nas Olimpíadas – seleção feminina enfrentará a Grã-Bretanha, em Wembley, Londres. Começará às 19h45 (15h45 de Brasília).

 

Quarta (1º.ago.2012)
STF e o mensalão – em sessão administrativa, Corte discutirá o que fazer com os outros casos enquanto estiver em andamento o julgamento do ano. O ministro Marco Aurélio Mello propôs sessões extraordinárias para não deixa-los parados.

Alta dos pedágios – ANTT autorizou aumento nas tarifas da avenida Presidente Dutra e na Ponte Rio Niterói. Aqui, tabela com os novos preços.

Câmara nas eleições – durante o período eleitoral, Casa deverá ter sessões de votação em semanas alternadas começando nestas 4ª e 5ª (1º e 2.ago.2012).

Seca no Nordeste – entre as MPs que trancam a pauta da Câmara, estão 2 relacionadas ao tema. A MP 565/12 cria linhas de crédito para produtores rurais de cidades ou Estados em emergência e a 569/12 dá crédito extraordinário de R$ 688,5 milhões para atendimento dos atingidos.

CPI, Pagot e Cavendish – após o recesso, e após o sentimento de pizza tomar conta do Congresso, grupo divulgará datas dos depoimentos de Luiz Pagot, ex-diretor do Dnit, e de Fernando Cavendish, dono da Delta.

CPI e governadores – grupo tem mais 3 governadores como alvo: André Puccinelli (PMDB-MS), Silval Barbosa (PMDB-MT) e Siqueira Campos (PSDB-TO). Em 7 e 8.ago.2012, a comissão receberá a atual e a ex-mulher de Cachoeira.

TSE noturno – tribunal retoma os trabalhos nesta 4ª feira, mas suas sessões de julgamento serão às terças e quintas a partir de 20h. Será à noite para não atrapalhar o julgamento do mensalão no STF (3 ministros do TSE integram o STF).

Greve em universidades federais – grevistas votarão proposta de reajuste feita pelo governo. Paralisação afeta 57 das 59 federais.

Partidos e as eleições – último dia para as siglas contestarem nomes das pessoas indicadas para compor as juntas eleitorais.

Indústria – IBGE divulga dados da produção do setor no país.

Brasil x Nova Zelândia – seleção de Mano Menezes jogará às 14h30 (10h30 de Brasília) no St. James Park.

 

Quinta (2.ago.2012)
Mensalão no STF – começará finalmente julgamento do caso revelado em 2005. Primeiro, o ministro Joaquim Barbosa lerá o resumo de seu relatório. Em seguida, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, terá até 5 horas para falar sobre as acusações. Finalmente, os advogados dos 38 réus começarão a defender seus clientes. Cada um terá 1 hora.

Reclamações da defesa – mas os advogados poderão apresentar questões de ordem antes de Barbosa ler o relatório. Dependendo de quanto isso demorar, o PGR falará só no 2º dia.

José Dirceu na frente – depois do PGR, se tudo correr como esperado, os advogados apresentarão as defesas seguindo a ordem de citação dos réus na denúncia. Nesse caso, o 1º a fazer sustentação oral será José Luís de Oliveira Lima, advogado de José Dirceu. Os próximos são Genoíno, Delúbio e Marcos Valério.

Intensivão dos ministros – STF fará as sessões do julgamento do mensalão das 14h às 19h. Na 1ª semana do mês serão diárias. Depois, 3 vezes por semana.

Debates pelo Brasil – TV Bandeirantes fará debates nas principais capitais do Brasil. Estão confirmados em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Curitiba.

Debate em São Paulo – TV Bandeirantes exibirá 1º debate entre candidatos a prefeito da capital paulista. Deverão participar José Serra (PSDB), Celso Russomanno (PRB), Fernando Haddad (PT), Soninha Francine (PPS), Gabriel Chalita (PMDB), Paulinho da Força (PDT), Carlos Giannazi (PSOL) e Levy Fidelix (PRTB).

PSDB no Recife – candidato tucano a prefeitura da capital pernambucana, Daniel Coelho, inaugura comitê eleitoral. Às 19h na avenida Domingos Ferreira.

Ana de Hollanda no Rio – ministra da Cultura anuncia o programa de fomento às artes às 15h, no Palácio Gustavo Capanema, no Rio.

Inflação – Fipe divulga IPC referente a julho de 2012.

 

Sexta (3.ago.2012)
Mesários da eleição – faltam 65 dias para o 1º turno da votação (que será em 7.out.2012). Este será o último dia para o juiz eleitoral anunciar audiência pública para nomeação do presidente, 1º e 2º mesários, secretários e suplentes que formarão a mesa receptora.

Agricultura Familiar – até domingo (5.ago.2012), Lençóis Paulista, no interior de São Paulo, sediará a Agrifam (Feira da Agricultura Familiar e do Trabalho Rural).

Brasil na Olimpíada – o velejador Robert Scheidt, 39 anos, pode ganhar sua 3ª medalha de ouro e se tornar o maior vencedor brasileiro do prêmio.

 

Sábado (4.ago.2012)
Mudanças de cenário – terminará prazo para partidos comunicarem à Justiça Eleitoral sobre anulações de decisões tomadas nas convenções.

 

Domingo (5.ago.2012)
Lista de candidatos – neste dia, a Justiça Eleitoral deverá ter julgado e publicado todas as decisões sobre pedidos de candidaturas.

 

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“Surpresa” do momento em SP é Russomanno
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Fernando Rodrigues

O candidato Celso Russomanno é a “surpresa” do momento na principal eleição municipal do país, na cidade de São Paulo.

A esta altura não há dúvida de que Russomanno, no minúsculo PRB, está em alta. Há um mês ele tinha 21%. Pulou para 24%. E agora foi a 26% na pesquisa Datafolha de 19 e 20 de julho – empatando tecnicamente com José Serra (PSDB), cuja pontuação é 30%. Aqui, todas as pesquisas de 2012.

O que isso significa? Que Celso Russomanno pode até desidratar durante a campanha, mas ninguém mais sabe quanto tempo isso vai demorar e com qual intensidade pode (ou não) ocorrer.

Vários aspectos devem ser considerados:

1) candidato (in)visível: Russomanno era dado como um candidato invisível quando começasse a campanha por estar num partido nanico. Não será mais assim. Com seus 26%, ganhará mídia espontânea nos telejornais de todas as emissoras. É a melhor mídia possível, pois é por onde a maioria dos eleitores se informa;

2) horário eleitoral: como conseguiu se coligar ao PTB, Russomanno deverá ter cerca de 2 minutos por dia na propaganda de rádio e de TV. É pouco? Sim se comparado aos cerca de 8 minutos cada que José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT) terão. Mas é muito para um candidato hábil em dominar esse meio de comunicação.

Sobre a coligação de Russomanno com o PTB também é necessário dizer: esse foi o maior erro estratégico do PT na eleição paulistana. O PTB participa do governo Dilma Rousseff e poderia estar na aliança com os petistas na capital paulista.

3) piso para a queda: ninguém sabe qual é o limite mínimo para Russomanno. O que sempre se fala é que o candidato do PRB despencou em 2010, quando disputava a eleição para governador de São Paulo. Não foi bem assim.

Em julho de 2010, Russomanno pontuava 11% no Datafolha. Na eleição, teve 5,4%. Mas na capital do Estado, sua votação foi de 6,7% dos votos válidos. Ou seja, caiu 39% na cidade de São Paulo de julho até outubro de 2010.

Se esse cenário se repetir, o candidato do PRB pode chegar ao dia da eleição dese ano com algo próximo a 16%. É muita coisa. O suficiente para atrapalhar os planos de outros postulantes à segunda vaga na disputa.

Dessa forma, ficará acirrada a concorrência pelo segundo lugar –considerando-se que José Serra vai se manter à frente (o que também não é uma premissa imutável, mas parece no momento algo plausível –apesar da renitente rejeição que o tucano ostenta).

Nesse cenário, o petista Fernando Haddad continua a ter o potencial enorme representado pelo apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de toda a militância do PT. Mas como tem só 7%, terá de tirar de algum lugar os pontos extras para crescer. De Russomanno podem vir alguns desses pontos, só que não será tão fácil como parecia até há algumas semanas.

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Haddad reforça “lulodependência” em site
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Fernando Rodrigues

Candidato do PT a prefeito de São Paulo lança a Lula.TV na web

O candidato do PT a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, acaba de lançar o site “pense novo”, sua principal ferramenta online até outubro. Um dos grandes destaques é a Lula.TV, um dos setores da página que tem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como grande estrela.

Na versão beta do site, Lula fala 15 segundos: “É uma alegria estar aqui com vocês começando essa arrancada para a eleição de Fernando Haddad, prefeito de São Paulo. Nos próximos dias, estarei aqui com vocês para discutir todo e qualquer assunto. Aliás, vocês decidem. Aguardem”.

A ideia da campanha de Haddad é que Lula grave um vídeo novo por dia, todos os dias, até a eleição. Ou seja, o objetivo é usar de maneira extensiva a imagem do ex-presidente na web, possibilitando a viralização das mensagens lulistas.

Haddad não vê problemas em reforçar assim essa “lulodependência” durante a campanha para prefeito de São Paulo. Na avaliação do comando haddadista e do próprio candidato, trata-se de um privilégio poder dispor de uma figura tão popular como Lula diariamente.

E o site? Tem uma cara moderna, carrega com rapidez. Mas ao escolher o fundo preto vai um pouco na contramão do que se sabe até hoje dos hábitos e gostos dos internautas. Depois que o Google criou o costume de telas minimalistas, com fundo branco, tudo que é colorido –ou, no caso, preto– acaba provocando algum estranhamento.

Além da Lula.TV, há vários canais no site de Haddad: tvH (vídeos do candidato), “o novo pelo mundo”, “FALA.SP”, “inspira.SP”, “velhos problemas”, “novas propostas” e “o homem novo”.

A proposta toda, como o Blog ouviu, é que não seja “um mero site”, mas sim “um TED – superplataforma interativa”. Eis a imagem da home page do site de Fernando Haddad:

 

Página inicial do site “pense novo”, de Fernando Haddad

 

Vamos ver se haverá mesmo interação. O que há por enquanto não tem nada de conexão real, mas apenas vídeos e temas que são apresentados verticalmente do candidato/apoiadores para seus potenciais eleitores.

Aliás, quando se trata de redes sociais Haddad tem presença incipiente. O perfil do petista no Twitter tem cerca de 4.500 seguidores. Os dos seus principais adversários estão bem à frente: José Serra (PSDB) https://twitter.com/oseserra_  passa de 1 milhão de seguidores no Twitter. Gabriel Chalita (PMDB) tem 146 mil. Celso Russomanno (PRB) tem 14,5 mil.

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Foto com Maluf: repercussão é boa, diz Lula
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Fernando Rodrigues

Numa rápida conversa ontem (20.jun.2012) no plenário da Rio+20, Luiz Inácio Lula da Silva foi indagado sobre o que achara da repercussão da aliança e da foto sua com Paulo Maluf, do PP, na disputa pela Prefeitura de São Paulo. O ex-presidente reagiu assim: “Pior seria se não houvesse repercussão”.

A lógica de Lula é simples. Fernando Haddad, o candidato do PT a prefeito de São Paulo, é pouco conhecido da população (só cerca de 40% dos eleitores sabem quem ele é). Com o episódio da foto Lula-Maluf-Haddad, o petista neófito em eleições apareceu extensivamente na mídia. E Lula acha isso bom.

Mas e o possível efeito ruim, de estar ao lado de um adversário histórico no cenário paulistano? Lula responde que o PP, de Maluf, está junto com o governo federal há mais de meia década, no comando do Ministério das Cidades.

Tudo considerado, Lula acha que não cometeu nenhum erro de estratégia nem de tática ao aceitar se deixar fotografar no jardim da mansão de Paulo Maluf nesta semana. E Fernando Haddad ainda ganhou cerca de 1 minuto e meio a mais para a sua propaganda eleitoral.

Outro ex-presidente que estava ontem (20.jun.2012) na Rio+20 era Fernando Henrique Cardoso. Convidado a avaliar o episódio da foto Lula-Maluf-Haddad, ele disse que essa aliança é sinal de aproximação cada vez maior dos partidos que ficam compelidos a ampliar suas coligações para conseguir vencer uma eleição –por causa da necessidade de ter tempo de TV no horário eleitoral.

A respeito do efeito político eleitoral da foto, FHC diz o seguinte: “Vai depender de como a oposição usará esse fato na campanha. Mas não acredito que muitos possam fazer uso desse episódio, pois já se aliaram também ao Maluf e a outros partidos”.

Indagado se José Serra (PSDB), candidato a prefeito de São Paulo, poderia usar a foto Lula-Maluf-Haddad para atacar o PT, FHC disse que não. “No fundo, o efeito dessa aliança vai depender de como vocês, a mídia, usarão o caso”, afirmou. E concluiu que o 1 minuto e meio que Haddad recebeu no seu tempo de propaganda eleitoral (por causa do apoio de Maluf) pode até compensar mais adiante os efeitos negativos produzidos pelo episódio no momento.

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Pós-Haddad, Erundina vira hit nas redes sociais
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Fernando Rodrigues

Deputada do PSB tem 17 mil referências no Twitter e 8 mil no FB.
A deputada federal e ex-prefeita de São Paulo Luiza Erundina (PSB-SP), de 77 anos, foi mencionada 17.274 vezes por 9.162 usuários do Twitter das 18h de ontem (19.jun.2012) até as 13h de hoje (20.jun.2012). Para efeito de comparação, o nº de menções equivale a 8% dos 214,1 mil votos que a deputada teve na eleição de 2010.

 

Os dados levantados por Manoel Fernandes, diretor da Bites Consultoria, refletem a repercussão nas redes sociais da desistência de Erundina de ser candidata a vice-prefeita de São Paulo na chapa de Fernando Haddad (PT). “Ela entrou 64 vezes no Trending Topics Brasil [assuntos mais comentados do Twitter] desde segunda-feira às 17h quando se começou a dizer que sairia da chapa de Haddad”, diz Fernandes. A deputada abandonou o barco após petistas se aliarem a Paulo Maluf (PP-SP), seu adversário histórico.

 

No Facebook, segundo a Bites, Erundina foi mencionada mais de 8 mil vezes no mesmo período.

 

Fernandes afirma que um perfil de Belo Horizonte com 232 seguidores foi o que mais twitou sobre Erundina (74 vezes).

 

Outros perfis que se destacaram foram os do senador Cristovam Buarque (PDT-DF) e do apresentador Milton Neves. Para o diretor da Bites, o senador usa seu perfil “para criticar ostensivamente a aproximação de Lula com Maluf”. Já Milton Neves, “elogiou a deputada para os seus 408.000 seguidores”.

 

 

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Chalita parado confirma embate PSDB-PT
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Fernando Rodrigues

Além da alta de Fernando Haddad (PT), a maior notícia da pesquisa Datafolha divulgada neste domingo (17.jun.2012) é que empacou (e até oscilou negativamente, dentro da margem de erro) a candidatura de Gabriel Chalita (PMDB) a prefeito de São Paulo.

A pesquisa Datafolha na cidade de São Paulo foi realizada nos dias 13 e 14 de junho. José Serra (PSDB) ficou com 30%, mesmo percentual que tinha na primeira semana de março. Aqui, todas as pesquisas disponíveis em disputas municipais pelo país.

O 2º colocado é Celso Russomanno (PRB), que oscilou de 19% em março para 21% agora. Russomano é uma personagem midiática. O seu percentual é em grande parte “recall” de suas participações passadas em eleições e em programas de TV. Em tese, a curva de intenções de voto do candidato do PRB poderá descrever uma descendente a partir de agora –como ocorreu na última eleição na qual ele foi candidato.

Em 2010, Russomano foi candidato a governador. Esteve em parte da campanha na redondeza dos 10% ou até um pouco acima. Na semana da eleição, segundo o Ibope, a taxa havia caído para 5% dos votos válidos. Nas urnas ele teve 5,42%.

Há também outro aspecto a ser considerado: o PRB tem apenas alguns segundos de tempo de rádio e de TV durante o horário eleitoral.Em eleições no Brasil, tempo de propaganda é quase sempre vital. Ou seja, são respeitáveis os 21% de Russomano, mas ele deve enfrentar dificuldades para manter essa taxa quando a campanha começar para valer.

Embolados em terceiro lugar, dentro da margem de erro, estão os seguintes candidatos:

 

Soninha Francine (PPS) – 8% (tinha 7% em março)

Fernando Haddad (PT) – 8% (tinha 3% em março)

Netinho de Paula (PC do B) – 7% (tinha 10% em março)

Gabriel Chalita (PMDB) – 6% (tinha 7% em março)

Paulinho da Força (PDT) – 5% (tinha 8% em março)

 

Que Fernando Haddad subiria nas pesquisas de opinião ninguém duvidava. Ele pertence ao partido hegemônico no plano federal e tem o apoio explícito do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É normal portanto que Haddad tenha chegado aos atuais 8%.

Uma surpresa moderada fica por conta de Gabriel Chalita, do PMDB. Ele é filiado ao maior partido brasileiro, aparece bem na TV e teve ampla exposição nas propagandas da sua legenda neste semestre –mais do que Haddad, pois o PT perdeu muitos minutos na Justiça. Não obstante suas aparições, Chalita não saiu do lugar. Oscilou negativamente de 7% para 6%.

O que isso significa? Que possivelmente a campanha paulistana pode mesmo afunilar entre o tucano José Serra e o petista Fernando Haddad. Havia até agora uma dúvida sobre se Chalita poderia crescer e ofuscar Haddad. A pesquisa Datafolha mostra que esse cenário parece ser cada vez mais inviável.

Apoiadores de Soninha Francine (PPS), Netinho de Paula (PC do B) e Paulinho da Força (PDT) poderão indagar: por que está sendo dada como inevitável a polarização PSDB-PT.

É uma boa pergunta. De fato, não está gravado em pedra que só Serra e Haddad têm condições de ir ao segundo turno. Mas o fato é que eles são os candidatos que têm à disposição as maiores estruturas partidárias e o maior tempo no rádio e na TV.

Soninha, Netinho e Paulinho –assim como Chalita– podem surpreender, mas são claramente “zebras” a esta altura da disputa.

No caso de Chalita, a se confirmar a sua desidratação nas próximas pesquisas, será mais uma história de decepção no PMDB ao buscar se renovar. O partido que foi tão importante na reconstrução da democracia está em constante agonia na cidade de São Paulo. Se Chalita fracassar, esse cenário só tende a piorar –e será uma derrota pessoal do vice-presidente da República, Michel Temer, o grande patrocinador do “projeto Chalita”.

Netinho de Paula também é um caso à parte. O candidato do PC do B está sendo pressionado a desistir já para que sua legenda possa apoiar Fernando Haddad no primeiro turno. A pesquisa Datafolha reforça a posição dos integrantes do PC do B que pretendem empurrar Netinho para fora da disputa.

Tudo considerado:

1) José Serra (PSDB) parece ter chegado ao seu limite de pontuação (30%) nesta fase da campanha. Oscilações (positivas ou negativas) mais robustas para ele podem vir com a propaganda no rádio e na TV;

2) Fernando Haddad (PT) cumpre a profecia há muito anunciada de subir nas pesquisas.

3) Gabriel Chalita (PMDB) apareceu muito na TV, mas não saiu do lugar.

4) candidatos de partidos médios e pequenos (Soninha Francine, Netinho de Paula e Paulinho da Força) terão dificuldades daqui para frente para reagir. E Netinho será pressionado a desistir para que o PC do B possa apoiar Haddad.

5) Celso Russomano (PRB) vive do seu recall e tende a desidratar a partir da propaganda eleitoral.

 

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Dilma entra na campanha pró-Haddad
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Fernando Rodrigues

Lula e a atual presidente gravam vídeo para candidato do PT em São Paulo

A presidente Dilma Rousseff gravou em vídeo sua primeira participação direta a favor de Fernando Haddad na disputa pela Prefeitura de São Paulo.

Haddad é o pré-candidato do PT. Até agora, está com apenas 3% das intenções de voto, segundo o Datafolha.

O Blog teve acesso ao vídeo do PT que será transmitido a partir de hoje (15.maio.2012):

[uolmais type=”video” ]http://mais.uol.com.br/view/12778870[/uolmais]

A propaganda do PT deve ter caráter partidário, mas fica nítida a intenção de associar o comercial à candidatura de Haddad.

A leitura do texto deixa óbvia a estratégia. Aparecem apenas 3 pessoas, pela ordem: o ex-presidente Lula, Dilma e Haddad (na condição de ex-ministro da Educação). O mote todo é a palavra “novo”.

As pesquisas qualitativas do PT mostram que a forma de melhorar o posicionamento de Haddad é mostrá-lo como “novo”. Eis o texto do comercial de 30 segundos (grifos em negrito feitos pelo Blog):

 

Lula: Quando lançamos o Bolsa Família, surpreendemos o mundo com algo novo.

Dilma: Lançar o Brasil Sem Miséria, para acabar com a pobreza extrema no país, foi uma atitude nova.

Lula: Cuidar de todos, em especial dos jovens, será sempre o justo, o moderno, o novo.

Haddad: Criar o ProUni, escolas técnicas, dobrar vagas nas universidades e dar bolsas para estudantes brasileiros no exterior, é fazer o futuro, é fazer o novo.

Lula: O PT veio para mudar…

Dilma: …Inovar e renovar o Brasil

 

Como se vê, a ideia é contrapor o “novo” Haddad (49 anos) ao que implicitamente seria o “velho”, representado pelos demais candidatos, sobretudo o que lidera as pesquisas, José Serra (70 anos), do PSDB.

Vai dar certo?

É cedo para saber. Mas a propaganda realizada pelo publicitário João Santana é a maior aposta de Haddad e do PT nesta fase da pré-campanha.

O filme entra no ar em todo o país nesta terça-feira (15.maio.2012) depois que o PT conseguiu derrubar uma proibição da Justiça Eleitoral, pois a legenda havia sido punida.

Um problema: a TV Globo se recusou a transmitir o comercial porque o filme foi enviado fora do prazo estabelecido para esse tipo de propaganda. O PT está recorrendo à Justiça e pode obter o tempo mais para frente –o que só ajudará Haddad. Primeiro, passa em todas as emissoras. Depois, na Globo.

 

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Embate Serra X Haddad fica, por ora, adiado
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Fernando Rodrigues

corrida pela prefeitura paulistana permanece quase inalterada

O grande embate nacionalizado na disputa pela Prefeitura de São Paulo ainda não aconteceu –se é que vai acontecer. O PSDB, com José Serra, continua a liderar a disputa. Ele tem 31%. O suposto grande adversário do tucano, Fernando Haddad, do PT, está com 3%.

Esses são os resultados de uma pesquisa realizada pelo Ibope na cidade de São Paulo sob encomenda do jornal “O Estado de S.Paulo” e da TV Globo. Aqui, pesquisas anteriores sobre a disputa paulistana.

Esse cenário quase sem alterações em relação ao que se via há dois meses é um sinal de que a campanha ficará parada até o início das propagandas partidárias na TV, em agosto. Não se deve esquecer que haverá também Olímpiadas no meio do ano e o clima político tende a esfriar durante esses grandes eventos esportivos.

O segundo colocado no levantamento do Ibope é Celso Russomano, do PRB, com 16%. Depois, a lista se completa com os seguintes concorrentes (todos ainda pré-candidatos):

 

Netinho (PC do B) – 8%

Soninha (PPS) – 7%

Gabriel Chalita (PMDB) – 6%

Paulinho da Força (PDT) – 5%

 

O fato de Fernando Haddad ter apenas 3% nessa pesquisa (ele tinha o mesmo no Datafolha de 1-2.março.2012) mostra que a mídia espontânea que o petista vem tentando ganhar tem sido insuficiente para promover sua candidatura.

Como o PT foi punido pela Justiça Eleitoral e não terá direito a fazer propaganda partidária neste semestre, a única esperança de Haddad fica por conta do horário eleitoral, só a partir de agosto. E do apoio direto e explícito que espera receber de Luiz Inácio Lula da Silva.

Outra esperança coletiva dos adversários de Serra é a alta taxa de rejeição do tucano: 35% dos paulistanos não votariam nele de jeito nenhum. Ou seja, o candidato do PSDB tem mais gente (35%) dizendo que não votaria nele do que eleitores o apoiando (31%).

Já o candidato do PT, Haddad, tem uma taxa de rejeição de 12%.

As outras taxas de rejeição são:

 

Celso Russomano (PRB) – 13%

Netinho (PC do B) – 38%

Soninha (PPS) – 17%

Gabriel Chalita (PMDB) – 11%

Paulinho da Força (PDT) – 18%

 

Segundo o Ibope, foram entrevistados 805 eleitores em todas as regiões de São Paulo nos dias5 a7 deste mês.

A partir de agora há 3 momentos de possíveis alterações nas pesquisas de opinião:

O mais próximo é na primeira quinzena de julho, quando já estarão definidos quem vai mesmo ser candidato. Aí as pesquisas só colocarão em seus levantamentos os nomes de quem vai de fato estar na disputa –agora, muita gente fica por ali apenas esquentado o lugar para depois abrir espaço para algum outro nome.

Outro momento de mudança possível no quadro das pesquisas é quando se inicia a propaganda eleitoral na TV e no rádio. Isso é só em agosto.

Por fim, o quadro sucessório terá sua decantação final quando faltarem uns 10 dias para a eleição, que neste ano é em 7 de outubro. Aí os eleitores ficarão mais ligados no processo e tomarão suas decisões finais.

 

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O PT “bateu cabeça” em SP, diz Kassab
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Fernando Rodrigues

Para prefeito, titubeio de Fernando Haddad abriu caminho para Serra

O prefeito Gilberto Kassab (PSD) tem feito longas análises sobre o cenário atual. A um interlocutor, fez uma síntese do que se passou até agora na disputa pela sua sucessão, sobretudo a respeito do namoro de várias semanas entre ele o PT para uma possível aliança em torno do petista Fernando Haddad:

“O prefeito de São Paulo vai até você e oferece apoio. Junto iriam a máquina da Prefeitura e 20 vereadores. Aí você vai até o Lula e ele diz para você fechar o acordo. Aí você vai até a presidente Dilma e ela diz para você fechar esse acordo. Mas você fica sonhando na esperança de unificar o PT inteiro. E o PT bateu cabeça. Enquanto isso, o outro lado teve tempo de se reorganizar. Eu acho que esse episódio foi a primeira grande derrota do Haddad para ele próprio. É óbvio que se o acordo tivesse sido fechado e formalizado com o PT eu não teria mais como apoiar o Serra. Aliás, se eu tivesse fechado o acordo com o PT, o Serra não sairia candidato. Mas não houve o acordo por causa da atitude titubeante do Fernando Haddad e de alguns gatos pingados do PT”.

Aos 51 anos de idade e visto em Brasília como um dos mais habilidosos operadores políticos do país, o prefeito de São Paulo nunca fala com ressentimentos ao analisar cenários políticos. Ele de fato queria ter fechado um acordo com o PT. Mas os petistas foram lentos na operação.

Kassab afirma a seus aliados que manteve um relacionamento franco e aberto, de alto nível, tanto com o ex-presidente Lula como com a presidente Dilma Rousseff e com o restante da cúpula do PT. E ressalta que seu partido, o PSD, ficará com petistas em muitas disputas municipais neste ano. Por fim, que se o acordo na cidade de São Paulo não saiu, a culpa não foi dele.

Para Kassab, agora haverá necessariamente uma polarização entre Serra e Haddad, PSDB e PT. E nada mais: “Todos os outros vão virar pó. Não tem jeito. Só se fala nessas duas candidaturas agora”.

Mas e o candidato a prefeito de São Paulo pelo PMDB, Gabriel Chalita, que tem muito tempo de TV por conta do tamanho de seu partido? E Kassab: “Vai ser só Serra e Haddad. O Serra, pela sua dimensão política, pelo que representa para a cidade. E o Haddad porque terá o apoio do ex-presidente Lula e da presidente Dilma. Não sobrará espaço para os demais”.

A partir de agora, os candidatos começam a caça por aliados com o objetivo de aumentar o tempo de TV e rádio durante o horário eleitoral. A tendência é o PT arrebanhar mais apoios e ter o maior espaço para fazer propaganda.

“Mas isso é irrelevante no caso do Serra e do Haddad. Nesse jogo de alianças, há muitas análises equivocadas. A disputa ficou e ficará polarizada. E no segundo turno os tempos são iguais para os dois candidatos”, pondera Kassab.

O futuro de Kassab
Afinal, o que pensa e o que deseja Kassab para seu futuro político?

O prefeito de São Paulo vislumbra 3 caminhos para si: ser governador paulista, vice-governador ou senador

Kassab, tem um plano bem delineado sobre quais são suas opções e a viabilidade de cada uma delas.

Engenheiro de formação e sistemático por vocação, ele começa o fluxograma com duas possibilidades: vitória ou derrota de José Serra (PSDB) na disputa para prefeito de São Paulo.

Na hipótese de derrota –na qual ele não acredita– ficará pavimentado o caminho para um eventual rompimento entre Serra e o atual governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Claro, porque Serra atribuirá o fracasso em parte à falta de apoio do partido. E Alckmin terá uma responsabilidade razoável no pagamento dessa fatura.

Em caso de derrota de Serra neste ano, Kassab passaria a ser candidato declarado a governador de São Paulo em 2014.

E Serra? Aí tudo dependeria da correlação de forças partidárias em 2014, da popularidade do governo Dilma, do estado da economia e da disposição de um grupo de oposição querer um candidato presidencial de fora do PSDB. Serra, é claro, seria um postulante ao Planalto –mas esse cenário tem tantas variáveis que projetá-lo hoje com precisão é impossível.

Já num cenário de vitória de Serra na disputa para prefeito de São Paulo o horizonte fica mais claro para Kassab. Ele fará o que melhor se adequar aos planos de seu principal benemérito e mentor na política. Os dois caminhos mais exequíveis são encaixar-se (bancado por Serra) como vice-governador de Geraldo Alckmin quando o tucano disputar a reeleição, em 2014, ou sair como candidato ao Senado.

Esse exercício de futurologia em política, como se sabe, é muito arriscado. Kassab tem ciência dessa dificuldade, mas os planos são esses mesmos.

O prefeito de São Paulo tem a vantagem de ter transitado em todo o espectro político e coletado pouquíssimos inimigos irreconciliáveis –exceto parte da cúpula do DEM, sigla que mais sofreu com a criação do PSD.

Quando esteve com o PT e com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Kassab sempre disse de maneira clara que teria de apoiar José Serra se o tucano se lançasse candidato a prefeito. Usou uma máxima de ouro na política: “Pactos claros, amizades longas”.

Lula e os petistas podem estar chateados que Kassab de fato cumpriu o que disse, assumindo de vez a sua encarnação serrista. Mas nenhum petista poderá acusar o prefeito de não ter avisado antes como procederia.

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Cargo para PRB visa a derrubar candidatura de Russomano a prefeito de São Paulo
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Fernando Rodrigues

efeito colateral também importante é evitar críticas de cunho religioso contra Fernando Haddad

A decisão da presidente Dilma Rousseff de dar um cargo no governo federal para o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) tem um objetivo certeiro: tentar derrubar a candidatura de Celso Russomano a prefeito de São Paulo. Por tabela, facilitar a vida do petista Fernando Haddad, que também disputará a prefeitura paulistana neste ano.

Russomano era do PP, mas se indispôs com Paulo Maluf e bandeou-se para o PRB em 2011. O Partido Republicano Brasileiro, criado em 2005, tem ligação estreita com a Igreja Universal do Reino de Deus. Nas pesquisas de opinião, Russomano aparece com até 21% das intenções de voto, muito por conta de suas aparições em programas populares na TV. Aqui, a página mais completa da web com todos os levantamentos eleitorais disponíveis neste ano.

Com a ida do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) para a Secretaria da Pesca e Aquicultura, o Planalto espera ter pavimentado o caminho para que a direção nacional do PRB elimine do mapa a candidatura de Russomano –Crivella nega (leia a parte final deste post).

A nomeação de um representante do PRB para a Esplanada dos Ministérios é a primeira reação objetiva do PT e de Dilma Rousseff à entrada de José Serra (PSDB) na corrida pela sucessão de Gilberto Kassab na Prefeitura de São Paulo.

Os petistas correm para fechar o maior arco de alianças possível em torno de Haddad –e assim garantir um grande tempo de TV e rádio durante o horário eleitoral.

Religião & Haddad
Outro efeito colateral importante da nomeação de Marcelo Crivella é um acordo tácito para que os políticos evangélicos sob o guarda-chuva do PRB evitem críticas de cunho religioso contra Fernando Haddad.

Quano era ministro da Educação, Haddad envolveu-se na polêmica da cartilha sobre respeito a homossexuais em escolas. Logo os evangélicos e religiosos em geral classificaram a iniciativa de “kit gay”. A operação foi abortada, mas a imagem de liberal do petista permaneceu.

Há um temor do PT de que durante a campanha eleitoral deste ano Haddad possa ser alvo de políticos conservadores. Com a presença do PRB na Esplanada dos Ministérios, há um entendimento entre o governo Dilma e a cúpula do partido de Crivella para que sejam evitados os debates em torno de aspectos religiosos durante as disputas por prefeituras, sobretudo na cidade de São Paulo.

“Só tivemos conversas técnicas”
Após ser anunciado como novo ministro do governo Dilma, Marcelo Crivella negou que a nomeação tenha por objetivo tirar Celso Russomanno da disputa pela Prefeitura de São Paulo. “Acho que o PRB em São tem um candidato, que é o Celso Russomano, e em nenhum momento quando a presidente me convidou isso foi aventado. Pelo contrário, só tivemos conversas técnicas”, afirmou, segundo publicou a Folha.com. “Ela [Dilma] queria fazer uma homenagem ao povo fluminenese”, disse Crivella.

O político disse ainda ter “muita honra” de integrar a bancada evangélica no Congresso, mas que sua entrada no governo se deve à posição de filiado ao PRB e não à de integrante da bancada evangélica.

 

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